FTD [FTD 021] [82876 50410 2]
Formato:
CD duplo
Número de faixas:
33
Duração:
86:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2003
Gravação:
31 de dezembro de 1976
Lançamento:
Março de 2003
Singles:
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New Year's Eve é o 21º trabalho da gravadora Follow That Dream (FTD). Ele contém o show completo de 31 de dezembro de 1976 em Pittsburgh, Philadelphia, o segundo e último feito por Elvis em uma virada de ano. O CD está atualmente fora de catálogo.
O ano de 1976 tinha sido de mais altos do que baixos e Elvis estava contente com o andamento das coisas. Sua vontade de gravar ainda era pouca, mas as sessões na Jungle Room de Graceland foram divertidas e bastante produtivas. Ele já não parecia interessado em Las Vegas, e Vegas era recíproca, fazendo o Coronel escalá-lo para apenas uma temporada de 2 a 12 de dezembro no Hilton; esta, como sabemos hoje, seria a última de sua carreira na cidade. Ao invés do ar seco do deserto de Nevada, o Rei do Rock preferiu fazer apenas mais uma temporada em Lake Tahoe, onde se apresentara pela última vez dois anos antes, entre 30 de abril e 9 de maio de 1976.
No fim daquele ano, Elvis havia feito nove turnês nacionais e se sentia bem. Seus shows ainda tinham algumas inconstâncias, mas não tanto quanto no ano anterior; havia também um tom de surpresa, pois Elvis estava mais cooperativo com a plateia e frequentemente aceitava pedidos feitos por fãs. E como a experiência na véspera do Ano Novo passado havia sido um grande sucesso, o cantor aceitara repetir a dose naquele ano em Pittsburgh - embora para apenas 16.409 pagantes, lotação bem distante dos 60.500 em Pontiac em 1975. Com energia de sobra, Elvis traria 1977 de forma explosiva.
E esta foi a grande notícia do dia seguinte. O que segue é a tradução da resenha oficial do evento, feita pelo jornalista Mike Kalina e publicada no jornal Pittsburgh Post Gazette em 1º de janeiro de 1977. (artigo original)
Depois de três atos de abertura e uma longa pausa Elvis adentra o palco às 23h25. A plateia enlouquecida grita seu nome em meio a aplausos efusivos e estouros dos flashes das máquinas fotográficas que mais parecem fogos de artifício comemorando a virada do ano.
Elvis estava bem mais caloroso do que sua primeira visita em 1973, deixando até o microfone de lado por alguns minutos para ouvir uma fã que lhe desejava feliz aniversário (afinal ele faria 42 dentro de uma semana) e recebendo centenas de presentes dos fãs.
Sua voz também estava melhor do que na visita anterior, surpreendendo o público com notas difíceis e oferecendo reprises que mais pareciam ser realizadas por um desejo masoquista que primava pela perfeição.
O material desse show também surpreendeu. Elvis parecia bem mais confortável com a execução de novas canções do que com as velharias que frequentemente povoavam suas apresentações, mas claro que haviam exceções necessárias como "Hound Dog" ou "Jailhouse Rock".
Sua constituição física já não era a mesma de vinte anos atrás, do menino que se sacudiu em frente a milhões de pessoas nos shows de Ed Sullivan, mas mesmo assim a plateia delirava com as aparições do "Elvis the Pelvis" em meio a essa apresentação do novo Elvis ciente de sua idade.
À sua disposição Elvis tinha os melhores músicos da atualidade, com a guitarra inquieta de James Burton, a bateria ligeira de Ronnie Tutt, a orquestra sagaz de Joe Guercio e os grupos The Sweet Inspirations e The Stamps Quartet, entre tantos outros nomes fantásticos que, se mencionados, tomariam um grande tempo, mas que, mesmo não mencionados, não deixam de ser peças essenciais ao sucesso das apresentações de Elvis Presley. Todos muito afinados com o humor de Elvis. Se Presley olhasse seriamente para um dos músicos, a face do mesmo se contorcia em dor; se sorrisse, o músico se acendia como uma árvore de Natal.
Ao soar da meia-noite, Elvis faz uma pausa e lidera o coro de "Auld Lang Syne" para o descontentamento de parte da platéia que chegou a ensaiar uma pequena vaia, mas logo retornou ao espetáculo embora parecesse ter perdido a centelha que o fez brilhar antes da meia-noite.
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Elvis e Ginger chegam à Civic Arena; 31 de dezembro de 1976 |
Elvis estava bem mais caloroso do que sua primeira visita em 1973, deixando até o microfone de lado por alguns minutos para ouvir uma fã que lhe desejava feliz aniversário (afinal ele faria 42 dentro de uma semana) e recebendo centenas de presentes dos fãs.
Sua voz também estava melhor do que na visita anterior, surpreendendo o público com notas difíceis e oferecendo reprises que mais pareciam ser realizadas por um desejo masoquista que primava pela perfeição.
O material desse show também surpreendeu. Elvis parecia bem mais confortável com a execução de novas canções do que com as velharias que frequentemente povoavam suas apresentações, mas claro que haviam exceções necessárias como "Hound Dog" ou "Jailhouse Rock".
Sua constituição física já não era a mesma de vinte anos atrás, do menino que se sacudiu em frente a milhões de pessoas nos shows de Ed Sullivan, mas mesmo assim a plateia delirava com as aparições do "Elvis the Pelvis" em meio a essa apresentação do novo Elvis ciente de sua idade.
À sua disposição Elvis tinha os melhores músicos da atualidade, com a guitarra inquieta de James Burton, a bateria ligeira de Ronnie Tutt, a orquestra sagaz de Joe Guercio e os grupos The Sweet Inspirations e The Stamps Quartet, entre tantos outros nomes fantásticos que, se mencionados, tomariam um grande tempo, mas que, mesmo não mencionados, não deixam de ser peças essenciais ao sucesso das apresentações de Elvis Presley. Todos muito afinados com o humor de Elvis. Se Presley olhasse seriamente para um dos músicos, a face do mesmo se contorcia em dor; se sorrisse, o músico se acendia como uma árvore de Natal.
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Elvis e Lisa se dirigem ao aeroporto de Pittsburgh para retornar a Memphis; 1º de janeiro de 1977 |
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Segue abaixo a resenha do material disponibilizado no CD.
- 1. Also Sprach Zarathustra: A comum e corrente fanfarra inicial deixa o público em grande expectativa.
- 2. See See Rider: Quando Elvis toma o palco, o ambiente torna-se absolutamente ensurdecedor. Sua voz, forte e sonora, ecoa pela Civic Arena quando começa a cantar. Após o fim da canção, rendida com bastante perfeição, Elvis brinca sobre o motivo de ter se saído tão bem: "Bem, é o espírito da Véspera de Ano Novo."
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- 2. See See Rider: Quando Elvis toma o palco, o ambiente torna-se absolutamente ensurdecedor. Sua voz, forte e sonora, ecoa pela Civic Arena quando começa a cantar. Após o fim da canção, rendida com bastante perfeição, Elvis brinca sobre o motivo de ter se saído tão bem: "Bem, é o espírito da Véspera de Ano Novo."
- 3. I Got a Woman / Amen: A famosa rotina "well, well, well" é iniciada e rapidamente substituída pela canção e sua sequência Gospel. Uma fã pede para Elvis rebolar, ao que ele responde: "Rebolar, querida? Estou tentando acordar!" O "striptease" começa com o Rei do Rock dizendo que na verdade está testando a roupa para ver se ela não rasgaria com movimentos bruscos. Após alguns dive bombs de JD, Elvis reclama que a plateia está dando aplausos muito fracos a ele; JD refaz sua rotina e a plateia absorve o toque de Elvis.
- 4. Big Boss Man: Após os agradecimentos iniciais, o Rei do Rock interpreta uma das canções que mais gostava e que um dia quis colocar como abertura de seu show (ele o fez uma única vez, em 19/08/74), mas foi impedido pelo Coronel. A rendição é padrão, mas fora dos moldes dos shows da época.
- 5. Love Me: A canção começa de imediato e a plateia vai à loucura sabendo que é a hora de tentar ganhar um beijo ou lenço. Algumas fãs mais atrevidas arrancam risadas de Elvis.
- 6. Fairytale: "Essa canção nós gravamos há mais ou menos um ano e é a história da minha vida." Elvis genuinamente gostava desta música e ela sempre era um dos highlights das apresentações.
- 7. You Gave Me a Mountain: Uma das versões mais fortes de 1976, a canção deixa a plateia em silêncio. Elvis aproveita o espírito do momento para tentar algumas notas e entradas diferentes no fim da canção.
- 8. Jailhouse Rock: "Meu terceiro filme foi 'Jailhouse Rock', então gostaria de cantar um pouco para vocês." diz Elvis um tanto apressadamente, talvez por estar sincronizando sua apresentação com a chegada da meia-noite. De fato, esta é uma das versões mais rápidas do ano, mas a plateia adora mesmo assim e Elvis se diverte com alguns passos e poses.
- 9. O Sole Mio / It's Now or Never: Um fã toca um sino e Elvis diz: "Quem está tocando esse sino de vaca? (a pessoa, um homem, se apresenta) Venha aqui com essa coisa." O homem oferece uma homenagem a Elvis ao microfone: "Feliz Natal, feliz aniversário, feliz bicentenário, e eu te amo, cara!", diz o fã. Elvis agradece e procede com o show, apresentando Sherrill Nielsen e pedindo que ele cante sua versão solo de "O Sole Mio". Na sequência, ele canta uma versão forte e maravilhosa de "It's Now or Never", que é extremamente bem recebida.
- 10. My Way: "Senhoras e senhores, temos um pedido para cantar uma canção de Frank Sinatra... Faz tempo que não a cantamos, 'My Way'... Não sei a letra, então tenho que lê-la." Embora a informação seja somente meio verdadeira (ele a havia cantado no dia anterior e em várias ocasiões de 1976), Elvis entrega uma boa versão. Aqui novamente o cantor clama ter que ler a letra, algo que até hoje não se sabe se era verdadeiro ou encenação.
- 11. Funny How Time Slips Away: Canção presente em praticamente todos os shows do ano, é usada por Elvis para passar o tempo, faltando pouco mais de dois minutos para a meia-noite. "Acendam as luzes, quero ver vocês... Antes de mais nada, senhoras e senhores, tenham um feliz e próspero Ano Novo, tenham saúde e felicidade e que Deus esteja com vocês," diz Elvis antes de começar a canção.
- 12. Auld Lang Syne: "Prontos... Todos!", avisa Elvis. A meia-noite chega e Elvis se une à plateia para cantar o clássico do período. "Feliz Ano Novo, pessoal! A todos no palco, um Feliz Ano novo. Muito obrigado."
- 13. Introductions: Elvis apresenta Vernon. "Minha filhinha Lisa..."; a plateia aplaude efusivamente. O momento é aproveitado para agradecer também a toda a equipe de apoio.
- 14. Blue Suede Shoes: Elvis parece menos preocupado com o andamento e mais relaxado. Sua versão da agora rara "Blue Suede Shoes" recebe o ano de 1977 com adoração da plateia.
- 15. Tryin' to Get to You: Um clássico de 1955, a canção é executada com bastante maestria por Elvis, embora ele mesmo diga ao introduzi-la que sua voz "não é mais tão aguda quanto na época."
- 16. Polk Salad Annie: A versão ouvida seria a última interpretada por Elvis com alguma qualidade (as rendições de 1977 infelizmente não fariam jus nem a ele nem à música). A plateia gosta do que vê e Elvis aproveita para fazer seus famosos golpes de Karatê.
- 17. Introductions by Elvis: Elvis apresenta JD Sumner, The Stamps Quartet, The Sweet Inspirations, Sherrill Nielsen e Kathy Westmoreland.
- 18. Early Morning Rain: Solo de John Wilkinson. Elvis oferece a canção a seu pai.
- 19. What'd I Say: Solo de James Burton.
- 20. Johnny B. Goode: Solo de James Burton.
- 21. Solos: Solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff e Tony Brown.
- 22. Love Letters: Originalmente seria um solo de David Briggs, mas o mesmo foi cortado no palco, de improviso, por Elvis. Rei do Rock gravara a versão de estúdio dessa canção em 1966, com Briggs no piano (no remake da música, em 1971, Briggs também tocou piano).
- 23. School Days: Elvis apresenta Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra.
- 24. Fever: "Senhoras e senhores... 'Fever'? Querem ouvir 'Fever'?", indaga. A plateia responde positivamente e recebe o agrado. Durante a canção, Elvis entrega lenços e beija fãs.
- 25. Hurt: "Uma das minhas mais recentes gravações se chama 'Hurt'". A plateia delira com a canção e aplaude efusivamente. Em seguida, atendendo aos aplausos, ele a canta novamente. Elvis se joga ao chão durante as notas finais.
- 26. Hound Dog: O fim da canção anterior é emendado com o início do clássico dos anos 1950 para a loucura do público. Elvis parece bastante empolgado pela recepção das canções. Após a rendição, a plateia se une em coro para cantar "Feliz Aniversário" para Elvis.
- 27. Are You Lonesome Tonight: Elvis pega seu violão e se prepara para uma pequena sessão acústica. "Senhoras e senhores, estou no palco há uma hora e cinco minutos... Vamos cantar o que vocês quiserem ouvir. Este é o encerramento desta turnê em particular e é Ano Novo, e estamos aqui para entretê-los, então, se vocês me acompanharem, vamos cantar o que vocês quiserem ouvir."
O primeiro pedido não podia ser outro senão "Are You Lonesome Tonight". Como na maioria das rendições da canção naquele ano, Elvis e Charlie Hodge interpretam a cena do "casal gay" durante a música.
- 28. Reconsider Baby: "Em algum lugar dos anos 1960 nós gravamos 'Reconsider Baby'." A canção, rara em suas apresentações (esteve apenas em 9 shows de 1969 a 1977), agrada a plateia, que agora, entrando no espírito de Elvis, ouve mais calma.
- 29. Little Sister: A plateia pede e Elvis atende, deixando o violão de lado. O clássico de 1960 é bem interpretado e tem partes muito estimulantes, se mostrando melhor do que as mais lembradas daquele ano.
- 30. Unchained Melody: Agora ao piano, Elvis apresenta uma canção e a oferece para seu pai, Lisa e Ginger. O dedilhado de Elvis é sensacional e traz um ar de renovação à música. O público houve em silenciosa adoração.
- 31. Rags to Riches: Gravada em 1969 e somente lançada em um single daquele ano, a canção nunca havia sido interpretada ao vivo. Uma vez que está ao piano e com vontade de demonstrar seus dotes vocais, Elvis a interpreta de maneira espetacular. As notas originais são atingidas quase com maestria e sem esforço (mesmo tendo que instruir sua banda sobre quais notas deviam tocar).
- 32. Can't Help Falling in Love: "Senhoras e senhores, muito obrigado. Deus os abençoe." Depois de um longo show de quase 90 minutos (quando o normal era 65 minutos para todos os artistas), Elvis se despede com sua canção-assinatura.
- 33. Closing Vamp: A fanfarra anuncia o inevitável - Elvis já deixou o recinto.
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