Send Me the Light... I Need it Bad!
Selo:
Groti Records [Groti Rec. 101]
Formato:
CD
Número de faixas:
27
Duração:
79:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia extra-oficial
Ano:
1994
Gravação:
29 de maio de 1977
Lançamento:
1994
Singles:
---
Send Me the Light... I Need it Bad! é um CD da gravadora italiana Groti Records que trouxe pela primeira vez ao público o concerto completo de 29 de maio de 1977 em Baltimore, Maryland, no qual Elvis deixa o palco durante o show. O trabalho encontra-se fora de catálogo.
O trecho a seguir foi parcialmente retirado da resenha de Elvis History Blog. Você pode ler o artigo completo aqui: clique aqui.
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Todo artista tem direito a ter uma noite ruim de vez em quando, especialmente alguém como Elvis Presley, que deu centenas de shows ao vivo durante sua carreira. Infelizmente, com a piora de sua saúde em meados dos anos setenta, a agenda de turnês de Elvis foi aumentada em um momento em que deveria ter sido reduzida. O resultado? … uma série de shows abaixo da média de Presley que deixaram seus fãs entristecidos e obrigaram os revisores éticos a serem honestos sobre as performances medíocres do cantor.
Um desses escritores éticos foi Marty Bennett, cuja crítica contundente do show de Elvis em 29 de maio de 1977 em Baltimore, Maryland, apareceu na Variety três dias depois. A história angustiante daquela aparição de Presley começou antes de Elvis chegar à cidade com a venda generalizada de ingressos e culminou em um show embaraçoso e doloroso no Baltimore Civic Center.
Os ingressos, escalados com um preço máximo de US$ 15, foram colocados à venda em meados de abril e esgotaram no mesmo dia. A receita para o Civic Center de 12.700 lugares foi de US$ 179.350, um recorde para uma apresentação ao vivo no local. (Frank Sinatra detinha o recorde anterior de US$ 126.555.)
Imediatamente após os ingressos esgotarem, eles voltaram a ser vendidos, desta vez de forma ilegal. Em um artigo de 20 de abril de 1977, a Variety informou que a aparição de Elvis em Baltimore havia “gerado preços ilícitos recordes, pois cambistas, profissionais ou não, reuniam a ousadia para divulgar anúncios classificados em um jornal de domingo”. É claro que os detalhes de tais vendas ilícitas de ingressos são difíceis de encontrar, mas sabe-se que um cambista que anunciou ingressos de US$ 15 para a “melhor oferta” recebeu até US$ 100 por ingresso.
Embora houvesse um limite estrito de 10 ingressos nas bilheterias, os cambistas profissionais conseguiram acumular muito mais do que isso. Um anunciante de classificados disse a um repórter de rádio que tinha 67 ingressos de Elvis à venda por US$ 40 cada. Um jornal, The New American, manteve seus princípios e se recusou a aceitar os anúncios dos cambistas.
Claro, todos os bilhetes mantidos por cambistas foram movidos para um lucro saudável. Certamente, centenas daqueles fãs de Elvis que ainda estavam na fila quando a bilheteria colocou a placa de “esgotado” não tiveram dúvidas em pagar várias vezes o preço de emissão dos ingressos em Baltimore naquela primavera de 1977. Era uma chance única na vida de ver Elvis Presley pessoalmente. Os cambistas poderiam ter cobrado preços ainda mais altos e conseguido se eles e seus clientes soubessem que Elvis morreria apenas alguns meses depois.
E o que as vítimas espoliadas ganhavam por seus ingressos superfaturados? Uma performance de Presley que eles nunca esqueceriam, mas gostariam de poder esquecer. A manchete sobre a crítica do show de Bennett na edição de 1º de junho de 1977 da Variety dizia: “O que há com Elvis: sai no meio do show em Baltimore”.
O pessoal do Civic Center conseguiu mais 200 assentos na arena, aumentando a multidão para 12.841 e o recorde “oficial” para US$ 181.410. Bennett observou que a indulgência do público foi notável, “dado o fato de que alguns portadores de ingressos de US$ 15 mal podiam ver uma fração do palco”.
Quando Elvis apareceu após os atos de aquecimento, ele estava “com as pálpebras pesadas e parecia para a maioria dos observadores estar fraco e cansado”, julgou Bennett. “Presley, barrigudo e aparentemente dolorido, primeiro fez 30 minutos marcados por cantos anêmicos, algumas tentativas empoladas de seus giros patenteados, um tamborilar desconcertante e movimentos desajeitados no palco que incluíam ter um assessor segurando seu microfone.”
De repente, sem explicação, Elvis anunciou que tinha que deixar o palco e foi embora. Sua grande comitiva rapidamente entrou em modo de improviso. Bennett relatou que a multidão “suportou a misteriosa pausa com paciência incomum”. Ele acrescentou: “Enquanto Presley estava fora, o preenchimento desigual de sua trupe incluiu um voo vocal de uma cantora de ópera anônima que atraiu uma ovação parcial de pé, mais do que a atração principal havia recebido a qualquer momento após sua chegada”.
Após um hiato de meia hora, Elvis voltou ao palco. Ele havia saído, explicou, por causa de um “tornozelo torcido e um chamado da natureza, e você não brinca com a natureza”. Embora ele tenha enfatizado que “não há nada de errado com minha saúde”, um funcionário do Civic Center disse mais tarde que Elvis estava tomando medicação e foi tratado por um médico durante o intervalo de 30 minutos.
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Acompanhe abaixo nossa resenha detalhada do concerto.
------------------------------------------------------------------------------------------
- 2. I Got a Woman / Amen: "Olá!", Elvis grita. "Muito obrigado." Esta é uma rendição padrão, mas Elvis começa sua rotina do "well, well, well" soando um tanto cansado. Há uma tentativa de um "striptease" em que Elvis soa bem, mas pode-se notar alguma dificuldade. Até sua piada padrão sobre JD ser "a pessoa mais baixa do mundo" não tem o tom necessário para ser engraçada. Diferente do que vinha fazendo, aqui Elvis não joga seu violão para Charlie Hodge.
- 3. That's All Right: A rotina sobre ele saber "apenas três acordes" segue. Elvis soa enérgico e parece que está realmente tocando sua guitarra. É uma versão rápida, mas boa.
- 4. Are You Lonesome Tonight: "E então fizemos uma música chamada 'Are You Lonesome Tonight'." A rotina do "casal gay" com Charlie faz todos rirem. A rendição é padrão e bem arranjada.
- 5. Blue Christmas: "E então fizemos... Blue Christmas." É estranho ouvir essa música fora do Natal, mas o público não parece se importar e adora. Ainda mais estranho, ela seria descartada para o Elvis in Concert. É difícil acreditar na crítica da Variety até este ponto, porque realmente parece que Elvis está fazendo um show acima da média.
- 6. Heartbreak Hotel: Quem pensaria que Elvis faria essa música em 1977? As raríssimas ocasiões em que ele a executou naquele ano foram momentos matadores e aqui não é diferente. O som tem algumas distorções, mas o que ouvimos é uma versão sólida e cheia de bom Blues.
- 7. Love Me: "Boa noite, senhoras e senhores. Sou Wayne Newton!" Em meio à gritaria, podemos ouvir fãs pedindo "Burning Love". Com sinceridade, esta é uma música que Elvis não estava preparado para render em 1977. A plateia parece desaprovar a canção escolhida, mas Elvis a apresenta mesmo assim. A versão é padrão e Elvis passa a distribuir lenços para suas fãs em histeria.
- 8. Jailhouse Rock: "Meu terceiro filme foi Jailhouse Rock." A rendição decorre como de costume, mas nota-se que a voz de Elvis está fraca.
- 9. You Gave Me a Mountain: Embora maio de 1977 tenha boas versões, esta é uma das menos memoráveis. Elvis a interpreta bem, mas soa apressado na execução - talvez pelo que estava por vir.
- 7. Love Me: "Boa noite, senhoras e senhores. Sou Wayne Newton!" Em meio à gritaria, podemos ouvir fãs pedindo "Burning Love". Com sinceridade, esta é uma música que Elvis não estava preparado para render em 1977. A plateia parece desaprovar a canção escolhida, mas Elvis a apresenta mesmo assim. A versão é padrão e Elvis passa a distribuir lenços para suas fãs em histeria.
- 8. Jailhouse Rock: "Meu terceiro filme foi Jailhouse Rock." A rendição decorre como de costume, mas nota-se que a voz de Elvis está fraca.
- 9. You Gave Me a Mountain: Embora maio de 1977 tenha boas versões, esta é uma das menos memoráveis. Elvis a interpreta bem, mas soa apressado na execução - talvez pelo que estava por vir.
- 10. Danny Boy (Sherrill Nielsen): "Vou pedir a Sherrill Nielsen para vir aqui e fazer uma música. Ele tem uma bela voz, e... Ele vai fazer 'Danny Boy' e Walk With Me'." Este foi um dos sinais mais notáveis de que Elvis não deveria estar se apresentando em seu estado de saúde. Ele apenas entrega o show para Sherrill e se senta para beber água e descansar - algo que nunca foi o normal.
- 11. Walk With Me (Sherrill Nielsen): Com Elvis ainda descansando, Nielsen faz sua parte.
- 12. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Elvis volta ao microfone para fazer a distribuição de lenço e beijos padrão, mas sua voz está claramente fraca e quase inaudível sob os instrumentos.
- 15. Introductions Done by Charlie Hodge: Charlie pega o microfone e apresenta The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, antes de um corte na fita - devido a danos graves ou fita acabando. Em outras fitas, as introduções são completas com apresentações individuais para os Stamps e Kathy Westmoreland.
- 11. Walk With Me (Sherrill Nielsen): Com Elvis ainda descansando, Nielsen faz sua parte.
- 12. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Elvis volta ao microfone para fazer a distribuição de lenço e beijos padrão, mas sua voz está claramente fraca e quase inaudível sob os instrumentos.
- 13. Walk That Lonesome Road: "Vou ter que sair do palco por um segundo. Eu vou pedir para JD cantar 'Walk That Lonesome Road'' e então Kathy vai cantar uma música. Já volto, aguardem." O público claramente não acredita no que está acontecendo no palco. Enquanto os fãs se perguntam o que está acontecendo, JD e os Stamps começam a improvisação Gospel enquanto Elvis sai. Durante a música, os fãs gritam: "Queremos Elvis!"
- 14. My Heavenly Father: Kathy Westmoreland canta. O público parece genuinamente irritado e até vaia um pouco, mas aplaude a versão no final.
- 14. My Heavenly Father: Kathy Westmoreland canta. O público parece genuinamente irritado e até vaia um pouco, mas aplaude a versão no final.
- 15. Introductions Done by Charlie Hodge: Charlie pega o microfone e apresenta The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, antes de um corte na fita - devido a danos graves ou fita acabando. Em outras fitas, as introduções são completas com apresentações individuais para os Stamps e Kathy Westmoreland.
- 16. Early Morning Rain: John Wilkinson faz seu solo e canta.
- 17. School Days: James Burton faz seus dois solos ("What'd I Say" e "Johnny B. Goode"), seguido dos costumeiros solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Tony Brown e Bobby Ogdin, e a apresentação de Joe Guercio e sua orquestra. Elvis volta ao palco e canta durante "School Days". Ele então se explica: "Desculpem por ter saído dop palco mais cedo, mas... Estou com um tornozelo torcido e a natureza chamou - você não pode brincar com a natureza."
- 18. Hurt: "Um dos nossos novos discos se chama 'Hurt'." Tudo soa estranho e a explicação de Elvis para deixar o palco não convenceu ninguém, mas ele está de volta e parece em melhor forma do que antes - mesmo que a qualidade da fita não permita que você perceba muito bem.
- 19. Hound Dog: Mais um momento de entrega de beijos e lenços e uma versão muito descartável onde Elvis murmura por toda parte. Ele tenta compensar com impulsos energéticos da pélvis no final e o público parece gostar.
- 19. Hound Dog: Mais um momento de entrega de beijos e lenços e uma versão muito descartável onde Elvis murmura por toda parte. Ele tenta compensar com impulsos energéticos da pélvis no final e o público parece gostar.
- 20. Help Me: "Fizemos uma música cahamada 'Help Me', e eu..." Elvis parece estar tendo problemas para terminar suas frases esta noite. Ele não esquece suas letras, no entanto. A versão é muito bem feita.
- 21. Unchained Melody: "O que querem ouvir?" Elvis ouve "Unchained Melody" e a escolhe para seu próximo ato. Ele rapidamente se senta ao piano e começa sua versão do hit de 1965 dos Everly Brothers. Esta é uma versão mais lenta e Elvis toca piano de uma maneira magnífica e assombrosa, como costumava fazer nas primeiras versões de 1976. O ar falha em um determinado ponto, mas ele rapidamente descarta o erro com uma bela sequência. O final é simplesmente incrível para a época e pelas circunstâncias.
- 22. Blue Suede Shoes: "O que querem ouvir agora?" Uma fã grita "Moody Blue" - algo que Elvis não cantaria, uma vez que suas duas tentativas em fevereiro daquele ano não foram bem sucedidas. A fita tem um corte e Elvis já está no meio de sua rendição do clássico de 1956. A versão é mediana.
- 23. The Wonder of You (1 Verse): "Burning Love?!" Elvis reconhece os pedidos dos fãs, mas resolve interpretar o hit de 1970. Poucos segundos de música são ouvidos antes que ele erre a letra e desista.
- 24. One Night: Uma versão rápida, honesta, mas descartável.
- 25. O Sole Mio: "Em 1960 fizemos uma música chamada 'It's Now or Never', e ela foi tirada da música italiana 'O Sole Mio'. Então eu gostaria de pedir a Sherrill Nielsen para fazer 'O Sole Mio' e nós faremos 'It's Now or Never'. Ouçam a voz dele, senhoras e senhores." A adoração de Elvis pelos gritos de Sherrill é um tanto masoquista às vezes.
- 26. It's Now or Never: A versão de Elvis, embora não seja a melhor de 1977, é muito boa.
- 27. Can't Help Falling In Love / Closing Vamp: "Eu gostaria de lhes dizer que vocês foram um público fantástico durante esse tempo, sabem..." O público aplaude efusivamente. "Então, se vocês nos quiserem de volta, é só nos pedir e nós voltaremos." Mesmo que alguns comentários considerem esse show como "um dos piores", realmente não conseguimos ver isso. Elvis ainda estava dando um bom desempenho mesmo depois de todos os seus problemas de saúde. O show termina com o clássico hit de 1961 e a fanfarra de sempre. "Senhoras e senhores, Elvis já deixou o recinto."
Mataram Elvis, ele estava pedindo socorro! 😭!
ResponderExcluir