Formato:
CD
Número de faixas:
23
Duração:
60:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia não-oficial
Ano:
2001
Gravação:
15 de novembro de 1971
Lançamento:
2001
Singles:
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Here I Come... foi um CD lançado pela PA em 2001. Ele cobre o show de 15 de novembro de 1971 em Kansas City, Missouri. O trabalho encontra-se atualmente fora de catálogo.
1971 começou com bons sinais para Elvis, embora houvesse dúvidas no ar. Elvis completava 36 anos em meio ao sucesso de "Elvis Country" e aproveitava suas últimas três semanas de férias antes de retornar aos palcos no dia 26 em Las Vegas.
Mas mesmo que a temporada se mostrasse fantástica, trazendo muitas músicas novas para o repertório, seu entusiasmo era claramente menor do que no ano anterior. Elvis iria ao RCA Studio B em Nashville em 15 de março e depois ficaria de molho por exatos 2 meses, retornando ao estúdio quase que forçado para terminar a segunda perna de sua Maratona de Nashville, que iniciara em junho de 1970.
Fatos de sua vida pessoal, como as constantes brigas com Priscilla, também o incomodavam. Tudo conspirava para que o entusiasmo retomado em 1969 fosse lentamente se esvaindo.
Em meio a isso, Felton Javis tinha a incumbência de fazer Elvis gravar um LP natalino em pleno maio. A RCA até mesmo autorizou que o Studio B fosse decorado com motivos natalinos, incluindo uma árvore gigantesca, para criar um clima, mas faltava uma centelha que estava ali naquele mesmo estúdio em junho de 1970 e agora parecia ter se apagado.
A temporada de julho em Lake Tahoe, a primeira na cidade, trouxe vários shows excelentes, apesar de seus problemas com os olhos (o glaucoma já começava a incomodar), mas não o suficiente para que ele esquecesse que ainda estava no meio do deserto de Nevada. Esse sentimento de insatisfação com Las Vegas continuou na temporada de agosto/setembro, que foi ainda menos entusiasmada do que a de janeiro/fevereiro. O ano que começara com um tom de otimismo terminava sem sessões de gravação e sem muitos shows realizados.
Novembro de 1971 provaria que o problema de Elvis era a rotina das gravações de estúdio e as repetidas apresentações em Las Vegas. Enquanto os melhores shows da era pós-1969, sem dúvida, ocorreram nos verões daquele ano e de 1970, novembro de 1971 se destaca pela dinâmica das apresentações. O concerto do dia 10 em Boston, lançado pela FTD em 2010 como "Boston Garden '71", seria a melhor amostra desta espetacular turnê, mas Kansas também receberia um show fantástico no dia 15.
Neste final de 1971, Elvis ainda tem um pouco do fogo de 1969 e 1970 nele, em oposição às performances moderadas do início de 1972. Ele interage com a multidão e aparentemente ainda se diverte, enquanto no início do ano seguinte o cantor parece fazer pouco de ambos. A apresentação de 15 de novembro, ocorrida um dia antes do fim da última turnê de 1971 e alvo desta postagem, é também a última daquele ano a possuir áudio disponível.
Abaixo segue nossa resenha deste CD.
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- 1. That's All Right: A fita inicia já com Elvis no palco e se dirigindo ao microfone. O áudio é bem precário e parece distante, seja por questões acústicas ou físicas. A versão do sucesso de 1954 é padrão, mas bem feita.
- 2. I Got a Woman / Amen: A parte inicial do medley foi cortado neste lançamento, provavelmente por problemas de distorção. JD faz um excelente dive bomb e a música acaba em grande estilo.
- 3. Proud Mary: Como de costume em 1971, Elvis não dá tempo para que a banda esfrie e entra direto na música. A rendição é ótima e isso é evidenciado pela excitação dos fãs.
- 4. Love Me Tender: Elvis agradece a todos por estarem ali e faz algumas brincadeiras com a plateia. O hit de 1956 é executado de forma padrão e traz o primeiro momento de interação direta com as fãs ensandecidas.
- 5. You Don't Have to Say You Love Me: A gravação de 1970 agita a plateia. Elvis canta com voz forte e de maneira sensacional.
- 6. You've Lost That Lovin' Feelin': É uma pena que a qualidade do áudio e a conversa dos fãs atrapalhem muito quando tentamos ouvir esta magnífica canção. Apesar disso, Elvis soa concentrado e dando seu melhor em toda a rendição.
- 7. Polk Salad Annie: Assim como a ouvida no show de 10 de novembro de 1971 em Boston, esta é outra versão excepcional em que Elvis usa habilmente sua voz e seus movimentos pélvicos para levar a multidão - especialmente as mulheres - ao frenesi.
- 8. Love Me: Elvis recupera o fôlego por alguns instantes e interage com a plateia, enquanto a banda toca "Coming Back Home, Baby". Depois de contar como Ed Sullivan o odiou em sua primeira apresentação no The Ed Sulliuvan Show em 1956, o cantor faz uma versão padrão de seu sucesso.
- 9. Heartbreak Hotel: Elvis não soa interessado nesta rendição, mas ainda assim é muito boa.
- 10. Blue Suede Shoes: Ao contrário da música anterior, aqui ele está totalmente animado. É uma versão rápida, mas muito bem feita.
- 11. It's Now or Never: A plateia fica quase em total silêncio quando Elvis começa a render este então raro hit de 1960. A versão soa praticamente igual à gravação de estúdio e surpreendentemente já apresenta elementos que ouviríamos nas interpretações de 1977.
- 12. One Night: Rara em 1971, é outra que soa quase como a gravação original de 1958, mas executada em um tempo mais rápido e com toques de blues.
- 13. Are You Lonesome Tonight: As fãs novamente estão ensandecidas com a possibilidade de ganhar um lenço ou simplesmente chegarem próximo ao palco para ouvir esta excelente rendição do clássico de 1960.
- 14. Hound Dog: Iniciando devagar e explodindo em um rock feroz, esta versão do hit de 1956 é executada em um tempo mais rápido e com muito mais energia do que nos acostumaríamos a ouvir de 1972 em diante. O solo de James Burton é delicioso.
- 15. How Great Thou Art: Elvis apresenta JD sumner e os Stamps, convidando-os para cantarem com ele o Gospel que lhe rendeu um Grammy em 1967. A voz potente do cantor ecoa pelo auditório enquanto ele demonstra toda a sua adoração pela música sacra. A finalização é fenomenal.
- 16. Introductions: Elvis novamente apresenta JD e os Stamps e procede com as introduções das Sweet Inspirations, Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Glen Hardin, Charlie Hodge, Joe Guercio e a orquestra da cidade.
- 17. Lawdy Miss Clawdy: Embora em um ritmo mais lento do que nos acostumaríamos a ouvir em 1972, a gravação de 1956 é bem executada e tem uma boa finalização.
- 18. Bridge Over Troubled Water: O que se segue é um momento mágico e poderoso no show. Elvis está apaixonado nesta rendição, dominando a música e o auditório. A multidão aplaude efusivamente e ele faz uma rara e adorável reprise da parte final.
- 19. It's Over: Ainda rara em 1971, tendo sido introduzida em julho, a música põe a plateia em adoração silenciosa. A rendição poderosa evidencia o porquê.
- 20. I Can't Stop Loving You: Sem respirar, Elvis mantém o nível de energia alto. A rendição é padrão e Elvis está dando bastante atenção para as fãs, pelo jeito com que elas gritam desesperadas.
- 21. Suspicious Minds: Este verdadeiro showstopper realmente levanta a plateia de vez. Elvis canta de forma incrível e poder ouvir o trabalho da guitarra de James e da bateria de Ronnie ajuda a criar uma sensação de coisa diferente. É uma versão explosiva com uma finalização excelente.
- 22. Funny How Time Slips Away (Incomplete): Elvis interage com a plateia e faz seu discurso padrão sobre "acender as luzes da plateia". Infelizmente, apenas alguns segundos da rendição são ouvidos antes de um corte abrupto.
- 23. Can't Help Falling in Love (Incomplete): Apenas alguns trechos de segundos de duração são ouvidos.
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