EAP Index Brasil: Elvis as Recorded at Madison Square Garden - Legacy Edition (CD - Sony Legacy, 2012)

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Elvis as Recorded at Madison Square Garden - Legacy Edition (CD - Sony Legacy, 2012)

Título:
 Elvis as Recorded at Madison Square Garden
Selo:
Sony Legacy [88725 43854 2]
Formato:
CD duplo
Número de faixas:
46
Duração:
114:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia oficial
Ano:
2012
Gravação:
10 de junho de 1972
Lançamento:
13 de novembro de 2012
Singles:
---


Elvis as Recorded at Madison Square Garden - Legacy Edition foi um CD duplo lançado pela Sony legacy em 2012. Ele cobre os shows completos de 10 de junho de 1972 no Madison Square Garden.

Em 1972, Elvis já era famoso há 18 anos. Apesar dos eventos em sua vida pessoal, que culminariam no divórcio no ano seguinte, sua carreira ia muito bem. O retorno aos palcos havia sido magnífico, "That's The Way It Is" foi bem sucedido, "Elvis On Tour" já estava gravado e prometendo prêmios, e o Havaí o receberia novamente em novembro daquele ano para o "Aloha From Hawaii"- posteriormente adiado para janeiro de 1973.

Mas ainda faltava se apresentar em um local de imenso prestígio: o Madison Square Garden em Nova York.

The Beatles, Elton John, John Lennon, e muitos outros, já haviam se apresentado lá. Dez anos antes, Marilyn Monroe cantara "Happy Birthday, Mr. President" para John F. Kennedy no local.

Elvis tinha feito algumas apresentações na TV em Nova York e gravado em estúdios da cidade nos anos 1950, mas nunca havia feito um show aberto ao público lá. Agora ele finalmente se apresentaria no auditório mais famoso dos EUA. Seriam 4 shows em 3 dias, todos com um recorde nunca antes alcançado por nenhum artista que tenha se apresentado ali: 20 MIL ESPECTADORES - A LOTAÇÃO MÁXIMA.

Elvis Presley finalmente chegava a Nova York na sexta-feira, 9 de junho, para se apresentar pela primeira vez na cidade como artista solo. No decorrer da tarde, ele daria uma conferência de imprensa para falar sobre as apresentações e o disco planejado, além de sua vida pessoal - tudo enquanto tentava se esquivar de perguntas que poderiam ferir sua imagem.

O show das 20:30 daquela noite fora planejado com o gerenciamento do poderoso Coronel Tom Parker. The Sweet Inspirations apresentariam uma sessão de boa música como abertura e Jackie Kahane faria seu número de comédia. Em seguida, um breve intervalo e então, finalmente, as luzes se apagariam para que o público visse Elvis sair detrás das cortinas em seu macacão branco com um lenço dourado no pescoço.

A apresentação acabaria por ser um programa com um menu bastante rico. Depois de 58 minutos, Elvis partiria sem um encore. O efeito seria um tanto decepcionante para os fãs que esperaram quase 20 anos para vê-lo em sua cidade, mas era o suficiente para confirmar a magia eficaz e costumeira de um show do Rei do Rock.

Na matinée do dia 10, Elvis apresentaria um show tão vibrante quanto o da noite anterior. A plateia reagiria com histeria a cada movimento, palavra e música. O show das 20h30 é o mais conhecido daquele final de semana no Madison Square Garden, pois foi o único gravado pela RCA a ter sido lançado na época em uma edição disponibilizaria ao público meros oito dias depois, em 18 de junho, no LP intitulado "Elvis: As Recorded at Madison Square Garden".

No dia 11, que marcaria o último show de Elvis no Madison Sauwre Gaden em toda sua carreira, o concerto foi padrão e sem adição de raridades. Por serem audiovisualmente melhores do que os outros, as apresentações do dia 10 de junho de 1972 ganharam maior notoriedade ao longo dos anos. O show das 14h30 chegou oficialmente aos fãs pela primeira vez em "An Afternoon in the Garden" (1997), e o das 20h30 foi lançado completo em 2009, no box "The Complete Masters Collection".

Ambos concertos foram vendidos juntos pela primeira vez neste trabalho de 2012. No mesmo ano, a Sony lançou "Prince From Another Planet", um box com os dois shows remixados e remasterizados, e um DVD com a coletiva de imprensa de 9 de junho de 1972 e imagens do show das 14h30 do dia 10 com áudio sincronizado.

Abaixo segue nossa resenha do trabalho.

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CD 1 - 10 DE JUNHO DE 1972 ES - NEW YORK, NY


- 1. Also Sprach Zarathustra: Como de costume, a fanfarra anuncia o início do show. Provavelmente por estarmos acostumados a ele, o mix original do LP é o que mais nos apetece.

- 2. That's All Right: Logo de início podemos perceber que a velocidade da execução é mais rápida - seja por ter sido feita assim ao vivo ou por ter sido acelerada para que um LP simples pudesse conter o show inteiro. A interpretação de Elvis é cheia de entusiasmo.

- 3. Proud Mary: Há uma pequena microfonia no início da faixa, mas nada que estrague alguma coisa. Preste atenção nas repostas melodiosas da guitarra de James Burton e dos backing vocals e você estará no paraíso. Talvez por estar cansado, esta versão é um pouco menos fantástica do que a da tarde.

- 4. Never Been to Spain: Embora o mix geral não seja o melhor, ainda  assim essa versão tem seu valor por conter um baixo bem pronunciado, uma guitarra fenomenal e uma boa participação da orquestra e dos backing vocals. Elvis dá tudo de si, como sempre.

- 5. You Don't Have to Say You Love Me: A orquestra é a estrela nesta faixa, com os violinos soando magníficos no início e então sendo substituídos lentamente pelos metais e backing vocals enquanto Elvis faz uma rendição quieta, mas impressionante.

- 6. You've Lost That Lovin' Feelin': "Obrigado. Vocês são uma plateia linda, muito obrigado." Com uma seção de baixo bem colocada no mix, esta versão se assemelha às de 1970 em muitos aspectos. Elvis entrega uma rendição solida e com alma.

- 7. Polk Salad Annie: A voz de Elvis soa extremamente cansada enquanto ele agradece ao público. No geral, a versão é muito boa, mas não tem a mesma coesão da feita apenas algumas horas antes. O mix privilegia a voz de Elvis, parte da orquestra e os backing vocals, mas o baixo - que faz toda a diferença nesta faixa - não está lá. No fim, a força com que Ronnie Tutt atinge sua bateria parece indicar que Elvis está fazendo uma de suas melhores exibições de golpes de karatê. 

- 8. Love Me: Iniciando seu medley de hits dos anos 1950, Elvis parece entediado com a música.

- 9. All Shook Up: Uma descartável apenas para agradar e atender fãs.

- 10. Heartbreak Hotel: Há um bom mix aqui e Elvis se diverte.

- 11. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Nada de especial aqui, apenas mais uma música rotineira para entregar lenços e beijos.

- 12. Love Me Tender: "Meu primeiro filme, senhoras e senhores." As fãs tomam conta da faixa, mas ainda assim se pode notar que Elvis soa extremamente entediado e cansado.

- 13. The Impossible Dream: "Gostaríamos de fazer nossa versão de 'The Impossible Dream'." O clássico que fechou a maioria de seus shows em 1971 é interpretado aqui de maneira excepcionalmente fantástica. Até mesmo o mix ficou perfeito. Não há um erro que se possa notar e Elvis exclama corretamente no final: "Minha nossa!" É uma pena que ele nunca mais cantaria essa música em sua carreira.

- 14. Band Introductions: Elvis apresenta rapidamente JD sumner e os Stamps (Rich Sterban, Ed Enoch, Donnie Sumner, Bill Baize) The Sweet Inspirations, (Estelle Brown, Sylvia Shemwell, Myrna Smith), Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Charlie Hodge, Glen Hardin, Joe Guercio e sua orquestra.

- 15. Hound Dog: "Esta é uma música que fiz no The Ed Sullivan Show, em 1912." Diferente da versão da tarde, não há eco na faixa. A voz de Elvis soa cansada, mas ainda assim ele dá um bom tratamento à música.

- 16. Suspicious Minds: Embora seja levemente melhor do que a versão da tarde, não há muito o que acrescentar aqui. O mix privilegia corretamente a bateria e os backing vocals nos lugares corretos e a finalização é muito boa.

- 17. For the Good Times: Aqui é o baixo que dirige a faixa. Elvis canta suavemente enquanto atende suas fãs e a banda faz um ótimo trabalho.

- 18. An American Trilogy: Esta é uma versão mais descontraída do que a da tarde, com Elvis brincando e até assustado as fãs que gritam ensandecidas com seu "what?" no início. Sem instrumentos abafados no mix, esta é uma ótima versão.

- 19. Funny How Times Slips Away: Por algum motivo, toda a fala de Elvis sobre "agora que vocês nos viram..." soa distante. A rendição em si é muito boa e Elvis não brinca muito no final nem faz seus costumeiros comentários engraçados.

- 20. I Can't Stop Loving You: Esta é uma prova de que Elvis sempre estava pensando em seu público e em como melhorar suas performances. Ele faz uma rendição sensacional, mas mesmo assim se sente na necessidade de melhorar sua finalização e a repete para o delírio da plateia.

- 21. Can't Help Falling in Love: "De 'Blue Hawaii', senhoras e senhores." Elvis faz uma finalização de show um tanto às pressas, sem nem mesmo agradecer à plateia. A versão aqui é a de rotina.

- 22. Closing Vamp: Como sempre, é o fim do show.


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CD 2 - 10 DE JUNHO DE 1972 AS - NEW YORK, NY

- 1. Introduction - Also Sprach Zarathustra: A fanfarra anuncia o início do show.

- 2. That's All Right: A voz de Elvis soa forte e constante, mas o mix do áudio dá mais ênfase à banda - um erro, pode-se dizer. Por vezes, a voz do cantor é afogada pelos instrumentos. A rápida versão do hit de 1954 anima a plateia. Elvis joga seu violão para Charlie Hodge que, pelo som, não estava preparado para a ação. O cantor comenta brincando: "Ele acabou de morrer, não foi?"

- 3. Proud Mary: Embora o problema do áudio persista, podemos ouvir que Elvis está entusiasmado e dando tudo de si. Esta é uma versão muito boa.

- 4. Never Been to Spain: Por algum motivo, Elvis soa extremamente cansado e sem fôlego nas partes calmas. Talvez seja pelo esforço na música anterior ou outro fator, mas mesmo assim a versão é muito gostosa de se ouvir.

- 5. You Don't Have to Say You Love Me: Comparando com outras versões, inclusive com a da noite anterior, parece que esta é executada em uma velocidade muito acima do normal - ou talvez ela tenha sido digitalmente acelerada. A bateria é o instrumento que mais se sobressai, seguida do baixo, mas em geral a experiência auditiva é ótima.

- 6. Until it's Time For You to Go: Embora a plateia possa ser ouvida um pouco mais do que o desejado, esta versão está bem mixada e a voz de Kathy Westmoreland ficou no volume correto para que esta possa ser eleita como a melhor mixagem do disco até aqui.

- 7. You've Lost That Lovin' Feelin': Elvis faz uma rendição rotineira, mas com muita alma. Em certo ponto, o címbalo que soa alto demais o faz rir, mas ele se recompõe rapidamente para uma finalização espetacular. A bateria de Ronnie Tutt soa excelente por todo o seguimento.

- 8. Polk Salad Annie: Embora estejamos praticamente na metade da apresentação, é estranho que Elvis ainda não tenha se dirigido à plateia com mais do que um "obrigado" aqui e ali. Mas, conhecendo o Coronel, provavelmente isso tenha sido ideia dela para poupar alguns segundos. Elvis parece esquecer da letra em dado ponto, mas mesmo assim esta é uma versão magnífica onde o baixo de Jerry Scheff brilha magistralmente. "Obrigado. Bem, isso me acordou."

- 9. Love Me: O medley dos anos 1950 começa e Elvis passa a atender seus fãs com beijos e lenços. A versão é mediana.

- 10. All Shook Up: Dirigindo-se a uma fã que o beijou, Elvis brinca enquanto masca um chiclete: "Espero que seja chiclete, querida." Talvez o mix tenha ajudado este música rotineira a soar mais interessante aqui.

- 11. Heartbreak Hotel: Elvis soa entediado, o que é de se esperar de uma música que está em quase todos os shows por quatro anos. Ele tenta mudar algumas notas aqui e ali, mas a versão é bastante rotineira.

- 12. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Elvis se diverte um pouco aqui, trocando partes da letra. No geral, ele usa a versão para entregar mais lenços e dar beijos.

- 13. Love Me Tender: "Meu primeiro filme, senhoras e senhores." As fãs enlouquecem em busca de um pouco de atenção de Elvis durante este clássico de 1956. Elvis, no entanto, soa como se quisesse acabar logo com aquilo - o que, pelo encerramento corrido, ele conseguiu.

- 14. Blue Suede Shoes: Elvis realmente parece gostar desta música, interpretando-a com vontade e dedicação. Seus incentivos para que a banda continue e o acompanhe soam sensacionais.

- 15. Reconsider Baby: Interpretada pela última vez em 1969, esta é uma música realmente rara e que pega os fãs de surpresa. Elvis trabalha bem nela e o mix privilegia corretamente o piano, dando um fantástico toque de legítimo blues à performance.

- 16. Hound Dog: "Então eu estava no The Ed Sullivan Show e fiz essa música aqui." Quando as fãs começam a gritar, Elvis brinca: "Vocês não sabem o que vou fazer ainda, esperem um pouco!" Por algum motivo, a RCA resolveu adicionar um eco estranho a esta faixa. No geral, tanto a parte lenta quanto a mais pesada e rápida levam a plateia apo delírio.

- 17. I'll Remember You: Esta é apenas a segunda vez em que Elvis interpreta esta música ao vivo, sendo que a primeira fora seis meses antes. Ele faz uma versão séria e comprometida que soa muito gostosa e bem mixada.

- 18. Suspicious Minds: "Obrigado. Vocês são uma plateia linda, muito obrigado. 'Suspicious Minds', Baby!" Esta talvez seja a faixa mais bem mixada de todo o disco. Tanto a voz de Elvis quanto os instrumentos e os backing vocals têm seus espaços garantidos e a plateia não afoga o som de nenhuma das partes. Elvis se diverte com alguns golpes de karatê durante a execução e uma sequência fenomenal no final.

- 19. Introductions by Elvis: Elvis apresenta rapidamente JD sumner e os StampsThe Sweet Inspirations, Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Jerry Scheff, Charlie Hodge, Glen Hardin, Joe Guercio e sua orquestra.

- 20. For the Good Times: Esta é definitivamente outra das preferidas dos fãs à época, pois dava uma nova chance a Elvis de se dedicar aos fãs. O mix aqui não é muito bom e os backing vocals quase não são ouvidos em algumas partes, mas ainda assim é uma versão bastante forte.

- 21. An American Trilogy: É impossível saber o que a BMG quis fazer com o mix de cada música, pois há muitos altos e baixos. Felizmente, este é um momento alto, com uma mixagem perfeita. Elvis dá seu tudo em uma versão fenomenal e com muita emoção, o que só é um tanto atrapalhado pela reação exacerbadas das fãs que gritam como se ele estivesse fazendo um número de striptease e uma microfonia no solo de flauta.

- 22. Funny How Times Slips Away: "Muito obrigado, senhoras e senhores. Eu gostaria de dizer a vocês que é realmente fantástico estar de volta a Nova York. Um público muito bom, obrigado. E agora que vocês nos deram uma olhada eu gostaria acender as luzes da casa e dar uma olhada em vocês." Uma versão muito semelhante à de Greensboro em 14 de abril - vista em "Elvis On Tour"-, traz Elvis mostrando toda sua capacidade vocal ao mudar algumas oitavas no final.

- 23. I Can't Stop Loving You: Uma ótima versão com um mix satisfatório que privilegia o magnífico trabalho de James Burton. Elvis também dá tudo de si nesta rendição espetacular.

- 24. Can't Help Falling in Love: "Obrigado. Vocês são fantásticos. Vamos para casa!" Com um mix perfeito, esta versão fantástica é um ótimo encerramento para o show. Embora o CD não especifique, o "Closing Vamp" está incluso em sua totalidade no final da faixa, inclusive com o aviso de que "Elvis já deixou o recinto" por Ed Enoch.

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