EAP Index Brasil: Elvis at the International (CD - FTD, 2002)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Elvis at the International (CD - FTD, 2002)

Título:
Elvis at the International
Selo:
FTD [FTD 020] [74321 97713 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
20
Duração:
79:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2002
Gravação:
23 de agosto de 1969 MS
Lançamento:
27 de dezembro de 2002
Singles:
---


Elvis at the International é o vigésimo disco da FTD. Ele contém o show completo da meia-noite de 23 de agosto de 1969 em Las Vegas. O CD está atualmente fora de catálogo na gravadora.


Livre dos contratos cinematográficos e se sentindo motivado, Elvis inicia 1969 pensando em reconstruir sua carreira musical e focar no retorno aos palcos. Lisa estava com um ano e era a felicidade do cantor, que queria aproveitar ao máximo os momentos com ela e por isso mesmo pediu que suas novas gravações fossem feitas perto de casa; para não sair de Memphis, um contrato foi feito com o American Sound Studio e gerou dois discos - "From Elvis in Memphis" e "Back in Memphis" -, diversos singles e sobras que foram usadas em trabalhos lançados ao longo dos próximos três anos.

Seu contrato com o International Hotel era outro ponto positivo. Visitando as obras do empreendimento e veiculando seu nome ao projeto, Elvis garantia que o hotel tivesse lotação máxima em sua abertura ao autorizar a propaganda de que ele estaria se apresentando no local para os hóspedes e visitantes - era uma verdadeira jogada dupla de marketing, bem ao estilo do Coronel. A imprensa, que já corria enormes artigos tecendo elogios ao novo estilo musical de Elvis, não perdia tempo em propagandear a volta do cantor aos palcos e promover sua chegada a Vegas.

Quando Elvis adentrou o palco em 31 de julho de 1969, em uma apresentação somente para convidados e jornalistas, o evento conseguiu ofuscar até mesmo a chegada do homem à Lua que ocorrera onze dias antes. A imprensa recebeu de braços abertos a nova imagem do cantor, mais modernizada e condizente com os anos 1970 que já batiam à porta.

Entre 1 e 28 de agosto daquele ano Elvis fez 56 shows com todos os 2200 lugares do auditório do International Hotel vendidos, batendo todos os recordes que havia conquistado nos anos iniciais de sua carreira.

Abaixo segue a resenha do conteúdo disponibilizado no CD.

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- 1. Blue Suede Shoes: Como de costume nesta primeira temporada, Ronnie Tutt iniciava as apresentações com um pequeno solo de bateria e os outros instrumentos iam se unindo até que a orquestra entrasse e todos estivessem tocando.
Elvis toma o palco em sua jumpsuit White Herringbone e a plateia vai à loucura. Os primeiros versos do hit de 1956 ecoam pelo salão sob palmas, assobios e gritos histéricos.

- 2. I Got a Woman: Com uma rotina "well, well, well" um pouco diferente, Elvis inicia a canção que fora sucesso de Ray Charles.
A versão é bem ritmada e uptempo, terminada em 2 minutos e meio, saindo totalmente fora do padrão de 6 a 9 minutos que ouviríamos nos anos seguintes.

- 3. All Shook Up: As pernas de Elvis parecem querer se mexer sozinhas e ele logo diz: "Lá vamos nós de novo." A versão feita aqui é completa, com dois minutos de duração, ao contrário das posteriores que seriam interpretadas à jato e em menos de um minuto.

- 4. Welcome: Após a rendição, Elvis faz algumas brincadeiras com a plateia e produz crises intensas de riso. "Antes de a noite terminar eu terei feito papel de total idiota, então espero que vocês se divirtam com isso." Como de praxe, ele fala de sua Gatorade (Gator: jacaré; a[i]de: ajuda) e como ela "supostamente ajuda meu jacaré."

- 5. Love Me Tender: "Uma das primeiras gravações que fiz, senhoras e senhores... em 1927, eu acho."
O sucesso estrondoso de 1956 leva Elvis a sua sessão de distribuição de beijos e, pelas risadas e sons que o cantor faz, as mulheres estão bem assanhadas. A histeria é comprovada pelos gritos delas.

- 6. Jailhouse Rock / Don't Be Cruel: "Gostaria de fazer um medley dos meus maiores discos... Na verdade eles são do tamanho normal, mas soa impressionante."
Unindo um hit de 1956 a um de 1957, Elvis faz um dos seus medleys mais raros. Esta mistura interessante foi cantada apenas em poucos shows de 1969 e 1970, antes de ser substituída pela comum "Teddy Bear / Don't Be Cruel".

- 7. Heartbreak Hotel: Em ritmo de blues, Elvis embala a plateia. O sucesso de 1956 traz James Burton em um dos melhores solos dentre todos os feitos nas diferentes versões da canção ao longo dos anos.

- 8. Hound Dog: Um monólogo de três minutos cheio de trocadilhos sexuais leva a uma breve versão da canção. A voz de Elvis mostra toda sua potência logo de início e o solo de James Burton novamente se destaca.

- 9. Memories: "Gostaria de cantar uma canção que apresentei no meu programa de televisão", anuncia, se referindo ao "'68 Comeback Special".
Elvis aproveita o ritmo calmo da música para distribuir mais beijos e abraços para fãs.

- 10. Mystery Train / Tiger Man: "Uma das minhas primeiras gravações foi péssima... Não! Gravei umas cinco músicas antes de ficar conhecido... Uma das minhas primeiras gravações era assim..."
Gravada em 1955 ainda no Sun Studio, a música que inicia o medley era uma das mais apreciadas por Elvis. "Tiger Man" foi parte importante do "'68 Comeback Special" e se encaixou perfeitamente com sua acompanhante.
Segundo arquivos do Sun Studio, Elvis teria gravado "Tiger Man" em junho de 1954, mas a fita se perdeu.

- 11. Monologue: Durante quase oito minutos e meio, Elvis conta sua versão dos fatos de sua vida com muitas piadas e trocadilhos sexuais. Falando sério entre uma coisa e outra, ele conta sua ascensão ao sucesso absoluto, as brigas com Ed Sullivan, histórias do exército, seus piores e melhores filmes, e o retorno aos palcos.

- 12. Baby, What You Want Me to Do: Elvis pega sua guitarra para tocar no próximo seguimento. "É, eu sei tocar essa filha da...", brinca. A canção é apresentada em uma versão puxada ao blues, diferentemente do que ouvimos no "'68 Comeback Special", e tem brilhantes respostas das Sweet Inspirations para cada verso cantado por Elvis.
A música foi interpretada somente nesta temporada de 1969.

- 13. Runaway: "Há alguns anos um cara chamado Del Shannon lançou uma música que eu espero que vocês gostem."
Uma das maiores raridades da apresentação, também executada somente em 1969, é bem interpretada e tem ótimas respostas das Sweet, além de um delicioso solo de James Burton.

- 14. Reconsider Baby: Antes de partir para a canção, Elvis recita alguns versos de "Loving You" que são bem recebidos pela plateia. "Não sei essa, só estou brincando com vocês."
O blues toma conta desta rendição de outra raridade, executada apenas 9 vezes em sua carreira - esta sendo a única de 1969. Elvis se anima e responde vocalmente ao solo de James Burton antes de levar a canção para um final sensacional.

- 15. Are You Lonesome Tonight: Apesar de ser um sucesso incontestável, a canção foi executada apenas 65 vezes entre 1961 e 1977.
Esta versão é séria e por isso difere muito da que seria ouvida três dias depois e passaria a ser conhecida como "Laughing Version". O trabalho da soprano Millie Kirkham é excepcional.

- 16. Yesterday / Hey Jude: Muito embora ainda seja dito que Elvis odiava os Beatles, o que se sabe com certeza é que era exatamente o contrário. Isso foi demonstrado em entrevistas, sessões de gravação e shows, tendo o Rei do Rock interpretado várias canções do grupo britânico ao longo dos anos (Yesterday, Hey Jude, Something, Lady Madonna, Get Back).
Este medley tem duas partes distintas: "Yesterday" é interpretada de forma séria e sóbria, enquanto "Hey Jude" serve como mais um momento para Elvis distribuir beijos e abraços para a plateia.

- 17. Introductions: Elvis continua andando pelo palco e distribuindo beijos enquanto descansa um pouco de sua rendição e bebe água. Em seguida ele apresenta The Sweet Inspirations, The Imperials, James Burton na guitarra, John Wilkinson na guitarra rítmica, Ronnie Tutt na bateria, Jerry Scheff no baixo, Larry Muhoberac no piano (Glen Hardin chegaria somente em 1970), Charlie Hodge, o maestro Bob Morris (Joe Guercio o substituiria em 1970) e sua orquestra.

- 18. In the Ghetto: Um dos singles de maior sucesso de 1969 e faixa de encerramento do LP "From Elvis in Memphis", é interpretada praticamente da mesma forma que no Master. A canção traz um momento de introspecção para o show.

- 19. Suspicious Minds: "Uma canção que acabei de gravar e deve estar à venda em uma ou duas semanas. Espero que gostem, se chama 'Suspicious Minds'".
Todas as rendições iniciais do clássico de Mark James eram eletrizantes e tinham uma duração muito extensa que as deixava ainda mais empolgantes. Esta é uma das mais longas, com 7 minutos e 46 segundos, e Elvis dá tudo de si na voz e nos movimentos pélvicos que enlouquecem as fãs.
A banda, encantada e se perguntando quanto tempo mais Elvis poderia continuar com sua performance explosiva, perde a finalização da canção (talvez por isso ela não tenha sido escolhida para compor o LP "In Person at the International"), mas esta ainda é a melhor versão de 1969.

- 20. What'd I Say: Ainda se recuperando e buscando fôlego, Elvis se lança em mais uma canção que requer esforço físico e vocal.
O clássico de Ray Charles ganha roupa nova e um ritmo mais uptempo que força a banda, backing vocals e orquestra a acompanharem sem pestanejar. O solo de James Burton soa cristalino e o mix de instrumentos é fenomenal. Elvis deixa de cantar por 3 minutos para beijar e abraçar seus fãs, mas a música se estende por incríveis cinco minutos e meio.

- 21. Can't Help Falling in Love: "Vocês são uma plateia linda, muitíssimo obrigado. Eu realmente adorei. Vou cantar esta música especialmente para vocês." Aquele era o sinal de que o show estava acabando e que era hora das fãs tentarem qualquer coisa para conseguir mais um beijo ou abraço de Elvis.
A versão ouvida aqui ainda é lenta e muito parecida com a do "'68 Comeback Special", mas mesmo assim dura os mesmos dois minutos das versões posteriores mais uptempo.
Como à época ainda não existia a "Closing Vamp", o show termina com a banda silenciando após a rendição.


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