Fashion For a King
Selo:
FTD [FTD 103] [506020 975035 4]
Formato:
CD duplo + Livro
Número de faixas:
42
Duração:
143:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2011
Gravação:
1 de julho de 1974 + 14 de dezembro de 1975
Lançamento:
Agosto de 2011
Singles:
---
Fashion For a King foi o centésimo terceiro CD da FTD. Ele cobre os shows de 1 de julho de 1974 em Omaha, Nebraska, e 14 de dezembro de 1975 em Las Vegas. O trabalho encontra-se atualmente fora de catálogo.
“Fashion For a King” é, na verdade, o título do livro disponibilizado pela FTD junto aos concertos mencionados acima. Uma produção de Pål Granlund e da Flaming Star, ele foi escrito por Tommy Edvardsen e Atle Larsen.
O livro é um documento impressionante de todas as roupas em que Elvis se apresentou ao longo de sua carreira de 1968 em diante. Repleto de fotos fantásticas, inéditas, raras e clássicas, todas interligadas pelo texto de Edvardsen e Larsen, é um objeto gigante que pesa 3 quilos, sem incluir o CD duplo e a caixa em que vem.
Elvis Presley fez uma moda especial de seus famosos e espetaculares trajes de palco, às vezes chamados de “macacões”. Em cada país há um “imitador de Elvis” bem vestido com uma cópia de uma das roupas de Elvis Presley. O nome “Elvis” é ouvido em todos os cantos do mundo, e quase todo mundo já ouviu falar sobre o performer dinâmico vestido com um típico “traje dos anos setenta” com strass e bordados em diferentes padrões.
Mas o que muitas pessoas não sabem, é que esses trajes têm seu próprio nome e sua própria história para contar. Poucas pessoas sabem como essas roupas se tornaram características de Elvis no palco e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Tudo começou com o “Traje de Couro Preto” em 1968, e terminou com o “Traje de Relógio de Sol Mexicano” em 1977.
Elvis tornou-se Rei dos Concertos no final dos anos sessenta e setenta – e as roupas de palco tornaram-se uma parte importante de seus shows.
Nesta enciclopédia de 512 páginas, é apresentado um documentário completo de todos os trajes de Elvis desde seu famoso Comeback Special em 1968, seu retorno às apresentações ao vivo em Las Vegas em 1969 e suas muitas turnês e especiais de TV ao longo dos anos 1970. Ele traz a história de fundo de cada traje, quando Elvis os usou pela primeira e última vez - e seu paradeiro hoje. Também nos dá a história de fundo dos designers muito habilidosos que fizeram essas roupas famosas.
Este livro é o resultado de centenas de horas de trabalho com pesquisa e “escavação” através de enormes quantidades de documentação. Pål Granlund é um dos poucos noruegueses que tiveram a honra de conhecer o Rei pessoalmente em Las Vegas e em turnê, e é graças a ele e sua estreita colaboração com a FTD neste projeto que a gravadora pôde apresentar - pela primeira vez - um livro com uma história totalmente documentada e fotos das roupas de palco de Elvis Presley.
Na parte dos CDs, os shows apresentados pela FTD eram inéditos de forma oficial e em soundboard até então, mas não adicionam ao tema do livro.
A apresentação de 1 de julho de 1974 em Omaha é obviamente um ótimo show de 1974, mas não diferente do que já havíamos ouvido em "Rockin' Across Texas" e com áudio certamente muito inferior a "Recorded Live On Stage in Memphis".
O segundo show deste pacote, do dia 14 de dezembro de 1975, em Las Vegas, é uma brilhante adição da FTD, embora tenha um setlist muito parecido com o da noite anterior, ouvido em "Dinner at Eight". Transferido de uma fita de soundboard mono, ele tem um som geral muito melhor do que o do CD 1, mas o áudio infelizmente distorce bastante quando Elvis faz notas mais altas.
Abaixo segue nossa resenha deste CD.
-----------------------------------------------------------------------------------------------
CD 1 - 1 DE JULHO DE 1974
- 1. See See Rider: Como já de costume nessa época, o engenheiro de som não gravou "Also Sprach Zarathustra". Elvis entra na música com bastante energia e faz uma ótima versão, quase ao nível da de 20 de março daquele ano em Memphis. O mix da fita também é muito bom, permitindo que possamos ouvir um pouco de tudo.
- 2. I Got a Woman / Amen: A rotina do "well, well, well" em meio a conversas com a plateia leva a uma rendição com ótimo ritmo. No show original, Elvis canta "Love Me" antes de acabar a música com a seção de "Amen", mas aqui a FTD decidiu fazer uma edição duvidosa para juntar ambas as partes. O comentário do cantor revela a edição: "É isso que deveríamos ter feito antes, mas não fizemos."
- 3. Love Me: Embora tenha sido colocada em seu lugar regular ao invés de no meio do medley de "I Got a Woman / Amen", como foi originalmente interpretada neste show, a versão até que não é de todo ruim. O corte que leva ao início da próxima faixa é horrivelmente brusco.
- 4. Tryin' to Get to You: Aparentemente, Elvis está de bom humor e interage bastante com as fãs. A rendição em si é mediana, com toques que ouvimos em Memphis alguns meses antes.
- 5. All Shook Up: O medley de hits dos anos 1950 começa e será rápido. O sucesso de 1957 é bem rendido.
- 6. Love Me Tender: "Meu primeiro filme foi '... E o Vento Levou'... Não, não foi '... E o Vento Levou', foi 'Love Me Tender' - embora ele tenha ido com o vento mesmo. Enfim, gostaria de cantar um pouco para vocês. '... E o Vento Levou'. Não! 'Love Me Tender'." A rendição é bem executada, embora mediana.
- 7. Hound Dog: Como sempre, Elvis distribui lenços e beijos durante a rendição. A música é bastante aproveitável, no entanto.
- 8. Fever: Elvis está bastante descontraído e a plateia obviamente adora a música, pois podemos ouvir os aplausos que acompanham o ritmo desleixado da canção.
- 9. Polk Salad Annie: A versão é passável para 1974 e a plateia reage de acordo. O baixo de Duke Bardwell impulsiona a música até o fim.
- 10. Why Me Lord: Ao contrário do que já começava a ser comum na época, as brincadeiras com JD são deixadas de lado e esta versão é interpretada de forma séria em sua totalidade. Elvis se empolga com JD e pede para repetir o final, o qual novamente é magnífico.
- 11. Suspicious Minds: Embora Elvis já estivesse cansado de seu hit de 1969 neste ponto de sua carreira, a versão é muito boa.
- 12. Introductions: O cantor faz uma introdução bastante humorada de seus companheiros de palco. The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps (Elvis os faz dizer olá a todos no microfone), Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Duke Bardwell, Glen Hardin, Charlie Hodge, o grupo Voice, Joe Guercio e sua orquestra são apresentados. A contracapa do trabalho diz que foi feita uma edição nesta faixa, mas ela está completa.
- 13. I Can't Stop Loving You: "Sabem o que eu não consigo fazer?" Elvis se diverte cantando esse clássico, mostrando um poder vocal impressionante.
- 14. You Don't Have to Say You Love Me: Infelizmente, o poder vocal da música anterior não transparece aqui. Mesmo assim, é uma ótima versão de um clássico que já ia ficando cada vez mais fora dos setlists.
- 15. Help Me: Elvis e o Gospel sempre andaram de mãos dadas e aqui não é diferente. Uma versão tão boa quanto a do Master, traz excelentes harmonias e é bem executada do início ao fim.
- 16. Bridge Over Troubled Water: Depois de ouvir os primeiros acordes de "An American Trilogy", Elvis diz: "Desculpem. Desculpem. Errei. 'Bridge'." Talvez tivesse sido melhor o cantor ter continuado em ritmo de Gospel, uma vez que a versão do hit de 1970 não se assemelha em muito com suas melhores rendições.
- 17. Let Me Be There: Elvis recupera seu entusiasmo e ritmo com essa rendição de uma das músicas que mais gostava. Colocada no repertório em janeiro de 1974, a canção é muito bem interpretada e tem uma excelente reprise no final.
- 18. Funny How Time Slips Away: "Agora que vocês já tiveram a chance de nos verem, eu gostaria de acender as luzes da casa e dar uma olhada em vocês, ok? Sabem, essa é a primeira vez que eu os vejo, porque os holofotes me cegam." Elvis está ocupado com a entrega de lenços e beijos para as fãs durante a rendição, mas ele a leva a sério e canta todas as partes. A guitarra de James Burton é deliciosa e há uma reprise do final com Elvis chamando JD de "Jack Daniels" (devido ao fato de JD sempre ter uma garrafa de whisky escondida no palco por causa de seu vício). No fim, o cantor repete a piada: "É isso aí, Jack!"
- 19. Big Boss Man: Essa é mais uma música em que Elvis se concentra e se diverte. JD faz uma finalização estranha e o cantor ri enquanto a repete em forma de deboche.
- 20. Can't Help Falling in Love (Incomplete): Elvis agradece a plateia e diz ter gostado muito de se apresentar em Omaha nos três dias em que esteve na cidade (sendo este o último). Depois, faz uma observação um tanto estranha: "Muita gente me faz perguntas que não posso responder... Só o que posso dizer, é que realmente gostamos do que estamos fazendo." A faixa tem apenas 45 segundos iniciais da música antes de terminar em um fade.
BÔNUS
- 21. Steamroller Blues (2 de julho de 1974): O bônus do CD vem do dia seguinte, em Salt Lake City, no último show daquela temporada. Essa versão rara da música em 1974 é certamente o highlight de todo esse primeiro CD. Elvis entrega uma versão deliciosa e executada perfeitamente, com um gostoso mix que privilegia os metais.
É uma pena que a FTD não tenha incluído a música que vinha na sequência, uma rara versão de "Help Me Make it Through the Night" em 1974. Essa com certeza foi uma decisão deliberada da gravadora, uma vez que, com apenas 63 minutos usados, o CD de 80 minutos ainda tinha condições de abrigar mais esta faixa e até outras.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CD 2 - 14 DE DEZEMBRO DE 1975
- 1. See See Rider: Uma vez que a FTD optou por cortar "Also Sprach Zarathustra", a faixa começa já com Elvis no palco e pronto para cantar. Certamente sua voz não está na melhor das formas, mas ainda assim ele soa muito mais "ligado" do que em agosto em Vegas. A versão é mediana.
- 2. I Got a Woman / Amen: Após iniciar a rotina do "wel, well, well...", Elvis soa enigmático: "Todo mundo tem o direito de errar uma vez. Eu errei três vezes, esse ano. Vocês sabem de uma. As outras duas, vocês nunca saberão." Especula-se que ele estivesse se referindo à temporada de agosto em Vegas, à tentativa de namorar Kathy Westmoreland em julho e um terceiro erro ainda incógnito. Entre um striptease prolongado e conversas internas, a música em si é mediana. Elvis conversa bastante com fãs, entrega lenços para algumas e beijos para outras. A faixa toda dura 9 minutos e meio, com somente três de música.
- 3. Love Me: Como sempre, Elvis está ocupado com suas fãs e canta em partes. A versão é mediana e tem uma distorção bastante notável no final.
- 4. Tryin' to Get to You: O mix aqui é muito bom, privilegiando o baixo de Jerry Scheff e os metais. A voz de Elvis também soa magnífica.
- 5. And I Love You So: Novamente o mix ajuda a criar uma versão fantástica. O foco do áudio fica na voz de Elvis e na orquestra, gerando uma versão muito intimista e deliciosa que poderia facilmente ter sido incluída em algum álbum com músicas ao vivo ou até mesmo em "Moody Blue".
- 6. All Shook Up: O medley de sucessos dos anos 1950 se inicia. A música é executada da forma comum para o período.
- 7. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Outra música passável. Ela só se torna interessante no final, quando Elvis diz a uma fã: "Um de nós tem que conseguir lábios maiores."
- 8. Hound Dog: Esta é mais uma para agradar os fãs e meramente passável. Elvis percebe que passou muito tempo ocupado com fãs e pede que a música seja acelerada no final, um erro que tornaria esta a pior versão da noite. No fim, ele se dirige às fãs afoitas: "Vocês sabem que temos crianças na plateia, então não podemos falar realmente a sério sobre certas coisas!"
- 9. Until it's Time For You to Go: Elvis se confunde com a letra no início. Os fãs se deliciam com esses erros, mas uma versão que poderia ser fantástica acaba sendo estragada logo nas primeiras palavras. O mix dá bastante espaço para os backing vocals e a orquestra, deixando tudo maravilhoso de se ouvir.
- 10. You Gave Me a Mountain: Assim como em "And I Love You So", Elvis está realmente interessado na música. Sua versão é sólida e muito bem interpretada, com um ótimo mix nas partes certas. A experiência só é um pouco afetada pelas distorções na fita nas partes com áudio mais cheio.
- 11. Polk Salad Annie: Elvis esta com disposição e ordena o início de seu showstopper de 1970. A versão é bem ritmada e tem uma presença absolutamente deliciosa do baixo de Jerry Scheff conduzindo a música. O cantor até estende algumas estrofes e solos para fazer uma fantástica versão de cinco minutos.
-12. Introductions (Incomplete): Depois de conversar com a plateia por quase dois minutos, Elvis introduz JD Sumner e os Stamps (a FTD cortou um solo do grupo em "Sweet, Sweet Spirit" por questões de tempo), The Sweet Inspirations, Sherrill Nielsen, Kathy Westmoreland, Bill Baise, John Wilkinson, James Burton (que toca "Johnny B. Goode" e faz um chicken' pickin'), Jerry Scheff (tocando um blues), Glen Hardin (com solo), Charlie Hodge (que está de aniversário naquele dia e ganha um caloroso "Feliz Aniversário"), Joe Guercio e sua orquestra (com dois solos de "Hail, Hail Rock 'n' Roll").
- 13. Just Pretend: "Esta próxima música é uma gravação que lançamos em um álbum há uns três anos." Mesmo que sua memória esteja prejudicada, uma vez que a música já havia sido lançada há cinco anos, a versão de Elvis é sólida e prazerosa de se ouvir. O fato de que esta música só apareceu em 18 shows desde 1970 - 12 delas em dezembro de 1975, sendo esta a penúltima - faz desta uma rendição muito especial que só havia sido lançada antes em áudio amador no bootleg "Happy Birthday Charlie".
- 14. How Great Thou Art: Como dito na resenha do CD 1, Elvis e o Gospel são uma força celestial quando se unem. Executada com toda perfeição - mesmo que haja distorção em pontos do áudio - e com uma reprise fenomenal da parte final, esta é com certeza a melhor rendição da noite.
- 15. Burning Love: O hit de 1972 é interpretado de forma decente, com uma boa finalização e um ótimo mix.
- 16. Softly, as I Leave You: Com um mix mais claro do que o single lançado em 1978 com a versão de 13 de dezembro de 1975 MS, esta é outra das melhores da noite. Elvis faz uma interpretação emocionante.
- 17. America, the Beautiful: Embora ainda não fosse o ano do bicentenário dos EUA, Elvis incluiu a música em suas apresentações a partir de 2 de dezembro. Novamente, esta é uma versão ligeiramente melhor do que a presente no single de 1977, também retirado do show de 13 de dezembro de 1975 MS.
- 18. Little Sister: Raridade executada apenas quatro vezes em 1975, estava fora do setlist desde abril de 1973. É uma boa versão e a única lançada oficialmente até 2011.
- 19. Heartbreak Hotel: Uma boa versão, com um ótimo solo de guitarra de James Burton. Após a rendição, Elvis diz à plateia que precisa encerrar o show porque já está no palco há 1 hora e vinte cinco minutos e o hotel não gosta de shows longos. O cantor então apresenta Vernon e Lisa.
- 20. O Sole Mio / It's Now or Never: "Gostaria de cantar uma das minhas músicas favoritas, que gravei há muito tempo. E vou tentar a primeira parte, a versão italiana." Esta é uma verdadeira gema rara, pois seria a única vez em que Elvis cantaria em italiano. Ele erra algumas palavras, mas ainda assim é um verdadeiro deleite e certamente outro highlight da noite. No geral, é uma ótima versão.
- 21. Can't Help Falling in Love: "Ficamos no palco por um bom tempo esta noite, mas, sabem, nós gostamos de trabalhar para vocês. Espero que tenham gostado do show. E se não nos vermos, tenham um Feliz Natal e Feliz Ano Novo e, até nos vermos novamente, eu lhes desejo um afetuoso adeus." Elvis quase não canta, tentando atender o maior número de fãs possível. A faixa tem um fade logo no início do "Closing Vamp". Com os cortes feitos, o CD ficou com apenas 25 segundos não utilizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário!
LEMBRE-SE: Não postaremos mensagens com qualquer tipo de ofensa e/ou palavrão.