Formato:
CD duplo
Número de faixas:
43
Duração:
127:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2009
Gravação:
31 de maio AS e 1 de junho de 1975 ES
Lançamento:
Maio de 2009
Singles:
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Dixieland Delight foi o octogésimo primeiro CD da FTD. Ele cobre shows de 31 de maio e 1 de junho de 1975 em Huntsville, Alabama. O trabalho encontra-se atualmente fora de catálogo.
1975 foi um ano conturbado na vida de Elvis. Sem ter gravado nada no ano anterior, sua carreira sobrevivia de sobras das sessões de 1973, relançamentos de clássicos em discos de budget e compilações que se estendiam até ao absurdo disco "Having Fun With Elvis On Stage", idealizado e lançado pelo Coronel em 1974, que trazia apenas falas de Elvis em shows de 1969 a 1973.
Este também foi o primeiro ano desde 1970 em que Elvis não iniciou a rotina de shows com a já famosa e esperada temporada de Las Vegas em janeiro. Desde outubro de 1974, o Rei do Rock exibia pouca vontade de se apresentar, razão pela qual também não existiu uma temporada em Las Vegas no final daquele ano, e sua saúde estava em plena deterioração quando seu 40º ano de vida começou.
Em 25 de janeiro de 1975, um dia antes de iniciar a temporada em Las Vegas, Elvis estava muito indisposto e houve uma correria para cancelar os shows e remarcar as datas. Nos dias seguintes a desculpa era de que Elvis havia retornado a Memphis para repousar e se curar de uma gripe estomacal, mas a verdade é que ele fora internado no Baptist Memorial Hospital às pressas em 28 de janeiro devido a uma overdose de medicamentos.
Vernon seria admitido no hospital em 5 de fevereiro, depois de sofrer um infarto, e pai e filho dividiriam um quarto até a alta de ambos, que ocorreria no dia 13 daquele mês.
Depois de quase um mês de descanso em sua mansão em Malibu e com a RCA em seu calcanhar para que produzisse novas faixas, Elvis retornou ao RCA Studio C em Hollywood entre a noite do dia 10 e a madrugada de 13 de março para gravar exatamente dez músicas, as quais seriam disponibilizadas no LP "Today" em maio daquele ano.
Faltava somente saber se a disposição de Elvis ainda seria a mesma para a temporada adiada em Las Vegas, que se iniciaria em 18 de março. Felizmente, aquela seria uma das melhores temporadas do Rei do Rock no Hilton Hotel depois de muito tempo e muitas performances medianas. O cantor estava entusiasmado, queria dar o melhor de si e não esperava nada menos do que a satisfação total da plateia.
Em meados de 1975, Elvis estava de volta em boa forma e se divertindo no palco. Os 5 shows de Huntsville, Alabama, entre os dias 30 de maio e 1 de junho, resumem bem o que as plateias dos EUA recebiam quando iam a uma apresentação de Elvis. O cantor sempre teve o melhor desempenho nos shows de abertura e encerramento de suas temporadas, e os concertos de abertura da turnê de maio/junho de 1975 em Huntsville o capturaram de forma sensacional. Ele estava mais magro e ficava fantástico em seus novos macacões "Phoenix", parecia rejuvenescido e disposto a jogar muitas músicas de forma espontânea no setlist.
"Dixieland Delight" é um excelente complemento a "Southern Nights", de 2006, cujo núcleo principal é composto por 12 faixas dos shows sensacionais de Huntsville. Conforme relatado pelo The Huntsville Times, "tentar contar a experiência em palavras é difícil, pois Presley brincava, parecia à vontade e dava para ver que não havia dúvidas em sua mente de que a multidão estava recebendo o que pagou."
Abaixo segue nossa resenha deste trabalho.
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CD 1 - 31 DE MAIO DE 1975 - 14H30
- 1. Love Me: Como em 1975 o engenheiro de som já não gravava "Also Sprach Zarathustra", "See See Rider" e "I Got a Woman / Amen", começamos o show já na metade da rendição do hit de 1956. Tanto a voz de Elvis quanto sua rendição e o mix do áudio são satisfatórios nesta música que sempre abria as interações diretas entre o cantor e seus fãs.
- 2. If You Love Me (Let Me Know): Apesar de estar no repertório desde agosto de 1974, a música sempre parece ser uma das preferidas de Elvis e da plateia. As fãs gritando histericamente em vários momentos passam a impressão de que o cantor está disposto a dar atenção a tudo e todos naquela tarde.
- 3. Love Me Tender: "Meu primeiro filme foi 'Love Me Tender', o qual eu fiz há 5 ou seis anos... Parece que foi há mais tempo, mas é só isso mesmo. Gostaria de cantar um pouco dela para vocês." Elvis começa seu medley de hits dos anos 1950 com o clássico de 1956, deixando de cantar várias linhas para beijar fãs.
- 4. All Shook Up: Continuando o medley, Elvis faz uma versão mediana mas bastante boa. No fim, ele conversa com algumas fãs e distribui lenços, beijos e abraços.
- 5. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Elvis resolve se abrir com uma fã que acabara de beijar: "Preciso dizer uma coisa. Noite passada eu beijei alguém e peguei uma infecção. Então, seja lá o que for, você acaba de pegar também." Seja verdade ou não, essa é uma frase que ele repetiu muito naquela temporada. No geral, a versão é muito boa, embora sofra por Elvis estar mais centrado nas fãs do que na música.
- 6. The Wonder of You: "Muito obrigado. E esta é uma música que fizemos há uns três anos." Esta é uma das raridades trazidas de volta ao setlist em 1974 e mantida em boa parte dos shows do final daquele ano até metade de 1975. Depois de errar e pedir o reinicio da música, a versão ouvida é muito boa e com certeza traz um ar de renovação à apresentação.
- 7. Burning Love: Para uma música que voltava ao setlist depois de muito tempo, esta é uma versão excelente. No dia seguinte, Elvis não conseguiria cantá-la por não lembrar a letra, por incrível que pareça.
- 8. Introductions: As introduções da banda seguem como de costume. The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, e Kathy Westmoreland são os primeiros. John Wilkinson vem na sequência, James Burton faz um solo rápido de "What'd I Say", seguido dos solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff e Glen Hardin, e terminando com as introduções de Charlie Hodge, o grupo Voice, Joe Guercio e sua orquestra.
- 9. Trouble: "Temos uma nova gravação, senhoras e senhores, foi lançada há uma ou duas semanas e se chama 'T-R-O-U-B-L-E'. Não sei toda a letra dela. É mais ou menos assim..." No improviso, Elvis começa a cantar "Trouble", uma das faixas de "King Creole" em 1958. É uma pena que ele não lembre toda a letra e pare na segunda estrofe.
- 10. T-R-O-U-B-L-E: Apesar de Elvis realmente ter problemas com partes da letra, a música gravada dois meses antes é rendida de forma bastante aproveitável. James Burton faz uma ótima finalização.
- 11. Hawaiian Wedding Song: "Gostaria de cantar 'Hawaiian Wedding Song', de 'Blue Hawaii'." Elvis poderia ter feito uma das melhores versões desta música aqui, pois o acompanhamento instrumental está muito bom. Mas, como de costume, é hora de atender as fãs novamente e o cantor se dedica quase integralmente a isso.
- 12. Let Me Be There: É uma versão curta, mas muito bem interpretada. O tempo mais rápido do que o normal ajuda a dar uma renovada na música. Como sempre, Elvis faz a reprise da última estrofe.
- 13. An American Trilogy: A rendição do clássico de 1972 transcorre de forma espetacular, com Elvis no controle da interpretação e JD bem posicionado no mix.
- 14. Funny How Time Slips Away: "Agora que tiveram a chance de nos ver, quero pedir para acenderem as luzes da casa para que possamos dar uma olhada em vocês." Depois de interagir com a plateia por algum tempo, Elvis fala com um fã que diz ter estudado na Humes High School de Memphis e responde sarcasticamente a outro que pergunta o porquê de ele não fazer muitos shows na região: "Não tenho vindo muito para esses lados e vou dizer o motivo: Porque eu nunca quis muito vir para esses lados." Elvis faz uma versão mediana, se preocupando em atender fãs em meio à rendição.
- 15. Blue Suede Shoes: Elvis apresenta o clássico de 1956 da mesma forma que normalmente fazia, com uma rendição rápida e dedicada a atrair para seus movimentos pélvicos.
- 16. For the Good Times: "Ok, vou dizer o que podemos fazer. Podemos cantar 'For the Good Times', porque JD gosta." Esta é uma das versões mais fortes e coesas desta música depois de 1972. Ela marcaria a penúltima rendição ao vivo, a próxima e última se dando apenas em 29 de dezembro de 1976.
- 17. Little Darlin': Elvis está de bom humor e isso se reflete nessa raridade que ele escolhia somente para os melhores shows. Aqui, na segunda vez que aparecia na setlist, ela é rendida como na versão original de Del Shannon.
- 18. Can't Help Falling in Love / Closing Vamp: Depois de agradecer o público pelo excelente show, Elvis encerra sua apresentação com uma versão rápida da música de 1961 enquanto distribui os últimos lenços e beijos para as fãs. A música tem um fade longo e acaba antes do fim do "Closing Vamp".
BÔNUS
- 19. Johnny B. Goode [31/05/75 ES]: Os três bônus deste primeiro CD vêm da apresentação das 20h30 de 31 de maio de 1975. Rara desde 1973, a música passou a fazer parte dos solos de James Burton em 1975. Elvis se perde um pouco na letra, mas a música é muito bem interpretada por todos.
- 20. Hound Dog [31/05/75 ES]: Embora Elvis já se mostrasse cansado de render o clássico de 1956 há algum tempo, a versão ouvida aqui é até bem proveitosa. Durante a rendição, o cantor interage com fãs.
- 21. I'm Leavin' [31/05/75 ES]: "Gostaria de cantar uma música que fizemos há uns dois anos e que todos nós gostamos de cantar, se chama 'I'm Leavin''. Quero pedir ao engenheiro de som que aumente o volume dos tenores e dos caras que fazem o falsetto." Apesar de ser uma música com a qual Elvis flertava desde 1971 em seus shows, as últimas e raras versões foram feitas em 1975, sendo esta a segunda no ano. A rendição ouvida aqui é uma das melhores, perdendo por pouco para as de 1971.
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CD 2 - 1 DE JUNHO DE 1975 - 20H30
- 1. Love Me: Novamente não temos gravado o início do show com "Also Sprach Zarathustra", "See See Rider" e "I Got a Woman / Amen". Ao contrário do CD 1, aqui a versão do clássico está completa. O estado do áudio e o mix são melhores do que o do show anterior, com a voz de Elvis e de seus backing vocals bem claras. Após uma finalização mais longa, o cantor brinca com seus músicos: "Só estava checando se vocês conseguem segurar essas notas. Vocês supostamente seguram essas notas."
- 2. If You Love Me (Let Me Know): Depois de conversar com os fãs por alguns minutos, o Rei do Rock faz uma excelente versão do sucesso de Olivia Newton-John. Apesar de estar no repertório desde agosto de 1974, a música sempre parece ser uma das preferidas de Elvis e da plateia. Se a RCA fosse esperta, teria lançado esta rendição como single.
- 3. Love Me Tender: "Meu primeiro filme foi 'Love Me Tender', então gostaria de cantar um pouco dela para vocês." Apesar de ser um momento em que privilegia o contato com os fãs, Elvis canta muito bem e não deixa uma linha sequer de fora. Começa aqui o medley de hits dos anos 1950.
- 4. All Shook Up: Sendo uma música mais descontraída, Elvis naturalmente se entrega aos fãs. Pelas risadas que dá, pode-se imaginar que as mulheres estão bem assanhadas.
- 5. Teddy Bear / Don't Be Cruel: Esta versão é melhor cantada do que muitas anteriores, com Elvis focado na letra enquanto beija e abraça suas fãs.
- 6. The Wonder of You: "Muito obrigado. Esta próxima música é uma que fizemos há uns três anos, chamada 'The Wonder of You'." A banda começa a tocar, mas Elvis não está pronto e brinca: "Há um antigo provérbio chinês que diz: Não posso cantar com água na boca." Após o reinício, o cantor para a banda novamente: "Esperem um minuto, esqueci a letra dessa coisa maldita." A terceira tentativa também falha: "Esperem um pouco, esperem um pouco. Esta não é a letra da música, filho. Estamos todos ficando loucos?" Esta é uma versão espetacular, com um ótimo andamento e boa finalização.
- 7. Burning Love: A música começa, mas Elvis perde o tempo da entrada e se perde: "Esperem um pouco! Esqueçam, esqueçam. Comecem de novo." Após discutir a letra com as backing vocals e dizer que alguém roubou todas as dele, Elvis decide encerrar a tentativa: "Não quero mais fazer essa. Vou cantar 'Polk Salad Annie'."
- 8. Polk Salad Annie: A banda rapidamente começa o clássico de 1970. A versão daqui já tem os toques das que nos acostumaríamos a ouvir dali em diante, com o baixo em evidência e Elvis fazendo uma finalização com golpes de caratê.
- 9. Introductions: Depois de conversar com algumas fãs, as introduções da banda seguem como de costume. The Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Kathy Westmoreland e John Wilkinson são os primeiros.James Burton faz seu solo rápido de "Johnny B. Goode", seguido dos solos de Ronnie Tutt, Jerry Scheff e Glen Hardin, e terminando com as introduções de Charlie Hodge, o grupo Voice, Joe Guercio e sua orquestra.
- 10. I Can't Stop Loving You: "Sabe o que eu não posso fazer, baby?" Rara após 1974, tem apenas duas versões em 1975 e uma última em 1977. Esta rendição é a segunda do ano, tendo a primeira sido apresentada também em Huntsville na noite anterior. É uma versão espetacular, dada sua raridade.
- 11. T-R-O-U-B-L-E: "Temos uma nova gravação, foi lançada há umas semanas, senhoras e senhores. Se chama 'T-R-O-U-B-L-E'." Se compararmos com a versão de 31 de maio, quando Elvis ainda tinha problemas com a letra, esta é uma excelente evolução de um dia para o outro. O cantor não erra nada e a rendição é uma das melhores.
- 12. I'll Remember You: "Esta próxima música é do especial que fizemos no Havaí há cerca de um ano e meio, chamado 'Aloha'. Ela se chama 'I'll Remember You'." Elvis entrega uma versão satisfatória, embora sem o mesmo brilho de 1973.
- 13. Let Me Be There: Muito bem interpretada, é rendida com uma paixão maior do que a ouvida no dia anterior. Elvis faz a reprise da última estrofe como de costume.
- 14. Why Me Lord: A música que fazia parte do repertório desde 1974 já começa a ganhar aqui os contornos do que viria mais à frente naquele ano. Elvis brinca com JD para tentar fazê-lo rir, geralmente conseguindo e "reclamando" da atuação de seu amigo em seguida. A rendição é padrão, mas ganha um ar renovado com a brincadeira.
- 15. An American Trilogy: A rendição é levada um pouco na brincadeira, com Elvis conversando com fãs e inserindo cacos na letra durante o início da execução. O solo próximo ao final, geralmente de flauta, é feito aqui com um trompete, deixando o som um pouco estranho. A finalização é muito boa.
- 16. Funny How Time Slips Away: "Agora que tiveram a chance de nos ver, quero pedir para acenderem as luzes da casa para que possamos dar uma olhada em vocês." Depois de interagir com a plateia por algum tempo, Elvis faz a mesma piada da noite anterior: "Ela me beijou, e eu estou com uma infecção, sabe? Então, o quer quer que eu tenha pego, você pegou também." O cantor faz uma versão mediana.
- 17. Little Darlin': Elvis está de bom humor novamente nessa raridade. Aqui ela é rendida em um tempo pouco mais rápido do que na versão original de Del Shannon.
- 18. Can't Help Falling in Love / Closing Vamp: Depois de agradecer o público pelo excelente show, Elvis encerra a última apresentação do ano na cidade com uma versão rápida do clássico de 1961. A música tem um fade e acaba antes do fim do "Closing Vamp".
BÔNUS
- 19. I Got a Woman / Amen [01/06/75 AS]: Os quatro bônus deste segundo CD vêm da apresentação das 14h30 de 1 de junho de 1975. Esta é uma rara oportunidade em que o engenheiro de som gravou parte do início do show. Elvis diz à plateia que faz menos de duas horas que acordou e que os holofotes e flashes das câmeras o incomodam um pouco. O ritmo usado aqui é bem mais rápido do que mais à frente no ano e posteriormente, renovando um pouco a versão. Estão incluídos nesta performance a rotina do striptease e um espetacular dive bomb de JD.
- 20. Heartbreak Hotel [01/06/75 AS]: "Deveríamos fazer 'Burning Love' aqui, mas vou fazer 'Heartbreak Hotel', ok? Tudo bem para você, Charlie? Só queria ter sua permissão antes de cantar." Elvis ri ao esquecer da letra no início, mas faz uma boa rendição.
- 21. Release Me [01/06/75 AS]: "Nós sabemos 'Please Release Me'? Sabemos? Ok, vamos improvisar." Rara desde 1973 e ausente da setlist desde março de 1974, esta é uma verdadeira novidade rendida apenas esta vez em 1975. A versão é rápida, mas Elvis e seus músicos entregam uma rendição espetacular.
- 22. How Great Thou Art: "Gostaria de fazer uma música que gravamos há uns cinco anos e que também traz os Stamps. Não vou incomodá-lo, JD, vou deixá-lo em paz. 'How Great Thou Art'." Às vezes o senso de tempo de Elvis nos surpreende, pois a música havia sido gravada há oito anos e não cinco. A versão é curta e o cantor erra algumas entradas, mas nada que tire o prazer de ouvir este clássico Gospel.
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