Lançamento:
4 de abril de 1973
Duração:
90:00
Produtora:
NBC-TV
Orçamento:
US$ 1 milhão
Arecadação:
US$ 150 mil
Elenco principal:
Elvis Presley
JD Sumner
Charlie Hodge
Kathy Westmoreland
Joe Guercio
TCB Band
The Sweet Inspirations
The Stamps Quartet
Trilha sonora:
"Aloha From Hawaii via Satellite" (2xLP)
(4 de fevereiro de 1973)
"Aloha From Hawaii via Satellite" (CD)
(28 de abril de 1998)
"Aloha From Hawaii via Satellite - Legacy Edition" (2xCD)
(19 de março de 2013)
"Aloha From Hawaii via Satellite" (3xCD)
(FTD - Fevereiro de 2022)
Aloha from Hawaii via Satellite foi o primeiro e único show de Elvis transmitido ao vivo via satélite para vários países. Filmado no Havaí, o concerto foi transmitido pela primeira vez na TV nos EUA e no mundo alguns meses depois. Sua trilha sonora, o segundo e último LP duplo durante sua vida, foi seu 84º álbum e 191º trabalho audiofônico (incluindo singles e EPs).
Ao longo dos anos, ficou evidente que Elvis tinha um grande apreço pelo Havaí. Foi lá que alguns dos melhores momentos de sua carreira ocorreram, como os shows de 1957, o concerto beneficente em Pearl Harbor e o filme "Blue Hawaii", ambos em 1961.
As ilhas do arquipélago ainda serviriam de cenário para "Girls! Girls! Girls!" e "Paradise, Hawaiian Style", de 1962 e 1966, respectivamente, além do especial de TV "Aloha From Hawaii" em 1973, que foi transmitido ao vivo via satélite desde o Centro Internacional de Honolulu (HIC - agora conhecido como Neal S. Blaisdell Center), em Honolulu.
HISTÓRIA
Em 8 de julho de 1972, inspirado em uma recente visita feita pelo presidente dos EUA, Richard Nixon, à China, o empresário de Presley, o Coronel Thomas Parker, anunciou que haveria uma transmissão mundial via satélite de um show de Elvis no Havaí para permitir que o mundo inteiro tivesse a chance de ver uma de suas apresentações "uma vez que é impossível nos apresentarmos em todas as grandes cidades" (o que não era fato, e sim apenas o medo de Parker de sair dos EUA e não poder mais voltar - ele entrara clandestinamente nos anos 1920).
Parker inicialmente declarou que iria acontecer em outubro ou novembro de 1972, mas a data foi alterada para o início de 1973 após a MGM mostrar preocupação com um possível confronto com o lançamento de seu documentário Elvis on Tour.
Em 8 de julho de 1972, inspirado em uma recente visita feita pelo presidente dos EUA, Richard Nixon, à China, o empresário de Presley, o Coronel Thomas Parker, anunciou que haveria uma transmissão mundial via satélite de um show de Elvis no Havaí para permitir que o mundo inteiro tivesse a chance de ver uma de suas apresentações "uma vez que é impossível nos apresentarmos em todas as grandes cidades" (o que não era fato, e sim apenas o medo de Parker de sair dos EUA e não poder mais voltar - ele entrara clandestinamente nos anos 1920).
Parker inicialmente declarou que iria acontecer em outubro ou novembro de 1972, mas a data foi alterada para o início de 1973 após a MGM mostrar preocupação com um possível confronto com o lançamento de seu documentário Elvis on Tour.
Como os shows já haviam sido planejados, os três ocorreram normalmente nos dias 17 e 18 de novembro de 1972, mas sem serem filmados.
Parker então realizou mais uma conferência de imprensa na madrugada de 4 para 5 de setembro de 1972, após o show de encerramento da segunda temporada em Las Vegas naquele ano, para confirmar que o concerto, agora intitulado Aloha From Hawaii, seria transmitido em 14 de janeiro de 1973.
Parker então realizou mais uma conferência de imprensa na madrugada de 4 para 5 de setembro de 1972, após o show de encerramento da segunda temporada em Las Vegas naquele ano, para confirmar que o concerto, agora intitulado Aloha From Hawaii, seria transmitido em 14 de janeiro de 1973.
A apresentação seria beneficente e visaria arrecadar fundos para a Fundação do Câncer Kui Lee, conseguindo o montante de US$ 150 mil para a causa em dois shows.
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Elvis durante conferência de imprensa para o show; 5 de setembro de 1972 |
A imprensa foi informada de que um público de 1 bilhão de pessoas era esperado para ver o "primeiro show especial a ser transmitido ao vivo em todo o mundo", embora Parker não tenha levado em conta o fato de que muitos países, incluindo partes da Europa e das Américas, não iriam ver o show ao vivo devido ao horário da transmissão e outros fatores.
Mesmo nos EUA, o especial não passou ao vivo. O show só foi ao ar quase três meses depois, em 4 de abril de 1973, cheio de cortes e com inserção de clipes. O Brasil também não viu a apresentação até 1977, quando o especial passado na TV americana foi exibido em homenagem a Elvis na ocasião de seu falecimento.
No nosso caso, isso se deu porque havia um parâmetro que determinava quais países poderiam receber o show ao vivo: pelo menos 50% dos televisores do país deveriam ser a cores, pois o cenário do concerto havia sido estrategicamente montado e colorido para impressionar a vista. Em 1973 o Brasil possuía pouquíssimos aparelhos de TV coloridos, pois a venda dos mesmos e as transmissões a cores haviam recentemente começado, em 1972.
Apesar disso, toda a promoção do especial mostrava que pelo menos 40 países, entre eles o Brasil, receberiam a transmissão ao vivo, o que não ocorreu.
A afirmação do "primeiro show especial a ser transmitido ao vivo em todo o mundo" também não era verdadeira, pois a primeira transmissão do tipo - o especial Our World - tinha se dado em 25 de junho de 1967, incluindo artistas de renome como Maria Callas, Pablo Picasso e The Beatles; Aloha From Hawaii foi, então, somente o primeiro concerto ao vivo via satélite com um único artista.
Mesmo nos EUA, o especial não passou ao vivo. O show só foi ao ar quase três meses depois, em 4 de abril de 1973, cheio de cortes e com inserção de clipes. O Brasil também não viu a apresentação até 1977, quando o especial passado na TV americana foi exibido em homenagem a Elvis na ocasião de seu falecimento.
No nosso caso, isso se deu porque havia um parâmetro que determinava quais países poderiam receber o show ao vivo: pelo menos 50% dos televisores do país deveriam ser a cores, pois o cenário do concerto havia sido estrategicamente montado e colorido para impressionar a vista. Em 1973 o Brasil possuía pouquíssimos aparelhos de TV coloridos, pois a venda dos mesmos e as transmissões a cores haviam recentemente começado, em 1972.
Apesar disso, toda a promoção do especial mostrava que pelo menos 40 países, entre eles o Brasil, receberiam a transmissão ao vivo, o que não ocorreu.
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Marketing: Apesar de não receber a transmissão, o Brasil constava entre os 40 países que veriam o show. FOTO: Conferência de imprensa para o Aloha From Hawaii em Las Vegas; 5 de setembro de 1972. |
A afirmação do "primeiro show especial a ser transmitido ao vivo em todo o mundo" também não era verdadeira, pois a primeira transmissão do tipo - o especial Our World - tinha se dado em 25 de junho de 1967, incluindo artistas de renome como Maria Callas, Pablo Picasso e The Beatles; Aloha From Hawaii foi, então, somente o primeiro concerto ao vivo via satélite com um único artista.
Também é incorreta a informação dada por Parker e pela imprensa de que entre 1 e 1,5 bilhão de pessoas assistiram ao show ao vivo. A população total dos países em que a transmissão seria em tempo real era em torno de 1,3 bilhão - implicando em que todos teriam de ver o show para que a informação fosse correta - e nem todos veriam o evento por causa do fuso-horário.
Duas semanas após a conferência de imprensa em Las Vegas, Parker recebeu uma carta do ator e colunista do Honolulu Advertiser, Eddie Sherman. Ele havia lido notícias de que os ingressos para as apresentações não seriam cobrados, e que em vez disso cada pessoa faria uma doação de qualquer valor para a caridade.
Duas semanas após a conferência de imprensa em Las Vegas, Parker recebeu uma carta do ator e colunista do Honolulu Advertiser, Eddie Sherman. Ele havia lido notícias de que os ingressos para as apresentações não seriam cobrados, e que em vez disso cada pessoa faria uma doação de qualquer valor para a caridade.
Sherman sugeriu a Parker que Elvis cantasse "I'll Remember You", que era uma composição de Kui Lee - um dos artistas mais famosos do Havaí - e fazia parte dos shows regulares de Presley, como uma forma de agradecimento ao povo e ao homem que deu nome à instituição que receberia as doações, a Fundação do Câncer Kui Lee. Vendo a oportunidade de divulgar a natureza beneficente de Elvis Presley, mais uma vez, Parker imediatamente concordou.
Depois das três apresentações no Havaí em 17 e 18 de novembro de 1972, Elvis participou de uma conferência de imprensa no dia 20 do mesmo mês, no auditório do Hawaiian Village Hotel, onde oficializou a data de 14 de janeiro de 1973 para o "Aloha From Hawaii".
Depois das três apresentações no Havaí em 17 e 18 de novembro de 1972, Elvis participou de uma conferência de imprensa no dia 20 do mesmo mês, no auditório do Hawaiian Village Hotel, onde oficializou a data de 14 de janeiro de 1973 para o "Aloha From Hawaii".
O presidente da RCA, Rocco Laginestra, adicionou: "A entrada só será permitida via doação, não haverá venda de ingressos e toda a arrecadação será direcionada ao Kui Lee Cancer Fund." O cantor e o Coronel Parker abriram as doações com cheques de mil dólares cada, acompanhados de mais mil em nome da RCA e 500 dólares de cada membro de seu grupo.
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Elvis durante os três shows de 17 e 18 de novembro de 1972 em Honolulu |
Elvis retornou a Las Vegas no dia seguinte para descansar e ficou até 4 de dezembro, quando teve de voltar a Graceland às pressas para resolver assuntos pessoais. Sem poder assinar o contrato com o HIC e a RCA, o cantor enviou uma carta ao Coronel autorizando que ele oficializasse tudo em seu nome.
Em 13 de dezembro de 1972, o Honolulu Star Bulletin circulou uma nota anunciando que as doações estavam abertas e que os interessados poderiam enviar qualquer valor diretamente para o escritório do Honolulu International Center em cheques nominais para o Kui Lee Cancer Fund. Duzentos lugares à frente do palco foram reservados para os doadores mais generosos.
No total, a arrecadação para os dois shows beneficentes, em 12 e 14 de janeiro de 1973, atingiu e ultrapassou a meta de US$ 75 mil. Elvis foi instruído a divulgar somente que a meta fora conseguida com sucesso durante as apresentações, omitindo que ela havia sido superada e que o valor arrecadado tinha sido US$ 150 mil.
IDEIAS E ENSAIOS
Presley chegou ao Havaí em 9 de janeiro de 1973, um dia depois de seu 38 º aniversário, para começar os ensaios. Apesar das circunstâncias na vida pessoal de Elvis, tudo parecia estar melhorando, pois ele não costumava deixar o lado pessoal interferir nos palcos.
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Elvis chega ao Havaí; 9 de janeiro de 1973 |
Elvis perdera 11 quilos para os shows e estava confiante após receber a notícia de que suas vendas de discos estavam aumentando e que "Elvis On Tour" tinha sido nomeado para um Globo de Ouro.
Os ensaios foram realizados no Hilton Hawaiian Village Hotel enquanto o conjunto principal, o Honolulu International Center (HIC) - onde os shows ocorreriam - estava sendo preparado. Embora houvesse vários problemas técnicos, os ensaios foram um sucesso total.
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O Hilton Hawaiian Village nos dias atuais |
O produtor e diretor da atração, Marty Pasetta, tinha assistido um dos concertos de Elvis em Long Beach, em meados de novembro de 1972, e achado "chato" e desprovido de qualquer excitação física. Ele se aproximou de Parker com ideias sobre a transmissão, incluindo uma pista que levaria para fora do palco para que Presley pudesse se aproximar de seu público. Mas Parker insistiu que elas eram inúteis e que seu pupilo concordaria com ele.
Pasetta, no entanto, decidiu abordar Elvis pessoalmente com as ideias e ficou agradavelmente surpreso ao descobrir que o cantor gostaria de fazer o que ele sentia ser melhor para o show. Este foi mais um exemplo da crescente distância entre Presley e seu agente que culminou nas já bem conhecidas brigas que levaram ambos a se separarem e juntarem por várias vezes nos anos seguintes.
DOIS SHOWS, DOIS ELVIS
Após 3 dias de ensaios, Elvis se apresentou, em 12 de janeiro de 1973, em uma espécie de "concerto-ensaio" que foi gravado, mas não transmitido. A apresentação, que ficou conhecida como The Alternate Aloha, se deu no mesmo local do "Aloha", o Honolulu International Center (atual Neal S. Blaisdell Center).
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Honolulu International Center (Neil S. Blaisdell) atualmente |
No concerto de 12 de janeiro, Elvis estava visivelmente mais solto e frequentemente falava com a plateia sobre o porquê de estar fazendo certas coisas - como procurar as marcas das câmeras - e não estar fazendo outras. Ele se dizia preocupado com o show via satélite e pedia ao público que desejasse muita sorte. Mesmo assim, o show foi gravado como uma espécie de "backup", caso qualquer coisa desse errada com a transmissão via satélite - se houvesse algum problema, o "concerto-ensaio" do dia 12 seria transmitido no lugar da apresentação ao vivo.
Já no show de 14 de janeiro, o "Aloha" transmitido via satélite, Elvis adentrou o palco mais confiante. Porém, sua apresentação mostrou-se extremamente rígida do início ao fim, deixando-se soltar um pouco - mas não muito - durante a interpretação de "Fever".
Tudo deveria ser rigorosamente coreografado, desde os movimentos, as expressões corporais e a interação com o público ao ritmo da apresentação e o trabalho de câmera. Afinal, não era um show de Elvis Presley, e sim uma promoção de Tom Parker, um programa de TV com plateia, por assim dizer.
E é isso que deixa claro a reportagem de Wayne Harada, do jornal Honolulu Advertiser, veiculada no dia 14 de janeiro: (artigo original)
LUZ, CÂMERA... ALOHA!
No intuito de mostrar Elvis com perfeição, vários fatores, efeitos e técnicas foram usados.
Em primeiro lugar, o cenário colorido deveria refletir o Havaí e sua flora, além de realçar o branco da jumpsuit de Elvis. Depois, o palco alto deveria impedir que as fãs pudessem agarrar Presley e provocar uma cena "escandalosa" que seria vista no mundo inteiro. Mas o cantor quebrou o protocolo algumas vezes, deixando que elas o abraçassem - e até tentassem roubar seus anéis, ação sempre correspondida com uma risada sarcástica.
Em seguida, espelhos foram inseridos nas extremidades do palco para refletir a plateia e simular um público maior do que os 6 mil realmente presentes. Por último, como o show não poderia ser parado nem as canções poderiam ser repetidas, Elvis tinha a sua disposição dálias com as letras logo abaixo da câmera que o filmava desde o centro do palco.
MODIFICAÇÕES NA LISTA DE MÚSICAS DO SHOW
Inicialmente, a ideia era mostrar Elvis em todas as fases de sua carreira e trazê-lo cantando praticamente todos os hits que o haviam colocado no lugar onde agora estava. Como aquele se tornaria um show extenso, ainda mais naquela situação, em que a apresentação havia começado às 0h30, foi decidido que o Rei do Rock dividiria a performance entre sucessos antigos e atuais, músicas de sua preferência e outras que nunca havia cantado.
A lista de original continha as seguintes músicas:
DEPOIS DO SHOW, MAIS TRABALHO
Quando o especial "Aloha From Hawaii" terminou, já passava de 1h30 da manhã no Havaí. Em partes dos EUA, já era mais de 7h30. Mesmo assim, Elvis teve de esperar a Arena HIC esvaziar para cumprir sua última parte no contrato.
Ele precisava gravar algumas canções para o especial que seria transmitido na TV americana em 4 de abril de 1973. Eram cinco músicas: "Blue Hawaii", "Ku-U-I-Po", "No More", "Hawaiian Wedding Song" e "Early Morning Rain". Elvis começou a gravar às 2:15 da manhã e, entre erros e acertos, o trabalho estava pronto às três.
O LEGADO HAVAIANO
Em última instância, todo este trabalho se traduziu em uma apresentação memorável que marcou a história das transmissões via satélite e resumiu os dias áureos da carreira de Elvis Presley. O show, existente hoje em VHS, DVD e Blu-Ray, permanece um dos mais lembrados da música internacional.
E é isso que deixa claro a reportagem de Wayne Harada, do jornal Honolulu Advertiser, veiculada no dia 14 de janeiro: (artigo original)
"Elvis Presley recebeu uma coroa de ouro - e uma ovação de pé - na conclusão de seu inédito show de TV ao vivo transmitido via satélite para uma audiência global de mais de 1,5 bilhão nas primeiras horas da madrugada. Presley transpirava muito e simplesmente segurou com a coroa, aceitando os elogios, antes de desaparecer nos bastidores em mais uma noite de trabalho concluída.
A Arena HIC, lotada com 6000 fãs havaianos, tornou-se um gigantesco estúdio de TV para o espetáculo de uma hora, "Aloha from Hawaii", que foi transmitido pela para cerca de 40 nações. Foi uma hora emocionante - com música e gritos ruidosos - onde Presley cantou um total de 25 músicas, incluindo uma versão rara e pungente de "I'll Remember You", de Kui Lee. Assim como o ensaio de sexta-feira à noite, o show de ontem foi um benefício para o Fundação do Câncer Kui Lee.
Mas ao contrário de qualquer outra produção de caridade, este teve que aura de The Big Time: um superstar fazendo um super desempenho, bem diante dos olhos do mundo. As equipes de filmagem estavam por toda parte: no palco, nos corredores, na platéia; o zoom estava em Presley e seu desempenho inovador, coordenado pela RCA Record Tours. "Aloha from Hawaii" é a primeira transmissão especial ao vivo para um público global; ele será expandido para um especial de 90 minutos da NBC-TV, que será exibido aqui e no continente ainda este ano.
Talvez apenas um fenômeno como Presley pudesse realizar tal façanha em uma hora tão imprópria para shows - 00:30, hora do Havaí - e ainda lotar a casa. O concerto foi semelhante em formato ao seu par de shows de novembro de 1972 no HIC: começou na escuridão, com a fanfarra de "2001: A Space Odyssey" antecedendo entrada de Elvis Presley; terminou com Presley cantando "Can't Help Fallin' in Love with You". Claro, houve diferenças. Para começar, Presley arremessou sua capa branca e cravejada para o público - um marco do seu número final. Esse foi o sonho de um colecionador que se tornou realidade. O sortimento habitual de lenços foi disponibilizado para o público em determinados pontos do show.
O palco, especialmente construídos para a apresentação, era excepcionalmente grande e com uma plataforma saliente, consistindo de uma parede preta que se estendia desde o chão ao teto da arena. Uma série de espelhos emolduravam ambos os lados do palco e luzes especiais - na forma de silhuetas de Presley e de letras - soletravam o seu nome não só em inglês, mas em línguas estrangeiras, acendendo e apagando ocasionalmente. Uma vez no palco, Elvis nunca o deixou nem parou para intervalos comerciais.
Para o público havaiano, "I'll Remember You" foi a rendição mais sentimental. A versão de Presley manteve o sabor havaiano, mas também aproveitou o alcance internacional da música; facilmente poderia emergir como o próximo hit Nº. 1 de Elvis Presley. "An American Trilogy" foi outra instância emocional, que enviou várias centenas de fãs aos seus pés. Mas, aparentemente, a necessidade de manter o show andando - pois o tempo de transmissão na TV é precioso - forçou Presley a ignorar a resposta do público.
O concerto foi inteligentemente ritmado e embalado para atender todos os campos da discografia de Presley. Haviam os antigos sucessos - Love Me, Blue Suede Shoes, Hound Dog, Johnny B. Goode, Long Tall Sally; haviam os recentes - Suspicious Minds, Burning Love, What Now My Love; e haviam as partes acaloradas - See See Rider, Something, Fever, esta última com os clássicos movimentos pélvicos de Presley. E também estavam lá as rendições especiais de Welcome to My World, It's Over e I'm So Lonesome I Could Cry.
Ele só tocou sua guitarra uma única vez. Afinal, tinha todo o apoio musical de que precisava: a combinação dos seis músicos de sua banda, com JD Sumner, The Stamps Quartet e The Sweet Inspirations fazendo os backing vocals, e uma orquestra gigantesca de de 40 músicos, incluindo uma seção de cordas esplendidamente ágil composta por alguns dos nossos músicos sinfônicos. Presley manteve a conversa ao mínimo. Brincou sobre Hound Dog: "Eu era apenas um bebê quando eu fiz essa canção". Ele introduziu Jack Lord como um de seus atores favoritos. E relatou que sua meta original de US$ 25.000 para a Fundação do Câncer Kui Lee tinha sido ultrapassada, com mais de US$ 75.000 levantados em doações.
O Aloha de Elvis Presley para o Havaí tinha sido demonstrado antes, quando ele ajudou a levantar fundos para a construção do USS Arizona Memorial em 1961. O show de ontem reafirma o carinho filantrópico de Presley e do Coronel Tom Parker para com o Havaí. Como a natureza duradoura da música de Kui Lee, a incandescência de Presley é incomparável. Talvez Presley tivesse uma mensagem oculta em quando cantou as linhas de fechamento da canção de Kui Lee: "... ama-me sempre, prometa que sempre se lembrará também."
LUZ, CÂMERA... ALOHA!
No intuito de mostrar Elvis com perfeição, vários fatores, efeitos e técnicas foram usados.
Em primeiro lugar, o cenário colorido deveria refletir o Havaí e sua flora, além de realçar o branco da jumpsuit de Elvis. Depois, o palco alto deveria impedir que as fãs pudessem agarrar Presley e provocar uma cena "escandalosa" que seria vista no mundo inteiro. Mas o cantor quebrou o protocolo algumas vezes, deixando que elas o abraçassem - e até tentassem roubar seus anéis, ação sempre correspondida com uma risada sarcástica.
Em seguida, espelhos foram inseridos nas extremidades do palco para refletir a plateia e simular um público maior do que os 6 mil realmente presentes. Por último, como o show não poderia ser parado nem as canções poderiam ser repetidas, Elvis tinha a sua disposição dálias com as letras logo abaixo da câmera que o filmava desde o centro do palco.
MODIFICAÇÕES NA LISTA DE MÚSICAS DO SHOW
Inicialmente, a ideia era mostrar Elvis em todas as fases de sua carreira e trazê-lo cantando praticamente todos os hits que o haviam colocado no lugar onde agora estava. Como aquele se tornaria um show extenso, ainda mais naquela situação, em que a apresentação havia começado às 0h30, foi decidido que o Rei do Rock dividiria a performance entre sucessos antigos e atuais, músicas de sua preferência e outras que nunca havia cantado.
A lista de original continha as seguintes músicas:
Also Sprach Zarathustra
See See Rider
I Got a Woman
Burning Love
Something
You Gave Me a Mountain
Steamroller Blues
My Way
Love Me
Little Sister
One Night
(Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel
My Babe
It's Impossible
It's Over
Blue Suede Shoes
I'm So Lonesome I Could Cry
Hound Dog
What Now My Love
Fever
Welcome to My World
Suspicious Minds
Introductions
I'll Remember You
An American Trilogy
How Great Thou Art
A Big Hunk O' Love
Lawdy Miss Claudy
Can't Help Falling In Love
Closing Vamp
(músicas em vermelho foram retiradas na primeira revisão da setlist)
DEPOIS DO SHOW, MAIS TRABALHO
Quando o especial "Aloha From Hawaii" terminou, já passava de 1h30 da manhã no Havaí. Em partes dos EUA, já era mais de 7h30. Mesmo assim, Elvis teve de esperar a Arena HIC esvaziar para cumprir sua última parte no contrato.
Ele precisava gravar algumas canções para o especial que seria transmitido na TV americana em 4 de abril de 1973. Eram cinco músicas: "Blue Hawaii", "Ku-U-I-Po", "No More", "Hawaiian Wedding Song" e "Early Morning Rain". Elvis começou a gravar às 2:15 da manhã e, entre erros e acertos, o trabalho estava pronto às três.
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Elvis grava as canções para a edição da TV americana |
O LEGADO HAVAIANO
Em última instância, todo este trabalho se traduziu em uma apresentação memorável que marcou a história das transmissões via satélite e resumiu os dias áureos da carreira de Elvis Presley. O show, existente hoje em VHS, DVD e Blu-Ray, permanece um dos mais lembrados da música internacional.
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Texto original: Elvis Presley Index
Fotos: Google
Fotos: Google
Pesquisa: Elvis Presley Index | http://www.elvispresleyindex.com.br
>> a re-disponibilização desta postagem só é permitida se mantidos os créditos e sem edições.<<
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