EAP Index Brasil: From the Beginning to the End (CD - SRR, 2018)

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

From the Beginning to the End (CD - SRR, 2018)

Título:
From the Beginning to the End
Selo:
SR Records [---]
Formato:
CD duplo
Número de faixas:
41
Duração:
111:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia não-oficial
Ano:
2018
Gravação:
9 e 14 de setembro de 1970
Lançamento:
2018
Singles:
---


From the Beginning to the End é um CD bootleg da SR Records. Ele abrange o primeiro e o último concerto da turnê de Elvis em setembro de 1970 — um em Phoenix, Arizona, no dia 9, e o outro em Mobile, Alabama, no dia 14.


Quando Elvis retornou aos palcos em 31 de julho de 1969, o sucesso foi tão grande que chegou a ofuscar as comemorações da chegada do homem à Lua onze dias antes. A euforia tomou conta de Las Vegas de um jeito que não se via desde os primórdios da cidade, com hotéis superlotados, pessoas do mundo todo pela Sunset Strip e o International Hotel batendo recordes de reservas e venda de ingressos para um estabelecimento recém aberto. A recepção de Elvis foi mais positiva do que ele esperava e o nervosismo pelo "fracasso de 1956" na cidade logo se tornou entusiasmo para mais shows de sua parte e gravações por parte da RCA que resultariam no LP "Elvis in Person at the International Hotel".

Elvis retornaria ao showroom do International cinco meses depois de sua primeira temporada, em 26 de janeiro de 1970, já com planos sólidos de gravar mais um LP ao vivo. Mas seu triunfal retorno aos palcos após 9 anos de hiato e muitos filmes medíocres requeria algo grande para comemorar o feito, o que o Coronel providenciou junto à MGM. Contrato assinado, Elvis foi incumbido de dar seu melhor perante as câmeras de cinema na temporada de agosto/setembro de 1970, resultando no incrível "That's the Way it is".

Embora a MGM tenha procurado mostrar tudo sobre aquela temporada, muito material ficou de fora. A RCA também não teve interesse em divulgar shows completos de Elvis naquela época, fazendo com que as fitas das apresentações não usadas fossem deixadas de lado. Um dos casos é o desta apresentação, das 20h30 de 13 de agosto de 1970, a última gravada para o filme. Por ter passado décadas em prateleiras empoeiradas, ela acabou perdendo seu brilho até que foi esquecida totalmente. Claro, há outros fatores a se considerar na hora de lançar ou não um show, e parece que o caso aqui é que Elvis realmente soa muito cansado por causa de sua rotina de dois shows ao dia. Parker podia ter pensado melhor e priorizado a qualidade sobre a quantidade naquela temporada, que se estendeu de 10 de agosto a 8 de setembro de 1970, mas mesmo assim foi algo especial e um grande desafio para Elvis.

Em 9 de setembro de 1970, em Phoenix, Arizona, Elvis deu início ao que seria um capítulo memorável em sua carreira de turnês. O concerto apresentou sua icônica fusão da energia do rock 'n' roll clássico com uma presença de palco madura e em constante evolução. Apesar das pressões de uma agenda intensa e do ritmo implacável que o desgastava, Elvis ainda entregou uma performance repleta de originalidade e emoção genuína. Seu repertório — que variava de sucessos consagrados a interpretações novas e experimentais — capturou o entusiasmo dos fãs e destacou sua habilidade única de transformar cada apresentação em uma experiência eletrizante.

Em 14 de setembro, em Mobile, Alabama, Elvis encerrou sua turnê com uma energia que desmentia o desgaste físico e emocional de seu rigoroso regime. Mesmo diante dos desafios de shows consecutivos e de longos dias de turnê, ele conseguiu imbuir o concerto final com um espírito de determinação e maestria artística. Como culminação dessa turnê, essa performance não apenas marcou o fim de um período exigente, mas também celebrou a resiliência e a magia duradoura de suas apresentações ao vivo. Esse encerramento tocou profundamente o público, encapsulando o espírito de um artista que continuava a moldar o cenário das apresentações ao vivo, independentemente dos obstáculos enfrentados.

Ambos os concertos já haviam sido lançados em inúmeras gravações clandestinas, mas a SR Records conseguiu melhorá-los. A qualidade do som foi aprimorada, tornando-a um pouco mais nítida, e isso nos permite desfrutar das performances — uma mudança tremendamente bem-vinda em relação aos bootlegs originados de gravações de fãs. Embora o áudio não seja perfeito e ainda precise de consideráveis ajustes, pelo menos, comparado aos lançamentos anteriores, podemos ouvir claramente Elvis e sua banda. Isso talvez nem fosse necessário, pois sabemos que a RCA — ou outra entidade — possui as soundboards de ambos os concertos e não as lança.


Abaixo segue nossa resenha deste CD.
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CD 1 - 9 DE SETEMBRO DE 1970 - PHOENIX, AZ

- 1. That's All Right: A "Opening Vampestá faltando, então começamos o show com Elvis subindo ao palco. Comparada às versões de Las Vegas de agosto e início de setembro, esta está acima da média.

- 2. I Got a Woman: A música também recebe uma boa interpretação, e o final é notavelmente diferente de uma forma positiva.

- 3. By the Time I Get to Phoenix: Ao visitar a cidade pela primeira vez nos anos 1970, Elvis canta um trecho do sucesso de 1965 de Johnny Rivers.

- 4. Love Me Tender: Para dar início aos "beijos e lenços", Elvis faz uma interpretação bem ritmada de seu sucesso de 1956 enquanto atende seus fãs.

- 5. I've Lost You: Elvis vinha promovendo seu single em quase todos os shows desde 10 de agosto. Embora esta versão seja boa, ela não ofusca a que ouvimos mais tarde no álbum "That's the Way it is", lançado dois meses depois.

- 6. Sweet Caroline: Elvis começa a música, mas logo perde o interesse. Então, ele para e escolhe outra.

- 7. You've Lost That Lovin' Feelin': O sucesso dos Righteous Brothers vem em seguida. No geral, é uma interpretação apaixonada e bem elaborada.

- 8. Polk Salad AnnieEsta versão é, sem dúvida, uma das melhores de todos os tempos. A introdução apresenta uma conversa prolongada entre Elvis e Ronnie Tutt, cuja bateria é excepcionalmente proeminente ao longo da música, criando um espetáculo por si só. O final é igualmente selvagem.

- 9. Band Introductions: Elvis apresenta The Sweet InspirationsThe Imperials, Kathy Westmoreland e James Burton.

- 10. Johnny B. Goode: Segue-se uma versão rápida e rocker do sucesso de Chuck Berry. Elvis então apresenta John Wilkinson, Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Glen Hardin, Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra.

- 11. The Wonder of You: Esta versão é distinta e muito refrescante. Elvis pula a introdução e começa a cantar imediatamente — uma prática que se tornaria rotina em suas apresentações a partir de 1974.

- 12. In the Ghetto: Esta pequena surpresa começa com uma interpretação poderosa, mas quando Elvis começa a rir da plateia, a música perde um pouco do brilho no meio. O final, no entanto, é fantástico.

- 13. Heartbreak Hotel: Uma versão animada e blueseira de seu primeiro sucesso pela RCA em 1956, imperdível.

- 14. Blue Suede Shoes / All Shook Up: Outro de seus sucessos de 1956, "Blue Suede..." também recebe uma versão acelerada seguida por um medley que incorpora a gravação de 1957 em um estilo semelhante.

- 15. Bridge Over Troubled Water: Infelizmente, a fita estava muito danificada no início desta música de tirar o fôlego de Elvis, então a interpretação começa na segunda estrofe. Esta pode ser a melhor interpretação de setembro de 1970.

- 16Suspicious Minds: Elvis está completamente entusiasmado com a música ao longo desta interpretação. É uma versão rápida e cheia de energia que culmina numa impressionante demonstração de golpes de karatê extraordinários no final.

- 17. Can't Help Falling in Love: O show termina com a versão padrão do clássico de 1961.

BÔNUS

As faixas a seguir são do mesmo concerto, mas vêm de uma fonte diferente e com áudio mais nítido.

18. I've Lost You
19. The Wonder of You
20.  In the Ghetto


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CD 2 - 14 DE SETEMBRO DE 1970 - MOBILE, AL

- 1. Intro: Ouvimos parte da "Opening Vamp".

- 2. That's All Right: A fita de origem é um pouco mais nítida que a do CD 1. Embora a interpretação seja padrão, ela é muito bem executada.

- 3. I Walk the Line: "Olá, eu sou Johnny Cash!" Elvis canta brincando um trecho do sucesso de Cash.

- 4. I Got a Woman / Amen: Esta é uma excelente interpretação, que se torna ainda mais memorável pela sincera "Amen" no final.

- 5. Love Me Tender: Esta é uma interpretação justa que prepara o cenário para interação direta com os fãs.

- 6. I've Lost You: Embora não existam "versões ruins" deste single, as apresentações da turnê de setembro de 1970 são as melhores, e esta não é exceção. Esta é a última versão ao vivo.

- 7. You've Lost That Lovin' Feelin': "Vocês são um público maravilhoso. Muito obrigado." Uma ótima versão do sucesso do The Righteous Brothers' vem na sequência.

- 8. Polk Salad Annie: Elvis se diverte muito nesta versão. Ele ri, grita e berra, executa mudanças rítmicas e de tom complexas e conclui com uma exibição impetuosa de golpes de karatê — só para recomeçar e fazer tudo de novo! A plateia vai ao delírio.

- 9. Band Introductions: Elvis introduz The Sweet InspirationsThe Hugh Jarrett Singers e Kathy Westmoreland.

- 10. Johnny B. Goode: "Na guitarra lead, meu guitarrista favorito, Mr. James Burton." Nesse momento, Elvis faz uma introdução solo inusitada, visivelmente animado, enquanto James toca o hit de Chuck Berry.

- 11. Band Introduction: Elvis continua as introduções com John Wilkinson, Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Glen Hardin e Charlie Hodge. Ele reconhece a cantora Jane Morgan na plateia e, em seguida, apresenta Joe Guercio e sua orquestra.

- 12. The Wonder of You: Como de costume, a essa altura, a música começa sem a introdução orquestral. É uma versão agradável e bem coordenada.

- 13. In the Ghetto: Elvis executa uma interpretação magistral, na qual para no meio da música para interagir com o público e rir um pouco. O final é simplesmente fenomenal.

- 14. Heartbreak Hotel: "Fiz uma música chamada 'Heartbreak Hotel'. Eu era apenas um bebê." O medley de sucessos dos anos 1950 começa com estilo, com Elvis executando diversas vocalizações variadas, o que torna a interpretação excelente.

- 15. Blue Suede Shoes / All Shook Up: Este medley inusitado é surpreendentemente bom. Elvis canta de forma enérgica e animada, e o público adora.

- 16. Don't Be Cruel: Raramente tocada fora de um medley, a música ganha uma interpretação sólida, apresentando a frase jocosa, "Please, let's forget the past / before I kick your ass" ("por favor, esqueça o passado / antes que eu chute seu traseiro").

- 17. Hound Dog: "Na mesma época em que gravei "Don't Be Cruel", gravei "Hound Dog" direto. 1956." Elvis então adiciona: "Hey, eu tinha quatro anos quando gravei essa música, minha voz era muito mais aguda." Ele provoca o público fingindo que não consegue começar a música e então explode em uma interpretação incrível com um lindo solo de James Burton.

- 18. Bridge Over Troubled Water: Embora Elvis soe um pouco contido, esta versão é muito boa.

- 19. Suspicious Minds: O show está chegando ao fim, e agora é o momento perfeito para esta música de tirar o fôlego. Elvis canta muito bem e apresenta uma versão estendida e vibrante de 5 minutos.

- 20. Funny How Time Slips Away: Ignorando o típico discurso sobre "acender as luzes da casa", a música começa e a plateia explode de entusiasmo. Elvis canta suavemente, oferecendo uma interpretação sólida, e os fãs tentam de tudo para conseguir um beijo.

- 21. Can't Help Falling in Love: Após um breve agradecimento ao público, Elvis canta seu hit de 1961 e interage com o público uma última vez.

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