EAP Index Brasil: Elvis Recorded Live On Stage In Memphis (CD/LP - FTD, 2004/2013)

quarta-feira, 20 de março de 2024

Elvis Recorded Live On Stage In Memphis (CD/LP - FTD, 2004/2013)

Título:
Elvis Recorded Live On Stage in Memphis
Selo:
FTD [FTD 033] [82876 60987 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
25
Duração:
69:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD; Live On Stage in Memphis, 1974
Ano:
1974 (original) / 2004 (FTD)
Gravação:
20 de março de 1974 
Lançamento:
7 de julho de 1974 (original) / Março de 2004 (FTD)
Singles:
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Elvis Recorded Live On Stage in Memphis é o trigésimo terceiro CD da FTD. Ele contém o concerto completo de 20 de março de 1974 em Memphis, que marcou o retorno dos shows de Elvis à cidade depois de 13 anos, lançado parcialmente em um LP único de mesmo título em 1974.

Com o sucesso do "Aloha from Hawaii" já completando um ano e sem muitos singles e LPs no topo das paradas, a RCA se preocupava com o futuro comercial de seu artista de maior prestígio. O final de 1973 havia sido um período na vida de Elvis cheio de conflitos com o Hilton Hotel, de arroubos de raiva por causa de seu divórcio e de shows duvidosos, embora nada pudesse ser comparado ao que viria em setembro de 1974.

Parker também havia tido rusgas com seu protegido, especialmente no que dizia respeito aos Hilton, e o clima era de total distanciamento entre agente e agenciado depois que o Coronel vendera todo o catálogo pré-1973 de Elvis para a RCA sem o conhecimento do cantor.

Tendo estado em estúdio somente duas vezes em 1973 e com boa parte das gravações já lançadas em agosto do mesmo ano, no LP "Raised On Rock", a RCA, que investia somente em singles e relançamentos no início de 1974, sentia que a demanda do público por mais material novo de Elvis começava a afetar as vendas. Como o cantor faria seus primeiros shows em Memphis desde fevereiro de 1961, surgia a oportunidade perfeita de lançar um disco com uma dessas apresentações, ainda mais pelo fato de que as mudanças no repertório de Elvis desde o "Aloha" vinham agradando o público. O Coronel, que à época só sabia falar em controlar gastos, milagrosamente concordou com a ideia.

A RCA levou seu melhor equipamento para o Mid-South Coliseum de Memphis e gravou cinco shows nos dias 16, 17 e 20 de março de 1974. Em todos os dias o local estava abarrotado com 12.300 pessoas ansiosas para ver Elvis e o cantor deu o seu melhor.

Porém, foi sem dúvida a apresentação de 20 de março, que encerrava aquela turnê, a que mais chamou a atenção da gravadora. Elvis estava mais solto, brincando bastante com a plateia e cantando clássicos como "Trying to Get to You" e "Lawdy Miss Clawdy" com uma voz poderosa e tão cristalina quanto a das gravações originais. Era imperativo que o show completo fosse lançado em um LP duplo, mas isso deveria passar pelo Coronel antes. Justificando uma "necessária contenção de gastos", Parker bateu o pé: o disco só sairia se fosse composto de apenas um LP.

A gravadora se viu frente a um trabalho quase irrealizável: dos 70 minutos daquela apresentação, pelo menos 25 precisavam ser cortados. A solução foi escolher somente o que seria bem vindo pelo público, como novas canções, clássicos indeléveis e uma ou outra música que pudesse ser de interesse por um motivo ou outro.

"Also Sprach Zarathustra" e diálogos entre músicas foram as primeiras coisas deletadas, seguidos faixas que estiveram presentes em outros álbuns ao vivo e filmes, mais especificamente no "Elvis On Tour" e "Aloha". Restaram 15 músicas relativamente inéditas ou que não poderiam ficar de fora de nenhum disco, as quais milagrosamente corriam por exatos 43 minutos e não necessitavam de nenhum outro trabalho por parte da RCA a não ser a edição final, que ainda cortou parte da "Closing Vamp".

Em seu lançamento em 7 de julho de 1974, o LP alcançou o Top 40 da Billboard 200 na categoria Country, marca que só seria repetida novamente pelo disco "Moody Blue" em 1977, e a versão de "How Great Thou Art" presente no álbum rendeu a Elvis seu terceiro e último Grammy. O LP recebeu o certificado de Ouro em 15 de julho de 1999 pela RIAA.

A RCA relançou o disco em vinil em 1977 e em CD pela primeira vez em 1990. As faixas cortadas da edição original só seriam ouvidas 30 anos depois, no lançamento do show completo pela FTD em março de 2004. Em 2014 a Sony lançou sua Legacy Edition em CD duplo, com o concerto inteiro no primeiro disco e a apresentação completa de dois dias antes em Richmond, Virginia, além de ensaios até então inéditos de agosto de 1974, no segundo.

 Abaixo segue a resenha do conteúdo disponibilizado no CD.
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- 1. Also Sprach Zarathustra (inédita): A fanfarra que abrira todos os shows desde 1971 faz os fãs começarem a ficar eufóricos.

- 2. See See Rider (LP original): Elvis adentra o palco do Mid-South Coliseum meros 5 segundos após a introdução. Enquanto a plateia vibra, uma das melhores versões da música é rendida pelo cantor com uma voz forte e intensa.

- 3. I Got a Woman / Amen (LP original): "Muito obrigado. Boa noite!" Logo de início, Elvis brinca com as fãs na beira do palco: "Você chamou, querida?" As tentativas de iniciar a música seguinte são interrompidas e ele se atrapalha: "Me deem uma 'chancth'... Chance... C-H-A-N-C-T-H'". A conhecida rotina do "well, well, well" começa e uma fã grita alto, ao que Elvis responde: "Ela está mais alta do que eu, mas eu tenho o microfone..."
A versão é rápida e bem ritmada, um tanto diferente para a época. Ainda não há a rotina do striptease, mas os dive bombs de JD já estão lá. Após o primeiro, Elvis brinca: "Isso foi mediano, mediano. Você pode fazer melhor, JD. Você é mais baixo que isso... Quer dizer, sua voz é mais baixa que isso." O segundo dive bomb leva a um final espetacular. Diferente da versão do LP, que corta parte da performance de "Amen", aqui ela aparece em sua totalidade.

- 4. Love Me (LP original): "Muito obrigado. Boa tarde, senhoras e senhores! Esperamos que gostem do nosso show nesta tarde." Uma fã pede para que Elvis se vire (havia cadeiras em torno de quase todo o palco): "Querida, eu vou me virar o quanto puder, mas vou ficar tonto e cair do palco." Em seguida, ele se dirige a Duke Bardwell e, sem motivo (é de conhecimento público que Elvis tinha algo contra o estilo de Duke), lhe dá um fora: "Duke... Não estou falando com você, Duke, só matando tempo para poder beber água."
Após temos uma rendição bastante leve do clássico de 1956, com Elvis distribuindo lenços e beijos para as fãs.

- 5. Trying to Get to You (LP original): "Esses binóculos parecem com um monte de sapos", observa. A música começa e já mostra que a potência vocal de Elvis não havia diminuído desde a gravação original, em 1955. Nota alta após nota alta, o cantor surpreende e anima a plateia.

- 6. All Shook Up (inédita): Cortada do LP original para poupar tempo e por ter uma versão ao vivo vendida recentemente em "Elvis as Recorded at Madison Square Garden", a música é rendida rapidamente enquanto Elvis volta a entregar lenços.

- 7. Steamroller Blues (inédita): Cortada por ter feito parte do LP "Aloha from Hawaii" e ter sido lançada como single alguns meses antes, esta é uma das que mereciam ter ficado no álbum original. A animação de Elvis é evidente e o mix é bem mais cheio do que o ouvido no "Aloha".

- 8. Teddy Bear / Don't Be Cruel (inédita): De volta aos lenços e beijos, Elvis faz uma rápida e bem conhecida rendição do medley presente desde 1971.

- 9. Love Me Tender (inédita): Depois da poderosa edição da canção no "Elvis On Tour", a RCA sentiu que não era necessário deixá-la no LP. De fato, não havia novidade na rendição e Elvis apenas continuava entregando presentes aos fãs.

- 10. Medley (LP original): Existindo em vários formatos, este medley apareceu já em 1969 apenas com "Long Tall Sally" e "Whole Lot-ta Shakin' Goin' On". Outras músicas foram sendo adicionadas a ele até que chegou a sua versão mais longa em 1974, contando também com "Mama Don't Dance", "Flip, Flop and Fly", "Jailhouse Rock" e "Hound Dog". Além de animar o público, era uma forma de Elvis interpretar rapidamente aqueles clássicos que já se faziam cansativos.

- 11. Fever (inédita): Entendendo que nenhuma versão superaria a do "Aloha", o que é um tanto discutível, a RCA decidiu deixar esta rendição de fora do disco original. As fãs realmente vão à loucura com os movimentos pélvicos de Elvis e uma grita tanto que o faz brincar: "Querida, não faça isso aqui! Espere até o fim do show!". Com esta e outras reações, é inteligível o porquê de a gravadora decidir por cortá-la: Elvis estava se divertindo demais para os padrões familiares.

- 12. Polk Salad Annie (inédita): Esta é uma verdadeira pena que tenha ficado de fora. Primeiro, porque é uma rendição suprema com solo e a demonstração de golpes de karatê estendidos; depois, porque é uma das primeiras versões com os arranjos que se tornariam comuns a partir de 1975. Incrivelmente, Elvis não soa nada cansado após a finalização.

- 13. Why Me, Lord? (LP original): "Gostaria de pedir a JD Sumner e os Stamps para cantarem uma das minhas canções preferidas." A plateia ouve em silêncio enquanto JD faz sua parte, explodindo em aplausos quando Elvis entra. Embora o Gospel seja algo diferente em um show de rock, o público sempre adorou essas demonstrações religiosas na voz de Elvis.

- 14. How Great Thou Art (LP original): "Gostaria de cantar uma das minhas canções Gospel favoritas, que também traz os Stamps." A pérola do show é rendida com verdadeira adoração e silêncio admirador da plateia. Após a reprise da última estrofe, o público aplaude efusivamente a versão que daria a Elvis o seu último Grammy.


- 15. Suspicious Minds (inédita): Bastante melhor do que a versão do "Aloha", a música anuncia a chegada da parte final da apresentação. O mix apropriado e a voz mais clara de Elvis dão um toque especial à rendição, o que legitima a reação da plateia.

- 16. Introductions by Elvis (inédita): "Gostaria de apresentar a vocês os membros do meu grupo, antes de irmos em frente." Elvis apresenta as Sweet Inspirations, Jd Sumner e os Stamps, Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Duke Bardwell, Glen Hardin, Charlie Hodge, o grupo Voice, Joe Guercio e sua orquestra. Em seguida, o cantor agradece a todos os membros da equipe de produção e da RCA.

- 17. Blueberry Hill / I Can't Stop Loving You (LP original): Depois de três minutos de apresentações, Elvis vai direto a um clássico de 1957 e o emenda a uma das canções mais pedidas desde 1969. O medley agrada os fãs e fica claro que aquela tinha sido uma escolha de Elvis devido a sua alegria durante a rendição.

- 18. Help Me (LP original): Nova no repertório, a música havia sido gravada nas sessões de dezembro de 1973 e ainda não estava disponível para compra. A plateia parece absorver a seriedade da canção, transformando lentamente a euforia em silêncio.

- 19. An American Trilogy (LP original): Alguns clássicos, principalmente quando eles rendem muito em suas vendas, precisam ser mantidos mesmo que apareçam frequentemente em outros trabalhos, e é isso o que temos aqui. O medley que reflete uma parte da história dos EUA não poderia ficar de fora e Elvis o rende com total maestria para o fascínio dos fãs.

- 20. Let Me Be There (LP original): Sucesso na voz de Olivia Newton-John, a música havia entrado para o repertório em janeiro daquele ano. Uma das melhores versões de Elvis, ela seria usada para compor o LP "Moody Blue" em 1977.

- 21. My Baby Left Me
 (LP original): É estranho ter Elvis em Memphis pela primeira vez em 13 anos e não existir uma rendição de "That's All Right" em algum momento, mas "My Baby Left Me" faz bastante justiça aos tempos do Sun Studio. Cheia de funk, a rendição levanta os fãs e traz o famoso "dee-dee-dee-dee" como um easter egg alusivo a "That's All Right" em meio à canção.

- 22. Lawdy Miss Clawdy
 (LP original): Uma gema rara pouquíssimas vezes interpretada em sua totalidade, a música tem um gostoso backing vocal em tom Gospel das Sweet Inspirations e uma batida deliciosa.

- 23. Funny How Time Slips Away (inédita): "Agora que vocês nos viram, gostaria de acender as luzes da casa e dar uma olhada em vocês." A música presente de forma esporádica desde 1969 se tornaria um momento quase sempre presente nas apresentações de 1974 a 1976 e, para o desânimo dos fãs, anunciaria a iminência do fim do show ao mesmo tempo que proporcionaria mais uma oportunidade para Elvis entregar lenços e beijos.

- 24. Can't Help Falling in Love (LP original): Antes de partir para o encerramento do show, Elvis se dirige à plateia com um agradecimento sincero: "Sempre disseram que uma pessoa não pode votar a sua cidade natal, mas vocês provaram que isso está completamente errado e realmente fizeram valer a pena."
Com a resposta positiva da plateia, a última música é iniciada. Entre gritos eufóricos das fãs que procuravam conseguir um último aceno, beijo ou lenço de Elvis, a rendição é uma das melhores daquele ano.

- 25. Closing Vamp  (LP original / inédita): Embora tenha uma parte 
audível no LP original, a fanfarra aparece completa aqui pela primeira vez.
 
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Título:
Elvis Recorded Live On Stage in Memphis
Selo:
FTD [FTD 304] [506020 975061]
Formato:
LP duplo
Número de faixas:
24
Duração:
69:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD; Live On Stage in Memphis, 1974
Ano:
2013
Gravação:
20 de março de 1974 
Lançamento:
Setembro de 2013
Singles:
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Em 2013 a FTD relançou o show completo em um LP duplo para a alegria dos amantes do vinil.

No trabalho constam as seguintes faixas:

LP 1
LADO A
1. Also Sprach Zarathustra
2. See See Rider
3. I Got a Woman / Amen
4. Love Me
5. Tryin' to Get to You
6. All Shook Up
7. Steamroller Blues
LADO B
8. Teddy Bear / Don't Be Cruel
9. Love Me Tender
10. Medley
11. Fever
12. Polk Salad Annie
13. Why Me Lord

LP 2
LADO A
1. How Great Thou Art
2. Suspicious Minds
3. Introductions
4. Blueberry Hill / I Can't Stop Loving You
5. Help Me
LADO B
6. An American Trilogy
7. Let Me Be There
8. My Baby Left Me
9. Lawdy, Miss Clawdy
10. Funny How Time Slips Away
11. Can't Help Falling in Love / Closing Vamp


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