EAP Index Brasil: Chicago Stadium (CD - FTD, 2010)

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Chicago Stadium (CD - FTD, 2010)

Título:
Chicago Stadium
Selo:
FTD [FTD 096] [506020 795020 2]
Formato:
CD duplo
Número de faixas:
42
Duração:
125:30
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2010
Gravação:
14 e 15 de outubro de 1976
Lançamento:
Dezembro de 2010
Singles:
---


Chicago Stadium foi o nonagésimo sexto CD da FTD. Ele cobre os shows de 14 e 15 de outubro de 1976 em ChicagoIllinois. O trabalho encontra-se atualmente fora de catálogo.


O ano de 1976 tinha sido de mais altos do que baixos e Elvis estava contente com o andamento das coisas. Sua vontade de gravar ainda era pouca, mas as sessões na Jungle Room de Graceland em fevereiro foram divertidas e bastante produtivas. Ele já não parecia interessado em Las Vegas - e Vegas era recíproca -, fazendo o Coronel escalá-lo para apenas uma temporada de 2 a 12 de dezembro no Hilton; esta, como sabemos hoje, seria a última de sua carreira na cidade.

Ao invés do ar seco do deserto de Nevada,Rei do Rock preferiu fazer apenas mais uma temporada em Lake Tahoe, onde se apresentara pela última vez dois anos antes, entre 30 de abril e 9 de maio de 1976.

Na metade daquele ano, não parecia que Elvis tinha voltado à antiga forma ou que isso fosse possível. Suas apresentações ainda eram inconstantes, e ele se mostraria lento e por vezes confuso no início dos concertos, embora nada como as terríveis apresentações de agosto do ano anterior em Las Vegas. De fato, o cantor melhoraria em muito sua performance a partir de junho, culminando no ótimo show de 31 de dezembro de 1976 em Pittsburgh, mas era claro que ele já não tinha mais aquela chama que queimava em seu âmago.

No ano de 2000, a FTD teve que ser totalmente elogiada quando lançou o soundboard de 1º de junho de 1976 em Tucson, mas infelizmente não porque foi um grande show - apenas porque anunciou o início de uma nova era de lançamentos oficiais de soundboards. Uma performance sem brilho, "Tucson" foi salvo puramente pela extraordinária performance única de "Danny Boy".

Um verdadeiro sinal dos tempos em 1976 foi que, desde a turnê de abril até a de agosto, Elvis basicamente usava seu "Bicentennial Suit" em todos os shows, certamente sinalizando um artista entediado. O FTD "New Haven '76" com a performance de 30 de julho é um dos casos em questão. Lançado por causa da excelente qualidade de áudio, Elvis soa entediado, medicado e apático e, no geral, é uma experiência de audição dolorosa.

No entanto, como em tudo que se refere a Elvis, sempre há contradições, mudanças e às vezes uma luz no fim do túnel. Apenas três meses depois, as coisas de alguma forma melhorariam. Mesmo com a ameaça do livro "Elvis: What Happened?" prestes a ser publicado (ou possivelmente por causa disso), houve uma mudança definitiva e positiva no mês que antecedeu a turnê de outubro de 1976.

Elvis havia perdido bastante peso, e quando pisou no palco em Chicago, na primeira noite da turnê de outubro, ele parecia um homem rejuvenescido. Não só isso, mas Elvis estava mais uma vez vestindo macacões diferentes todas as noites - e até se encaixando naqueles que ele usava em 1974! Bootlegs como "Bringin' the House Down" de 15 de outubro em Chicago demonstram um desempenho muito melhor.

Neste trabalho a FTD traz pela primeira vez de maneira oficial os concertos de 14 e 15 de outubro de 1976 em Chicago. O dia 14 representa a noite de abertura da 8ª turnê de Elvis naquele ano, e é evidente que ele realmente se beneficiou de algum descanso muito necessário entre a turnê de setembro e esta. Não há vestígios do cantor cansado, com excesso de peso e sem brilho que foi tão amplamente divulgado por notícias e meios de comunicação durante o verão. Em vez disso, o que os fãs receberam em Chicago foi um Rei do Rock muito mais magro, mais enérgico e revigorado, pronto para enfrentar a "Cidade dos Ventos".

Abaixo segue nossa resenha deste trabalho.
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CD 1 - 14 DE OUTUBRO DE 1976

- 1. Also Sprach Zarathustra / See See Rider: Depois de ouvirmos os segundos finais da fanfarra, o Chicago Stadium explode em euforia com a entrada de Elvis no palco. Quando ele canta as primeiras notas, podemos notar que, felizmente, ele está em ótimo estado vocal e de saúde. Infelizmente, o som deste soundboard não é dos melhores, se apresentando um tanto seco e nos deixando ouvir poucos instrumentos. A rendição de Elvis, embora padrão, é excelente.

- 2. I Got a Woman / Amen: Elvis faz sua rotina do "well, well, well" por um tempo mais longo do que o normal e então brinca: "É isso, pessoal. Muito obrigado." A rendição é bem melhor do que a de costume - especialmente as feitas no primeiro semestre de 1976. Sua voz está clara e ele até brinca com as notas durante a música, se mostrando muito empolgado e pedindo que o público cante junto em "Amen". A finalização com o dive bomb de JD é mediana.

- 3. Love Me: "Muito obrigado, senhoras e senhores. Quero dizer que é um prazer estar de volta aqui. Estivemos aqui quando, há uns cinco anos? Esperamos que gostem do show." Notando as fãs totalmente histéricas e querendo agarrá-lo, o cantor avisa: "Esperem um pouco, pessoal. Vocês sabem, têm crianças na plateia." Tanto a voz de Elvis quanto sua rendição e o mix do áudio são satisfatórios nesta música que sempre abria as interações diretas entre o cantor e seus fãs.

- 4. If You Love Me (Let Me Know): No repertório desde agosto de 1974, a música sempre foi uma das preferidas de Elvis e da plateia. "Se você me ama, deixe-me saber", ele canta - e as fãs respondem positivamente. Esta é uma das melhores versões de 1976.

- 5. You Gave Me a Mountain: "Muito obrigado. Obrigado, vocês são uma plateia fantástica, senhoras e senhores. Obrigado." Uma música sempre poderosa, recebe aqui um tratamento excelente. Elvis se concentra totalmente no sentimento da letra e se entrega em uma versão realmente gostosa de se ouvir.

- 6. Jailhouse Rock: Elvis começa seu medley de hits dos anos 1950 com o clássico de 1957 e surpreendentemente não a deixa de lado para beijar fãs. Ele canta do início ao fim sem perder o tempo, errar a letra ou parecer cansado. Até mesmo os backing vocals se empolgam no final.

- 7. All Shook Up: "Muito obrigado. Gostaria de fazer um medley de algumas das minhas gravações para vocês." Continuando o medley, Elvis quer partir para a próxima música, mas antes responde a uma fã que pede "Jailhouse Rock" de novo: "Acabei de cantar 'Jailhouse Rock'! 'Love Me Tender', farei depois." Ele faz uma versão mediana, mas bastante boa.

- 8. Teddy Bear / Don't Be Cruel: No geral, a versão é mediana, mas Elvis está mais centrado nas fãs.

- 9. And I Love You So: Esta é uma das calmas da noite, presente em boa parte dos shows desde meados de 1975. Elvis ri e se perde um pouco enquanto as fãs pedem sua atenção, mas a rendição é simplesmente fantástica.

- 10. Fever: Elvis está completamente centrado nos fãs, mas canta muito bem enquanto distribui lenços e beijos. Segundo avaliações de jornais da época, o cantor entregou em torno de 50 lenços nos dois shows de Chicago em 1976.

- 11. Polk Salad Annie: "Vocês são realmente uma plateia fantástica. Vamos trabalhar para vocês!" Elvis começa a rendição e troca a letra da música reclamar que os Stamps estão fora do ritmo - algo que ele estaria incapacitado de perceber mais cedo naquele ano. Jerry Scheff e James Burton fazem um ótimo trabalho em seus solos e são maravilhosamente ajudados pela bateria de Ronnie Tutt. Até mesmo Elvis arrisca alguns golpes de karatê mais elaborados.

- 12. Introductions / Early Morning Rain: As introduções da banda  seguem como de costume. The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Sherrill Nielsen e Kathy Westmoreland são os primeiros. John Wilkinson vem na sequência com seu solo e Elvis canta junto em uma versão ligeiramente acima do tempo e nota usuais - o que ele nota e pede para recomeçar.

- 13. What'd I Say / Johnny B. Goode / Solos: James Burton faz seus solos de costume - e Elvis canta também -, seguido dos solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff - que apresenta dois solos! -, Tony Brown e David Briggs.

- 14. Love Letters: "Na primeira vez em que David e eu trabalhamos juntos, era sua primeira sessão de gravação e nós fizemos 'Love Letters'. Era 1932." Sem novidades, é uma versão lenta e sincera.

- 15. School Days: Terminando com as introduções, Elvis apresenta Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra.

- 16. Hurt: "Temos uma gravação que foi lançada há um mês, se chama 'Hurt'." A plateia enlouquece. A rendição de Elvis é tão romântica e bem coordenada que os aplausos efusivos ecoam pela arena quase de forma interminável no final. Ele compensa o público com mais uma versão completa - algo raríssimo - e tão boa quanto a primeira, mas com uma finalização ainda mais enérgica.

- 17. Love Me Tender: Elvis se atrapalha um pouco: "Gostaria de fazer um pouco da minha primeira gravação, 'Love Me Tender'. Vai me dar uma chance de andar pelo palco um pouco." A versão é sincera, com Elvis atendendo seus fãs.

- 18. Hound Dog: Elvis introduz o clássico de 1956 com energia e levanta a plateia. Durante a curta rendição, o cantor interage mais com seus fãs.

- 19. Funny How Time Slips Away: "Senhoras e senhores, gostaria de acender as luzes da casa para poder dar uma olhada em vocês." Elvis faz uma versão mediana, se preocupando em atender fãs em meio à rendição.

 - 20. Mystery Train / Tiger Man: O medley de gravações dos tempos do Sun Studio é bem recebido pela plateia e Elvis faz uma versão excelente. Ele canta bem e sem desafinar ou parecer cansado, enquanto a banda dá um empurrão a mais em sua performance.

- 21. Can't Help Falling in Love: "Vocês foram uma plateia fantástica, senhoras e senhores. Temos outro show para fazer aqui amanhã à noite, então, até nos encontrarmos de novo, que Deus os abençoe, tenham cuidado ao voltar para casa e muito obrigado." Elvis encerra sua apresentação com uma versão encantadora da música de 1961 enquanto distribui os últimos lenços e beijos para as fãs.

- 22. Closing Vamp: A fanfarra final é ouvida quase em seu todo antes de um fade longo.

 

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CD 2 - 15 DE OUTUBRO DE 1976

- 1. I Got a Woman / Amen: A segunda noite de Elvis em Chicago inicia já com o cantor fazendo sua rotina do "well, well, well" (como sabemos, era praxe não gravar os inícios das apresentações naquela época). O som geral deste soundboard é ligeiramente melhor do que o do dia anterior, trazendo as vozes e instrumento igualmente distribuídos no mix, embora falte algo aqui ou ali. Elvis repete a brincadeira do show anterior: "É isso, pessoal. Muito obrigado." A rendição é feita em um ritmo mais acelerado e traz um Elvis ainda melhor em forma vocal do que na noite passada. O cantor muito empolgado e a boa finalização com o dive bomb de JD reflete o que a apresentação nos traria.

- 2. Love Me: "Muito obrigado. Obrigado, senhoras e senhores. Gostaria de dar-lhes as boas vindas ao show e espero que se divirtam. Vamos cantar muitas músicas, algumas velhas, outras novas, e espero que haja algo que vocês gostem." O cantor novamente dedica um bom tempo às fãs histéricas antes de prosseguir. Ao contrário da noite anterior, Elvis faz uma versão comum enquanto dá mais atenção ao público do que à música.

- 3. If You Love Me (Let Me Know): De início já se percebe que o mix mais robusto deste soundboard beneficia a música em muito. Elvis canta com paixão e podemos ouvir nitidamente as respostas da guitarra de James Burton e o trabalho de Ronnie Tutt. No geral, é uma versão de qualidade alta muito parecida com a do dia anterior.

- 4. You Gave Me a Mountain: "Muito obrigado. Obrigado. Mountain." Elvis repete aqui a maravilhosa interpretação do dia 14, mas com muito mais emoção e chegando até a recitar algumas linhas mais tristes do meio da letra. Ele novamente se concentra por inteiro e faz uma performance fenomenal.

- 5. Help Me: Elvis atende uma fã chorosa antes de continuar. "Esta próxima canção é uma que gravamos para um álbum em 1932. Se chama 'Help Me'." Ele mal inicia a música e erra a letra: "Esperem um pouco, esperem. Estamos cantando letras diferentes, filho." Sherrill diz que cantou corretamente e Elvis brinca: "Essa é a letra? Na sua versão!" Erros e brincadeiras aparte, esta é uma versão melodicamente forte e muito bem interpretada. "Muito obrigado. Sherrill, obrigado."

- 6. Jailhouse Rock: Elvis começa seu medley de hits dos anos 1950 e novamente faz uma versão mais séria que, como na noite anterior, empolga até mesmo os backing vocals.

- 7. All Shook Up: "Obrigado. Muito obrigado. Gostaria de fazer um medley de algumas das minhas gravações para vocês." Com tantos fãs lhe pedindo atenção e recebendo, é natural que Elvis não cante parte da letra enquanto se dedica à plateia. Outra versão mediana, mas boa.

- 8. Teddy Bear / Don't Be Cruel: No geral, uma boa rendição. Uma fã tenta pegar vários lenços durante a execução e Elvis até chega a xingá-la de leve.

- 9. And I Love You So: Com um tempo mais rápido do que na noite anterior, esta versão é muito gostosa pel andamento sutil dado pela bateria de Ronnie Tutt.

- 10. Steamroller Blues: "Vamos fazer 'Steamroller', baby!" Elvis faz um pedido espontâneo à banda, uma música que já não era interpretada há quase 5 meses. A versão é excelente, deixando claro que tanto o cantor quanto a banda podiam surpreender quando o conteúdo da apresentação era agradável.

- 11. Introductions / Early Morning Rain: "Gostaria de apresentar os membros do meu grupo para vocês." Depois de interagir com algumas fãs e entregar lenços, Elvis faz as introduções de rotina das Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Kathy Westmoreland e Sherrill Nielsen. John Wilkinson vem na sequência com seu solo e Elvis canta junto.

- 12. What'd I Say / Johnny B. Goode / Solos: James Burton faz seus solos, seguido de Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Tony Brown e David Briggs.

- 13. Love Letters (Incomplete): "Na primeira vez em que David e eu trabalhamos juntos, era sua primeira sessão de gravação e nós fizemos 'Love Letters'. Gostaria de cantá-la para vocês." Esta versão tem um fade logo no início, devido a problemas na fita. O áudio retorna na seção final da música.

- 14. School Days: Terminando com as introduções, Elvis apresenta Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra.

- 15. Hurt: "Temos uma gravação um tanto nova, se chama 'Hurt'." Elvis faz uma versão muito enérgica do início ao fim e, para a decepção da plateia, decide fazer apenas uma reprise rápida do final e não uma segunda rendição completa como na noite anterior. Ele atinge uma nota bastante alta no fim, mas não fica contente: "Medíocre."

- 16. Hound Dog: Novamente, uma curta versão para entreter fãs..

- 17. It's Now or Never: "Gostaria de cantar uma música que gravei há uns 10 anos, 'It's Now or Never'." Elvis ainda não pedia a Sherrill Nielsen que fizesse seu solo com "O Sole Mio", o que é um certo alívio. Sua versão é direta, simpática e muito bem cantada. 

- 18. Blue Christmas: "Se puder, gostaria de acender as luzes da casa para poder vê-los. Nossa! Vocês são realmente uma plateia fantástica." Ao invés de fazer o que todos esperavam, uma rendição de "Funny How Time Slips Away", Elvis começa a cantar "Blue Christmas" espontaneamente e a banda o segue. A versão é curta, mas muito refrescante para o público e nossos ouvidos.

- 19. Can't Help Falling in Love: "Deixem-me dizer uma coisa. Sempre que nos quiserem de volta, chamem que voltaremos. Plateia fantástica! Vamos embora." É o fim do show, hora de distribuir os últimos lenços e beijos.

- 20. Closing Vamp: Novamente, um fade longo termina a fanfarra final. 

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