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sábado, 8 de dezembro de 2018

Uma Guinada a Oeste: Charro!

CHARRO! (EUA, 1969)

Título brasileiro: Charro!
Gravação:
22 de julho a 10 de setembro de 1968
Lançamento:
13 de março de 1969
Duração:
98min
Produtora:
National General Pictures
Orçamento:
US$ 1 milhão
Arrecadação:
US$ 1,5 milhão
Elenco principal:
Elvis Presley
Ina Balin
Victor French
Barbara Werle
Paul Brinegar
Trilha sonora:
"Charro!" (single)
[b/w "Memories"]
(25 de fevereiro de 1969)
"Let's Be Friends" (LP)
(Abril de 1970)
"Command Performances: Essential 60's Masters II" (CD)
(15 de julho de 1992)
"The Last Movies" (CD/LP)
(FTD, 2017/2018)





Charro! é o 29º filme de Elvis. Nele, Jess Wade é um ex-fora-da-lei acusado de ter participado de um roubo contra sua antiga gangue e punido por isso. Jurado de morte e dividido entre a vingança, o amor de uma mulher e o bem de uma cidade, ele deverá pesar todos os elementos para decidir qual a melhor saída para seu dilema: matar, morrer ou desistir de tudo. Esta produção marca o primeiro filme sério de Elvis desde 1958.

A produção foi rodada em locação no Apacheland Movie Ranch e Old Tucson Studios, no Arizona, durante os meses de julho, agosto e setembro de 1968. O filme representa o primeiro Western de Elvis, bem como o único a não ter nenhum tipo de cena com o Rei do Rock cantando; a única canção ouvida com sua voz é a dos créditos de abertura. Elvis também aparece barbudo pela primeira e única vez.

Em termos de história, este é o único drama sério estrelado pelo cantor; "Ama-Me Com Ternura" (1956), apesar de ser drama e Western, trazia Elvis cantando durante a trama. Este também foi o único filme de Presley a ser lançado nos cinemas pela pequena produtora e distribuidora National General Pictures.



O filme é co-estrelado por Ina Balin, Victor French, Barbara Werle e Paul Brinegar em um de seus últimos trabalhos, além de marcar a despedida do diretor Charles Marquis Warren.  O papel de Jess Wade fora originalmente rejeitado por Clint Eastwood, e Elvis se ofereceu para o projeto com grandes esperanças depois de ler o roteiro. Sua decepção foi enorme quando chegou para seu primeiro dia de filmagens, em 22 de julho de 1968, e encontrou um a história alterada além do ponto de reconhecimento.



Originalmente a cena de abertura teria nudez feminina total, mas a ideia foi abandonada em favor de uma cena mais suave, passada na cantina, pois os produtores temiam que a inovação (nunca houve nudez total nos filmes de Presley) poderia não agradar os fãs. Muitas das cenas mais violentas e pesadas foram retiradas da trama por completo, a exemplo de uma em que Ina Balin sai nua da banheira em seu quarto.

Stills da cena deletada com Ina Balin.


Apesar das mudanças de ares para coisas mais favoráveis ao que Elvis tinha em mente, a produção não foi bem recebido pelos fãs e crítica. De um lado, os fãs sentiam falta das canções; do outro, os críticos não se impressionaram com a trama como um todo. No entanto, o filme recuperou seu orçamento, embora sem ultrapassá-lo. Elvis recebeu US$ 850.000 de cachê, mais 50% dos lucros.


TRILHA SONORA

Apropriadamente para um Western, os produtores contrataram Hugo Montenegro, um especialista em trilhas do gênero, para criar as duas músicas do filme em duas sessões de gravação no Goldwyn Studios, em Hollywood, uma no dia 15 de outubro (apenas trilha) e outra em 25 de novembro de 1968 (Elvis colocou sua voz nas trilhas). A canção de abertura, "Charro!", foi lançada como single, com "Memories" no lado B, em 25 de fevereiro de 1969.

A segunda canção gravada para, mas não utilizada no filme, "Let's Forget About the Stars", apareceu somente em 1970 no álbum de budget "Let's Be Friends". Nenhuma das duas músicas chegou a pontuar significativamente em qualquer parada.




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ESTRELAS COADJUVANTES


INA BALIN

Nascida Ina Rosenberg em 12 de novembro de 1937, no BrooklynNova York, ela apareceu pela primeira vez na televisão no "The Perry Como Show" (1950-1956), aos 12 anos de idade. Em seguida, entrou para o teatro amador, o que a levou a papéis na Broadway e a ganhar, em 1959, o Prêmio Mundial do Teatro por sua atuação na comédia "A Majority of One". Nesse mesmo ano, ela conseguiu seu primeiro papel no cinema em "A Orquídea Negra", com Sophia Loren e Anthony Quinn. Um ano depois, foi nomeada para o Globo de Ouro por sua performance ao lado de Paul Newman em "Paixões Desenfreadas". Em 1961, apareceu como Pilar Graile em "Os Comancheros", com John Wayne e Stuart Whitman.

Com Jerry Lewis, estrelou a comédia "O Otário" em 1964 e, no ano seguinte, teve papel com algum destaque no épico "A Maior História de Todos os Tempos". Em 1969, foi vista com Elvis em "Charro!" e passou a ser estrela convidada de séries de TV como "Bonanza", "Viagem ao Fundo do Mar", "Agente 86" e "Magnum". Em 1980, interpretou a si mesma em um filme para televisão baseado em suas experiências de vida. Sua última participação em qualquer meio se deu em 1982 com a comédia "The Comeback Trail". Balin morreu em 20 de junho de 1990, aos 52 anos, de hipertensão pulmonar causada por doença cardíaca coronária.


VICTOR FRENCH

Nascido Victor Edwin French em Santa BarbaraCalifórnia, no dia 4 de dezembro de 1934, o ator seguiu os passos de seu pai e também começou sua carreira na televisão como dublê em westerns e séries. Seu primeiro papel importante, embora secundário à trama, se deu em "Sete Homens e Um Destino" (1960); L.Q. Jones, outro ator destinado a se tornar conhecido por seus westerns, o convenceu a aceitar um pequeno papel na série "The Dakotas" (1963), trabalho que o colocou em evidência. Nos anos seguintes, apareceu 23 vezes em "Gunsmoke" (1955-1975), consolidando-se no gênero.

Sua participação como o vilão em "Charro!"  é apenas mais uma das muitas vezes em que ele interpretou um papel do tipo. A partir de 1974, French teve uma parceria duradoura com o ator Michael Landon, que o colocou em algumas de suas séries, como "Os Pioneiros" (1974-1983) e "O Homem Que Veio do Céu" (1984-1989). Fumante inveterado, French foi diagnosticado com câncer de pulmão avançado em abril de 1989, morrendo em 15 de junho do mesmo ano, aos 54 anos.


BARBARA WERLE

Barbara May Theresa Werle nasceu em 6 de outubro de 1928, em Mount VernonNova York. Ela tornou-se dançarina de salão depois de terminar o colegial, vencendo o aclamado Harvest Moon Ball no início de 1950.

Seus créditos televisivos variam desde aparições no "The Ed Sullivan Show", nos anos 1950, a papéis em séries como "O Homem da Virgínia" (1962-1971) e "Aeroporto Internacional de San Francisco" (1970-1971). No cinema, suas aparições são poucas, sendo as mais importantes "Krakatoa, O Inferno de Java" (1968) e "Charro!", com Elvis.

Barbara deixou a atuação em 1975 e mudou-se para a costa da Califórnia. Entre 2000 e 2012, ela cantou como soprano no coral de St. Elizabeth Seton. Werle morreu aos 84 anos em 1º de janeiro de 2013, de causas não reveladas.


PAUL BRINEGAR

Paul Brinegar nasceu em 19 de dezembro de 1917 em Tucumcari, no leste do Novo México, e ainda jovem foi para a Califórnia buscar oportunidades de atuação, fazendo sua estréia no cinema em "Larceny" (1948). De lá, ele lançou uma carreira cinematográfica constante que abrandou consideravelmente no final de 1950, depois que começou a aparecer na televisão, mas não terminou até 1994, quando fez sua última aparição na versão cinematográfica de "Maverick".

Brinegar foi uma figura popular nos westerns a partir de 1952. Seu sucesso no gênero se consagrou com as séries "As Aventuras de Wyatt Earp" (1955-1961), "Rawride" (1959-1965) e "Lancer" (1968-1970). O papel que desempenha em "Charro!", ao lado de Elvis, não foi de nenhuma dificuldade. Entre 1946 e 1994, o ator apareceu em mais de cem filmes de faroeste. Brinegar morreu de causas naturais em 27 de março de 1995, aos 77 anos de idade.






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