EAP Index Brasil: The West Coast Tour '76 (CD - FTD, 2016)

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

The West Coast Tour '76 (CD - FTD, 2016)

Título:
The West Coast Tour '76
Selo:
FTD [FTD 151] [506020 975095 8]
Formato:
CD duplo
Número de faixas:
46
Duração:
151:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2016
Gravação:
29 e 30 de novembro de 1976
Lançamento:
Março de 2016
Singles:
---

The West Coast Tour '76 é o 151º CD da FTD. Ele contém os shows gravados em 29 e 30 de novembro de 1976 em San Francisco e Anaheim, Califórnia, respectivamente.


1976 foi um ano de mais altos do que baixos e Elvis estava feliz com a forma como as coisas estavam andando. Sua vontade de gravar ainda era pouca, mas as sessões na Jungle Room de Graceland foram divertidas e muito produtivas. Ele não parecia mais interessado em Las Vegas, e Vegas era recíproca, fazendo com que o Coronel o escalasse por apenas uma temporada de 2 a 12 de dezembro no Hilton. Em vez do ar seco do deserto de Nevada, o Rei do Rock optou por fazer apenas mais uma temporada em Lake Tahoe entre 30 de abril e 9 de maio de 1976.

Em meados daquele ano, não parecia que Elvis tivesse voltado à sua antiga forma ou que isso fosse possível. Suas apresentações ainda eram erráticas, e ele ficava lento e às vezes confuso no início dos shows. Mas, na verdade, o cantor melhoraria muito sua performance a partir de junho, culminando no grande show de 31 de dezembro de 1976 em Pittsburgh, mas era claro que ele não tinha mais aquela chama que ardia em seu âmago.

Concertos de julho a setembro também foram um sinal claro de seu cansaço com tudo. Outubro veria uma pequena melhora em Chicago nos dias 14 e 15, mas infelizmente a temporada seria inconsistente.

Esses altos e baixos em seu desempenho começariam a se estabilizar no final de outubro. Seus shows em Fort Worth, Indiana, e Dayton, Ohio, nos dias 25 e 26, respectivamente, foram um pouco parecidos com os de março de 1974. A turnê foi encerrada no dia 27 em Carbondale, Illinois, e viu um Elvis bem acordado e bem descansado.

Antes de sua última temporada em Las Vegas e do ótimo show de Pittsburgh em 31 de dezembro, Elvis fez uma pequena turnê de 7 dias pela Costa Oeste dos EUA. A partir de 24 de novembro em Reno, Nevada, o cantor faria uma rápida passagem por outras 2 cidades no Oregon e mais 2 na Califórnia.

Sem dúvida, os melhores shows desses dias pares foram os dois últimos em San Francisco e Anaheim em 29 e 30 de novembro de 1976, respectivamente. Quarenta anos depois, a FTD foi responsável por trazer essas grandes performances oficialmente para os fãs e pela primeira vez em soundboard.

Embora as setlists de diferentes shows fossem muito semelhantes àquela altura, parecia que Elvis estava realmente tentando se divertir e fazer o seu melhor. Sua voz estava um pouco mais forte do que em outubro e ele se preocupava com o show e tentava mudar a setlist de vez em quando - mesmo que apenas mudando as posições de algumas músicas.

Abaixo segue nossa análise desses concertos.
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SAN FRANCISCO, CALIFÓRNIA - 29 DE NOVEMBRO DE 1976

- 1. See See Rider: Como praxe na época, "Also Sprach Zarathustra" está ausente porque raramente era gravada. A voz de Elvis está parecida com a de outubro, mas já apresenta um cansaço provavelmente ocasionado por este ser o sexto dia seguido de shows. A versão é mediana.

- 2. I Got a Woman / Amen: Elvis faz sua rotina do "well, well, well" e vai direto à música. É uma versão mediana onde Elvis está claramente mais centrado em atender seus fãs e sem muita inspiração para cantar. A rotina do "striptease" traz Elvis comentando que "vou quebrar alguma coisa um dia, tenho certeza" e a música se encerra com um bom dive bomb de JD.

- 3. Love Me: Depois de brincar um pouco com a plateia e dizer que precisava tomar "umas 900 toneladas de água" (provavelmente pelo efeito de secura na boca causado por alguns de seus remédios), Elvis canta com mais entusiasmo. Mesmo assim é apenas uma canção para mover o show e entregar alguns lenços e beijos.

- 4. If You Love Me (Let Me Know): A rendição é a melhor do show até este momento, embora Elvis pareça ainda não ter acordado inteiramente.

- 5. You Gave Me a Mountain: Elvis faz uma excelente rendição de uma das músicas mas pedidas pelos fãs desde 1972.

- 6. Blue Suede Shoes:  "Ontem à noite fizemos 'Jailhouse Rock', então hoje vamos fazer 'Blue Suede Shoes'." Elvis ainda não está realmente ligado, mas é uma boa versão que até soa fresca por ser conduzida pelo piano e não pela guitarra.

- 7. It's Now or Never: Elvis inicia uma versão bastante interessante de seu hit de 1960. A música tem um tom mais latino do que de costume e inclui o início tocado somente na guitarra rítmica do Master original. Felizmente para nossos ouvidos, Sherrill Nielsen não é chamado para fazer sua versão de "O Sole Mio".

- 8. All Shook Up: "Eu gostaria de fazer um medley de algumas das minhas músicas antigas e estabelecidas." A banda ri da piada interna. Elvis tenta começar a música algumas vezes, mas sempre acaba rindo: "Se eu for provocado a rir, eu perco tudo, sabe. Eu realmente perco." Este é, obviamente, um show-filler para agradar a multidão.

- 9. (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel: Versão curta e descartável para que o cantor continue a alegrar as fãs.

- 10. And I Love You So: Esta é a primeira música onde Elvis está realmente focado e um dos destaques do show. As fãs continuam chutando e gritando por sua atenção e ele ri deliciosamente delas. Esta é uma versão média, mas muito bem feita.

- 11. Fever: Elvis continua a se divertir com a música e a reação de suas fãs. Em retrospecto, esta talvez seja a melhor versão daquele novembro.

- 12. Bridge Over Troubled Water: Elvis fala com sua banda sobre a possibilidade de fazer seu hit de 1970 e então se dirige ao público: "Nós não ensaiamos essa música, então se cometermos erros, vocês sabem..." A letra não pode ser encontrada, mas ele quer cantá-la de qualquer maneira que puder: "Ok, apenas peguem do início. Eu vou improvisar." O mix faz com que a música soe muito boa, privilegiando alguns instrumentos que realmente a deixam maravilhosa. No fim, Elvis nem mesmo precisou da letra para fazer uma rendição impressionante. 

- 13. Introductions: Elvis apresenta as Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Sherrill Nielsen, Kathy Westmoreland, John Wilkinson ("Early Mornin' Rain"), James Burton ("What'd I Say / Johnny B. Goode"), e os solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Tony Brown e David Briggs.

- 14. Love Letters: "A primeira vez que David e eu trabalhamos juntos, senhoras e senhores, fizemos uma música chamada 'Love Letters' e eu gostaria de cantá-la para vocês." A interpretação é ok.

- 15. School Days: Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra são apresentados.

- 16. Hurt: "Nosso último disco se chama 'Hurt', então eu gostaria de me doer para vocês.Apesar de alguns danos na fita, esta é uma versão muito agradável com Elvis realmente subindo no final.

- 17. Hound Dog: Versão descartável para agradar os fãs.

- 18. Funny How Time Slips Away: Depois de fazer sua rotina de "acender as luzes da casa", Elvis faz uma versão muito boa e intimista desse hit de 1970. Infelizmente, devido a danos na fita ou seções perdidas, o show termina no final da música. "Mystery Train / Tiger Man", "Hawaiian Wedding Song" e "Can't Help Falling in Love / Closing Vamp" estão faltando.

BÔNUS

- 19. It's Now or Never (Eugene, Oregon - 25 de novembro de 1976): Outra versão bem feita do clássico de 1960 foi apresentada quatro noites antes em Eugene. Sem o solo de Sherrill Nielsen, a música soa fantástica, embora simples.

- 20. America, the Beautiful (Eugene, Oregon - 25 de novembro de 1976): "Já que é o ano do bicentenário da nossa nação, eu gostaria de fazer nossa versão de 'America, the Beautiful' para vocês." A mixagem aqui privilegia o piano e faz a música soar muito bem.

- 21. Love Me Tender (Eugene, Oregon - 27 de novembro de 1976): Antes de retornar a Eugene no dia 27, Elvis havia se apresentado em Portland na noite anterior. Essa música geralmente é descartável, mas Elvis faz um bom trabalho aqui. A banda realmente soa bem e o cantor está animado com o público. Ele ainda pede mais uma modulação para continuar entretendo a plateia e, em tom de brincadeira, repreende a banda por querer terminar a música.

- 22. Steamroller Blues (Eugene, Oregon - 27 de novembro de 1976): Um clássico raro a esta altura, Elvis o interpreta com uma voz muito forte. Você pode até compará-lo com a versão do Aloha em partes.

- 23. Mystery Train / Tiger Man (Eugene, Oregon - 25 de novembro de 1976): De volta a Eugene no dia 25, este medley está muito bem feito e Elvis adora a música.


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ANAHEIM, CALIFÓRNIA - 30 DE NOVEMBRO DE 1976

- 1. See See Rider: A apresentação começa quando Elvis já está cantando. Sua apresentação não é tão energética quanto seria na temporada de dezembro daquele ano, mas no geral há uma significativa melhora quando comparado ao show da noite anterior.

- 2. I Got a Woman / Amen: Elvis faz sua já conhecida rotina do "well, well, well"  e uma versão bastante melhor do que de costume, com um mix que ajuda a criar uma experiência auditiva muito boa. O "striptease" está muito melhor elaborado e a interação com JD e seus dive bombs é ótima. Elvis agradece e dá boa noite à plateia, prometendo um show com tudo que o público quer ouvir.

- 3. Love Me: As fãs mais afoitas são o alvo da maior parte da atenção de Elvis, mas ele ainda assim faz uma boa versão - mesmo que seja absolutamente descartável. O cantor ri algumas vezes durante a rendição e faz os backing vocals estenderem a finalização.

- 4. If You Love Me (Let Me Know): Elvis faz uma rendição padrão, mas com bastante entusiasmo.

- 5. You Gave Me a Mountain: O mix nesta faixa soa quase excelente. O piano dirige a música enquanto as guitarras falam uma com a outra e a orquestra entra com tudo no refrão. Os backing vocals poderiam soar mais alto, no entanto. No geral, esta é uma ótima versão para o fim de 1976.

- 6. Jailhouse Rock: O tédio parece voltar à voz de Elvis quando o medley de hits começa. O cantor ainda se diverte com a versão, mas obviamente ela está ali somente para agradar os fãs.

- 7: It's Now or Never: John Wilkinson dá início à música de forma espetacular. Assim como em todas as outras rendições de novembro, o solo de Sherrill Nielsen não está presente e Elvis faz uma versão sólida. James Burton está fascinante próximo ao final.

- 8. All Shook Up: Elvis realmente não soa como se quisesse interpretar essa música. Há um corte brusco no final, provavelmente por danos na fita.

- 9. (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel: Versão descartável, como de costume.

- 10. And I Love You So: Novamente temos um excelente mix que privilegia os instrumentos certos. A voz de Elvis está bem à frente, acompanhada pela guitarra deliciosa de James Burton e o piano sutil de Tony Brown. A música começa imediatamente após o fim do medley e é uma das surpresas da apresentação. Assim, a FTD cria uma versão que soa mais intimista enquanto Elvis dá tudo que sua voz pode dar.

- 11. Fever: Elvis faz seus movimentos pélvicos característicos durante a rendição e as fãs vão à loucura. A versão é muito gostosa de se ouvir, com o baixo de Jerry Scheff dirigindo a música.

- 12. Bridge Over Troubled Water: Sem ter a letra disponível (o que também acontecera na noite anterior), Elvis avisa Charlie que olhará para ele quando precisar de ajuda para lembrar. Depois de um início mais longo em que a harmonia dos instrumentos soa magnífica enquanto o cantor interage com fãs, a música é recebida com total entusiasmo e a rendição é sensacional. Elvis para e recomeça a música por causa de uma interferência no microfone, terminando-a de forma ainda mais impressionante. A voz do cantor está bem mais alta no mix, fazendo-a soar estranha por vezes.

- 13. Polk Salad Annie: Elvis está entusiasmado, mas sua voz não está boa o suficiente para este clássico de 1970. O cantor perde o foco e o fôlego de vez em quando, provavelmente por estar andando pelo palco e fazendo golpes de caratê. De fato, ele até faz uma rotina de golpes mais longa no final.

- 14. Introductions: Elvis apresenta as Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Sherrill Nielsen, Kathy Westmoreland, John Wilkinson ("Early Mornin' Rain" - com um fade pouco após o início por danos na fita), James Burton ("What'd I Say / Johnny B. Goode"), e os solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Tony Brown e David Briggs.

- 15. Love Letters: "A primeira vez que David e eu trabalhamos juntos, fizemos uma música chamada 'Love Letters' e eu gostaria de cantar um pouco dela para vocês." A interpretação é melhor que da noite anterior, mas ainda mediana.

- 16. School Days: Charlie Hodge, Marty Harrell (substituindo Joe Guercio) e sua orquestra são apresentados.

- 17. Hurt: "Nossa mais nova gravação se chama 'Hurt', então gostaria de cantá-la." A recepção da plateia ao novo hit é muito boa, embora a voz de Elvis não esteja perfeita para ela. A rendição é mediana para boa, mas o mix não ajuda muito aqui por conter pouquíssimos instrumentos.

- 18. Hound Dog:  Elvis se diverte com a histeria das fãs enquanto distribui lenços durante a música. A rendição é a habitual.

- 19. Hawaiian Wedding Song: Elvis faz uma versão charmosa do clássico do filme "Blue Hawaii". No final, depois de colocar uma lei no pescoço de Kathy Westmoreland e beijá-la, como era de costume, Elviz dis brincando: "Acabamos de nos casar!"

- 20. Blue Christmas: Elvis faz a rotina do começo de "Funny How Time Slips Away", mas Charlie Hodge diz que "Blue Christmas" seria a próxima. Depois de pegar seu violão, o cantor faz uma versão muito boa do hit de 1957 e a plateia adora a surpresa.

- 21. That's All Right: "A primeira música que gravei se chamava 'That's All Right Mama'. E as únicas coisas que tínhamos era uma guitarra, um baixo e, uh... uma banheira." Um fã pede "Lonesome Cowboy" e Elvis reage com surpresa. A banda até começa a tocar os primeiros compassos da música, mas o cantor usa seu violão para iniciar seu sucesso de 1954. É uma versão rápida e muito bem feita, com Elvis se divertindo bastante. 

- 22. Can't Help Falling in Love: Depois de agradecer à plateia e prometer voltar a Anaheim sempre que os fãs quiserem, Elvis agradece seus músicos e engenheiros de som como sempre fazia no último show das turnês. A versão do clássico de 1961 é feita da forma habitual, com Elvis concentrado em atender os últimos fãs com seus beijos e lenços.

- 23. Closing Vamp: É o fim do show e a fanfarra é ouvida até o fim. Durante ela ouvimos a famosa frase de Ed Enoch: "Senhoras e senhores, Elvis já deixou o recinto. Obrigado e boa noite!"

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