EAP Index Brasil: Road to Nowhere (CD - EPC, 2016)

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Road to Nowhere (CD - EPC, 2016)

Título:
Road to Nowhere
Selo:
EP Collector [EPC 2016-07]
Formato:
CD
Número de faixas:
27
Duração:
67:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia extra-oficial
Ano:
2016
Gravação:
21 de maio de 1977
Lançamento:
2016
Singles:
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Road to Nowhere é um CD da gravadora de bootlegs EP Collector. Ele traz o concerto completo de 21 de maio de 1977 em Louisville, Kentucky, marcado por um evento inacreditável antes da apresentação.


Entre janeiro e maio de 1977, Elvis vivenciou uma fase intensa e desafiadora em sua vida pessoal e profissional. Apesar de enfrentar problemas de saúde crescentes, ele manteve um compromisso inabalável com a música e com seus fãs, continuando a realizar shows e a encantar plateias por onde passava.

No início do ano, Elvis embarcou em uma série de apresentações que o levaram a diversas cidades pelos Estados Unidos. Em fevereiro, iniciou uma turnê que, embora marcada por percalços, ainda revelava momentos de brilho de sua incrível habilidade artística. Mesmo com a voz por vezes enfraquecida e a energia comprometida, ele entregava interpretações emocionantes de canções como "My Way" e "Unchained Melody", que pareciam refletir sua jornada pessoal e introspecções daquele período.

Sua saúde, no entanto, era motivo de preocupação para aqueles ao seu redor. O uso excessivo de medicamentos prescritos e o desgaste físico de anos na estrada começaram a cobrar seu preço. Amigos e membros da equipe notavam que Elvis apresentava sinais claros de exaustão e instabilidade, mas sua determinação em continuar se apresentando prevalecia. Havia nele um senso de responsabilidade com o legado que construíra e uma conexão profunda com seu público que o motivavam a seguir adiante.

Em março de 1977, começaram os preparativos para o que seria seu último especial de televisão, gravado em junho daquele ano. A ideia era capturar a essência de suas performances ao vivo, eternizando momentos que ainda hoje ressoam com intensidade entre os admiradores. Esse projeto mostrava que, apesar dos desafios, Elvis continuava buscando maneiras de se reinventar e de entregar algo significativo aos fãs.

No âmbito pessoal, ele mantinha um relacionamento com Ginger Alden, com quem estava noivo. Essa relação oferecia a Elvis um refúgio e a esperança de estabilidade emocional, algo que ele almejava em meio ao turbilhão de sua vida pública. Momentos de tranquilidade eram raros, mas preciosos para ele.

Ao longo desses meses, Elvis também demonstrou interesse renovado por questões espirituais e pela busca de significado além da fama e do sucesso material. Conversas profundas com amigos próximos refletiam sua inquietação e o desejo de encontrar equilíbrio e propósito.

Segundo o relato de Larry Geller, que foi não apenas o cabeleireiro pessoal de Elvis Presley, mas também seu confidente e conselheiro espiritual, o dia 21 de maio de 1977 foi marcado por momentos intensos e reveladores na vida do Rei do Rock. Naquela manhã, antes do show em Louisville, Kentucky, Larry esteve com Elvis em seu quarto de hotel. Ele notou que o cantor estava visivelmente exausto e lutando contra problemas de saúde que vinham se acumulando ao longo dos anos.

Larry contou que Elvis parecia introspectivo, mergulhado em pensamentos profundos sobre sua vida, carreira e propósito. Eles conversaram sobre espiritualidade, um tema que ambos compartilhavam interesse. Elvis expressou sentimentos de isolamento e pressão decorrentes da fama incessante. Apesar do brilho nos palcos, havia uma sombra de melancolia que o acompanhava nos bastidores.

Geller lembrou que, naquela conversa, tentou encorajar Elvis a considerar uma pausa, a cuidar mais de si mesmo e talvez buscar um novo rumo que lhe trouxesse paz e satisfação pessoal. No entanto, Elvis sentia uma responsabilidade enorme com seus fãs e equipe, e a ideia de desapontá-los pesava em sua mente. Ele acreditava que, ao subir ao palco, poderia encontrar novamente aquela faísca que o motivava.

 Na tarde daquele dia, Parker provaria novamente que Elvis só era importante quando se tratava de dinheiro. Larry Geller relembra o ocorrido:
"Estavamos no quarto do hotel em Louisville, Kentucky. Elvis estava mal, teve febre, se sentiu enjoado, teve sintomas de gripe  e não conseguira dormir na noite anterior. Estava no quarto com o Dr. Nick, a portas fechadas. De repente, ouvimos fortes batidas na porta. Isso era estranho, porque tinhamos seguranças em todo o andar e ninguém tinha permissão para entrar. Abri a porta e era o Coronel. Eu o recebi e disse que ia ver se Elvis podia atendê-lo, mas ele me disse rispidamente que entraria no quarto de qualquer jeito.
Quando ele abriu a porta, só o que vi foi Elvis caído na cama, desorientado e balbuciando - praticamente em estado de coma. O Dr. Nick estava segurando a cabeça dele e mergulhando em um balde com água gelada para tentar reanimá-lo. E a porta se fechou. Eu pensei que aquilo seria bom, que o velho - Parker - veria o que estava acontecendo, como Elvis estava mal, e que ia fazer algo a respeito. Aquilo não podia continuar. Era desumano.
Noventa segundos depois, a porta se abre, o Coronel Parker anda até mim - eu levanto - e ficamos cara a cara. E ele me encarou friamente, e disse: 'Ouça-me agora. A única coisa que importa é que aquele homem esteja em cima do palco esta noite. Nada mais importa. Nada.'"
Antes de seguirem para o local do show, Larry observou Elvis se preparar meticulosamente, quase como um ritual. Havia uma mistura de profissionalismo e vulnerabilidade em seus gestos. Ao vestir seu emblemático traje, ele encarnava a persona que o mundo tanto amava, mesmo que internamente enfrentasse batalhas silenciosas.

Mesmo enfrentando problemas de saúde e o cansaço acumulado dos anos de shows, ele manteve sua presença magnética e entregou uma performance que emocionou os fãs presentes no Freedom Hall de LouisvilleA atmosfera era elétrica; milhares de admiradores se reuniram para ver o Rei do Rock, muitos sem saber que esta seria uma das últimas oportunidades de presenciar seu ídolo ao vivo.

Apesar das dificuldades, Elvis demonstrou um compromisso inabalável com a música e com seu público, mostrando momentos de brilho que lembravam seus anos de auge.

Acompanhe abaixo nossa resenha detalhada do concerto.

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- 1. Also Sprach Zarathustra: O público fica em êxtase com a fanfarra.

- 2. See See Rider: Apesar de tudo o que estava acontecendo naqueles dias, parecia que a plateia estava maravilhada. Para uma fita, o som está acima da média. A rendição é a padrão e Elvis soa muito bem depois de fazer uma entrada bem mais longa do que a de costume.

- 3. I Got a Woman / Amen: "Muito obrigado." Esta é uma rendição padrão, mas Elvis faz uma rotina do "well, well, well" mais elaborada. É refrescante poder ouvir o público acompanhando a música com palmas e o entusiasmo de Elvis. O "striptease" soa bem e a finalização é a padrão.

- 4. That's All Right: Ao invés de entregar o violão a Charlie como de costume, Elvis resolve fazer seu sucesso de 1954. Ele soa enérgico e parece que está realmente tocando. A plateia enlouquece.

- 5. Love Me: A plateia continua frenética. A versão é padrão e Elvis passa a distribuir lenços para suas fãs em histeria.

- 6. If You Love Me (Let Me Know): Uma das preferidas de Elvis, a rendição é padrão e bem arranjada.

- 7. You Gave Me a Mountain: "'Mountain', filho!" Maio de 1977 tem boas versões, mas esta é uma das meramente passáveis. Elvis a interpreta bem, mas soa apressado.

- 8. Jailhouse Rock: A rendição decorre como de costume.

- 9. It's Now or Never: A versão de Elvis, embora não seja a melhor de 1977, é muito boa. Sherrill, como sempre, usa seus gritos insuportáveis que somente Elvis gostava. Há uma reprise boa do final da música.

- 10. Little Sister: Uma versão rápida, honesta, mas muito aproveitável. A voz de Elvis está magnífica, assim como sua interpretação, e a plateia acompanha com palmas.

- 11. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Elvis volta ao microfone para fazer a distribuição de lenço e beijos padrão, mas apesar de se concentrar nas fãs, faz uma boa versão.

- 12. My Way: "Esta próxima canção... Fizeram um pedido, não sei a letra." É estranho ouvir Elvis dizer que não sabe a letra de um clássico que vinha interpretado há sete anos, ainda mais que nunca saberemos se era verdade ou apenas uma brincadeira interna.
A rendição do sucesso de Frank Sinatra, gravado por Elvis em estúdio em 1971 (mas lançado somente em 1995), é um daqueles momentos que mostra que o Rei do Rock ainda tinha potencial para se superar. 

- 13. Heartbreak Hotel: Quem pensaria que Elvis faria essa música em 1977? As raríssimas ocasiões em que ele a executou naquele ano foram momentos matadores e aqui não é diferente.

- 14. Funny How Time Slips Away: Normalmente, Elvis faria o conhecido discurso de acender as luzes para ver a plateia e isso anunciaria a proximidade do fim do show, mas aqui ele vai direto à música e em um momento em que ela é totalmente inesperada. É uma versão boa e bem recebida pelo público.

- 15. Band Introductions: Elvis apresenta The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps (individualmente), Kathy Westmoreland, Sherrill Nielsen - devido a danos graves ou fita acabando. Em outras fitas, as introduções são completas com apresentações individuais para os Stamps e Kathy Westmoreland.

- 16. Early Morning Rain: John Wilkinson faz seu solo e canta.

- 17. What'd I Say: James Burton faz seu solo.

- 18. Johnny B. Goode: James toca sua guitarra apoiada na nuca.

- 19. Drum Solo: Ronnie Tutt faz seu melhor.

- 20. Bass Solo: Jerry Scheff toca um Blues.

- 21. Piano Solo: Tony Brown faz sua parte.

- 22. Electric Piano Solo: Bobby Ogdin faz um solo.

- 23. School Days: Elvis apresenta Charlie Hodge, o maestro Marty Harrell e a orquestra de Joe Guercio, que faz o solo de costume.

- 24. Hurt: "Um dos nossos novos discos se chama 'Hurt'." Esta é uma super versão para 1977. Elvis soa magnífico.

- 25. Hound Dog: O entusiasmo com a rendição da música anterior continua aqui, com Elvis fazendo uma ótima versão.

- 26. Can't Help Falling in Love: "Até nos encontrarmos novamente, adiós!" O show termina com o clássico hit de 1961, interpretado de forma padrão.

- 27. Closing Vamp: Ouvimos um pequeno trecho da fanfarra antes de um fade out.


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