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terça-feira, 22 de novembro de 2022

Elvis On Tour - The Rehearsals (CD - FTD, 2005)

Título:
Elvis On Tour - The Rehearsals
Selo:
FTD [FTD 042] [82876 66397 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
19
Duração:
51:00
Tipo de álbum:
Comum
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2005
Gravação:
30 e 31 de março de 1972
Lançamento:
Janeiro de 2005
Singles:
---

Elvis On Tour - The Rehearsals é o quadragésimo segundo CD da FTD. Ele contém faixas gravadas em 30 e 31 de março de 1972, durante os ensaios para a turnê que seria filmada para "Elvis On Tour". O CD está atualmente fora de catálogo na gravadora.


Os fãs de Elvis ficaram claramente desapontados quando a edição especial do 30º aniversário de "Elvis On Tour" não aconteceu em 2002, mas finalmente podemos dar uma olhada em profundidade nos ensaios de março de 1972.

Embora essas gravações tenham sido vendidas em bootlegs inúmeras vezes, o áudio sempre era retirado a partir das fitas das câmeras da MGM. Era possível ouvir Elvis e a banda trabalhando arduamente, mas a conversa da equipe de filmagem e o péssimo mix de áudio deixavam tudo inaudível, frequentemente arruinavam as canções. "6363 Sunset", também da FTD, já havia dado um gostinho dessas sessões em áudio retirado das fitas originais da RCA em 2001, mas aqui a qualidade do som é ainda melhor.

Os dias 27 a 29 de março de 1972 encontraram Elvis no novo ambiente do RCA Studio C, em Hollywood, gravando novos materiais únicos e inovadores, incluindo "Burning Love", "Always On My Mind", "It's a Matter of Time" e "Separate Ways", todas lançadas em single no decorrer daquele ano com enorme sucesso.

No dia 30, a equipe de filmagem de "Elvis On Tour" chegou para capturar os ensaios para os shows da vindoura turnê, que iniciaria em 5 de abril e seria filmada para o novo documentário. A verdadeira surpresa é que esses ensaios são muito focados e sérios. Materiais do tipo frequentemente parecem monótonos devido à falta de feedback do público, mas aqui Elvis dá tudo de si e estas sessões soam como gravações genuínas para Masters de um LP de estúdio.

Embora o design da capa seja um dos mais fracos do FTD, com as fotos parecendo ter sido tiradas de uma filmagem em VHS em vez do próprio filme, o conteúdo certamente compensa quaisquer deficiências de design.

Mesmo que não haja informações na capa em si, podemos ver que um grande número dessas tomadas foram as "primeiras tomadas" da banda nos ensaios e o CD captura algumas performances fabulosas graças ao excelente trabalho de detetive de Keith Flynn.

Também é importante notar que Emory Gordy, um novo baixista de Elvis, estava substituindo Jerry Scheff nessas sessões.

 Abaixo segue a resenha do conteúdo disponibilizado no CD.
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- 1. Proud Mary [31 de março de 1972]: Começando de forma altamente energética, a música tem um áudio tão cristalino que chega a ser inacreditável que as fitas tenham sobrevivido mais de 30 anos em perfeito estado. Interpretada desde 1970, ela ganha aqui um pouco de velocidade e Elvis simplesmente adora os ataques rápidos da bateria de Ronnie Tutt.

- 2. Polk Salad Annie [31 de março de 1972]: Elvis exibe uma voz muito clara e preparada para o rock. A versão é curta, mas ótima. Aqui, ele deixa de fora a introdução falada e parte direto para o que interessa. Brincadeiras e trocadilhos com as letras das músicas não acontecem e é isso que dá um ar de sessão de gravação ao ensaio. Mais uma vez, Elvis se empolga com a bateria.

- 3. See See Rider [31 de março de 1972]: Sem falar muito, Elvis conduz ao início da música que costumeiramente o leva ao palco nos shows. A versão é excelente e o áudio maravilhosamente mixado traz a harmonia e o som da banda na medida certa.

- 4. A Big Hunk 'O Love [31 de março de 1972]: "Big Hunk 'O Love!" é tudo que Elvis diz antes de cantar. O interessante dessa versão é a maior visibilidade da guitarra de James Burton, que faz riffs sensacionais durante a execução. O fato curioso aqui é que, apesar de ter usado a música em shows desde agosto de 1971 e de tê-la ensaiado para os concertos do "On Tour", ela não foi inserida na edição final do documentário nem rendida no Madison Square Garden em Nova York. De fato, a primeira versão desta música lançada oficialmente foi a do "Aloha From Hawaii".

- 5. Johnny B. Goode [30 de março de 1972]: Uma joia absoluta, é lançada aqui pela primeira vez com qualidade superior a qualquer outra. Comparada com a versão rápida do "In Person" de 1969, ou mesmo com a do "Aloha", esta traz Elvis no seu melhor. Esta foi a versão usada nos créditos do "On Tour", mas brutalmente editada para apenas 1 minuto e meio. Aqui, finalmente obtemos a gravação completa.

- 6. Young and Beautiful [31 de março de 1972]: O que se segue é o contraste perfeito com a anterior. Com um arranjo mais completo, a voz de Elvis também soa muito mais rica em comparação com a fragilidade da original de 1957. Ela começa deliciosamente com Elvis rindo e cantarolando algumas linhas antes da banda entrar e traz uma sensação adorável e espontânea. É uma pena que ele nunca a tenha incluído em seus shows do "On Tour" e que essa gravação acabe com um fade nada satisfatório.

- 7. Love Me [31 de março de 1972]: Desta vez Elvis não tem garotas para beijar, o que significa que essa não é uma versão para ser jogada fora.

- 8. Hound Dog [31 de março de 1972]: Assim como na anterior, não ter mulheres gritando e esperneando por sua atenção faz com que Elvis realmente invista na música. Ela tem um toque mais blues do que as versões no palco e a guitarra de James Burton faz um maravilhoso chicken pickin'.

- 9. Lawdy Miss Clawdy [31 de março de 1972]: Esta é mais uma faixa brilhante. A mistura de som é ótima e Elvis realmente se aprofunda no groove de blues da música. O piano de Glen Hardin é simplesmente perfeito e o próprio Elvis aponta o solo, forçando uma pausa perfeita na música. No início, Elvis enfatiza a sensação de blues da sessão cantando a primeira frase de "Milkcow Blues Boogie", que ele gravara em 1955, antes de começar esta versão. 

- 10. For the Good Times [30 de março de 1972]: Diferente das faixas anteriores, a música teve um pouco de eco adicionado ao vocal de Elvis e é tão boa que poderia ter sido a versão Master. Enquanto a guitarra base de John Wilkinson está estranhamente ausente em várias faixas, aqui a mixagem da banda e dos backing vocals é excepcional. Há uma intimidade adorável nessa versão que estava obviamente ausente no primeiro lançamento oficial em "As Recorded Live at Madison Square Garden".

- 11. El Paso [30 de março de 1972]: Elvis canta apenas uma linha e o que se houve a seguir é somente a banda testando e afinando seus instrumentos.

- 12. Funny How Time Slips Away [31 de março de 1972]: Elvis parece estar cantando apenas para sua ex-namorada, enquanto no show ele teria que fazê-lo para toda a multidão. Ele chega a acrescentar alguns cacos engraçados à letra, diferindo da seriedade ouvida até aqui. Há também uma sensação excelente e suave de country nesta versão, em comparação com a original, que mais uma vez apresentou overdubs orquestrais supérfluos.

- 13. Help Me Mak it Throught the Night [31 de março de 1972]: Uma versão bastante intimista, ela se beneficia da ausência de overdubs. Tanto Elvis quanto a banda e os backing vocals podem ser ouvidos perfeitamente.

- 14. Release Me [31 de março de 1972]: Novamente interpretada como um blues lento e cativante, soa muito melhor em comparação com o ensaio de 1970 presente em "Platinum - A Life in Music". Uma excelente versão, a voz mais rica de Elvis em 1972 também se adapta melhor à música, embora seja impossível superar a intensidade das versões ao vivo de fevereiro de 1970.

- 15. Burning Love [31 de março de 1972]: Elvis não ficou feliz quando gravou a versão do single apenas 3 dias antes e, embora as primeiras tomadas de ensaio mostrassem que ele ainda tinha problemas com a música, esta versão é excelente. Já lançada no CD "Rocker" da Time-life, esta é uma mistura melhor e mais substancial. Elvis pega o ritmo funk mais lento da música, adicionando entusiasticamente alguns falsettos excelentes. O final é sensacional, pois eles tentam um fade-out na música e Elvis comenta: "Mas como vamos fazer fade no palco?"

- 16. Always On My Mind [30 de março de 1972]: Este é o take 2 do ensaio, também lançado anteriormente. No entanto, em "This Is Elvis" a canção foi editada para ficar mais curta e recebeu overdubs duvidosos, enquanto aqui ela se encontra no contexto perfeito quando comparada com o lançamento em "Great Performances". Esta versão é tão bonita que é de partir o coração que Elvis nunca a tenha cantado ao vivo.

- 17. The First Time Ever I Saw Your Face [31 de março de 1972]: Intimista e diferente da versão de estúdio lançada, mas esquisita por ser executada com uma estranha batida 4x4 que a faz soar como uma marcha de exército.

- 18. Never Been to Spain [31 de março de 1972]: A música soa tão diferente sem a orquestração que é de se estranhar que a RCA não tenha visto potencial para lançá-la em single ou mesmo em um LP em 1972. Elvis totalmente concentrado, a sensação de blues intensa e a perfeição da banda TCB tornam esta versão um complemento essencial para qualquer coleção.

- 19. Separate Ways [30 de março de 1972]: Elvis cantarola a primeira frase do refrão de "You Gave Me a Mountain" antes de entrar nesta joia rara. Ela é a mesma que se ouve brevemente no "On Tour" e esta versão tem esperado por um lançamento completo e oficial por anos. Escrita por Red West especificamente para se adequar ao humor de Elvis na época (ele estava depressivo pelo recente fim do relacionamento com Priscilla, que se dera em dezembro de 1971), o vocal tem o sentimento certo de solidão e confusão.
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