EAP Index Brasil: Rockin' Across Texas - An Audiovisual Journey 1954-1977 (CD - FTD, 2005/2009)

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Rockin' Across Texas - An Audiovisual Journey 1954-1977 (CD - FTD, 2005/2009)

Título:
Rockin' Across Texas
Selo:
FTD [FTD 043] [82876 63926 2]
Formato:
Livro + CD duplo
Número de faixas:
41
Duração:
135:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2005
Gravação:
19 de junho de 1974 / 3 de julho de 1976
Lançamento:
Janeiro de 2005
Singles:
---

Rockin' Across Texas - An Audiovisual Journey 1954-1977 é o quadragésimo terceiro CD e terceiro livro da FTD. Ele contém dois shows gravados no Texas, em 1974 e 1976, e entrevista de 1960 no estado.


Desde o início de sua carreira, o Texas teve um papel fundamental no sucesso de Elvis. Quando não estava se apresentando no The Lousiana Hayride em Shreveport, Louisiana, o cantor frequentemente estava no Texas para shows e programas de rádio.

De fato, o estado recebeu concertos com o Rei do Rock em 142 ocasiões entre 1954 e 1956, três vezes mais do que Shreveport no mesmo período (46) ou Memphis até 1961 (41). Nos anos 1970, apenas 37 shows foram feitos em cidades do Texas, mas foi lá que o cantor teve as maiores plateias de seus concertos, sendo os maiores exemplos as apresentações em Houston em 1970 (207 mil espectadores) e  1974 (88 mil).

É exatamente dessa relação com o Texas que esse lançamento trata em detalhes. "Rockin 'Across Texas" tem o dobro do tamanho dos livros anteriores da FTD, "Flashback" e "The Way it Was" e, combinado com os 2 CDs de Elvis em concerto, é o maior projeto da gravadora até então. Dividido em 3 seções distintas, este é mais um documento que investiga as viagens de Elvis pelo Texas do que um livro de fotos.

As primeiras 200 páginas levam você a uma jornada fascinante e detalhada pelas performances ao vivo de Elvis de outubro de 1954 a outubro de 1956. Este é o núcleo do livro e combina as investigações bem pesquisadas com uma seleção surpreendente de fotos raras e inéditas. Ao contrário de tantos álbuns de fotos, o texto é muito esclarecedor e as anedotas contadas pelas pessoas presentes na época ajudam a embelezar a história dos primeiros anos de Elvis.

As entrevistas em rádios texanas também são apresentadas e 30 páginas enfocam em Elvis no exército em Fort Hood. Embora não seja tão empolgante quanto a seção de turnês, foi certamente uma mudança de estilo de vida fundamental para Elvis e, novamente, apresenta uma grande seleção de fotografias e histórias.

Finalmente, há a seção predominantemente colorida de 40 páginas com fotografias de quase todas as apresentações de Elvis no Texas durante os anos 1970. Infelizmente, a falta de textos explicativos só faz com que você anseie por mais alguns insights sobre esses anos fascinantes.

Em 2009 a gravadora relançou o trabalho como "Rockin' Across Texas, Volume 2", contado como seu octagésimo quarto CD, para corrigir erros na matriz. O livro e CD estão atualmente fora de catálogo na gravadora.

Capa do relançamento de 2009

Abaixo segue a resenha dos CDs.

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CD 1 - AMARILLO, TEXAS, 19 DE JUNHO DE 1974

- 1. See See Rider: A apresentação começa já quando Elvis está no palco e cantando. Como praxe na época, "Also Sprach Zarathustra" raramente era gravada. O que se nota imediatamente é que o som é bastante abafado e muitos instrumentos não são ouvidos tão bem quanto deveriam, provavelmente pela idade da fita.

- 2. I Got a Woman / Amen: Elvis faz uma curta rotina do "well, well, well"  e vai direto à música. É uma versão rápida e sem muitas firulas com os dive bombs de JD. O que se nota é que o cantor soa cansado e sem inspiração para aquela apresentação.

- 3. Love Me: "Boa noite, meu nome é Ailvis Paisley!" Depois de brincar um pouco com a plateia e dizer que iria até eles "após 200 ou 300  músicas", Elvis canta com mais entusiasmo e os fãs adoram. Mesmo assim é apenas uma canção para mover o show e entregar alguns lenços e beijos.

- 4. Tryin' to Get to You: "Obrigado! Gostei disso, vocês são uma plateia realmente fantástica! Essa é uma música que gravei há uns 15 ou 20 anos, minha voz era bem mais alta, agora tenho que cuidar para não rasgar as cordas vocais." A rendição é a melhor da noite e faz Elvis ganhar um pouco de vida, apesar de ele não tentar alcançar as notas mais altas da versão original de 1955.

- 5. All Shook Up: O medley de sucessos dos anos 1950 começa. A versão é rápida e serve apenas para que Elvis continue distribuindo lenços e beijos, mas aparentemente o faz acordar para a apresentação.

- 6. Love Me Tender: Padrão para a época, é executada em uma versão curta e descartável para que o cantor continue a alegrar as fãs.

- 7. Hound Dog: Passados 15 minutos do início do show, essa versão curta mas muito forte parece realmente acordar Elvis. A parte instrumental no final, usada para que ele mostrasse seus movimentos de karatê e outros tipos de dança, é muito mais longa do que normalmente, levando as fãs à loucura.

- 8. Fever: Sem dizer nada, Elvis e a banda entram na música. É bastante diferente e refrescante poder ouvir os fãs batendo palmas no ritmo. O cantor se diverte e, como já de costume, grita seu próprio nome durante uma das linhas da letra, o que faz as fãs delirarem. No fim, ele agradece a plateia e parabeniza a banda por ter tocado no tempo certo: "Muito obrigado! Vocês estavam bem no tempo, amigos! Bem no tempo!"

- 9. Polk Salad Annie: Embora seja uma boa versão, ela sofre um pouco pela ausência do baixo característico de Jerry Scheff (que saíra da banda em 1973 e só retornaria em 1975). O mix de áudio também não ajuda, mas no geral ela cumpre sua função.

- 10. Why Me Lord: Um dos highlights do show, traz Elvis cantando com o coração e adorando cada segundo. No fim, ele diz: "Gostei disso! Vamos repetir a última parte." A reprise é tão bem executada quanto a anterior e o cantor deixa isso bem claro ao agradecer JD e os Stamps.

- 11. Suspicious Minds: Assim como em "Polk...", a música sofre com um mix pobre que não nos deixa ouvir diversos instrumentos. Apesar disso, a versão realmente é uma das melhores daquele período e tanto Elvis quanto a plateia adoram o momento. Esta seria uma das últimas vezes em que ela seria interpretada, pois o cantor a retiraria da setlist fixa em 2 de julho daquele ano e só a renderia outras cinco vezes de então até agosto de 1975, quando a abandonaria definitivamente.

- 12. Introductions: Elvis apresenta as Sweet Inspirations, JD Sumner e os Stamps, Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Duke Bardwell, Glen Hardin, Charlie Hodge, o grupo Voice, Joe Guercio e sua orquestra. O cantor brinca um pouco com o fato de que quase todos os membros da banda são do Texas, o que é extremamente bem recebido pela plateia.

- 13. I Can't Stop Loving You: Uma versão rápida e descartável que é usada apenas para conduzir à próxima seção da apresentação. A voz de Elvis está muito alta no mix e os instrumentos abafados.

- 14. Help Me: O novo single e atual sucesso de Elvis é outro dos highlights da noite. Bem interpretada, ela deixa os fãs mais quietos enquanto o cantor derrama sua alma na rendição.

- 15. An American Trilogy: Uma das últimas versões da música, que também receberia cada vez menos espaço nas apresentações a partir de julho de 1974, é uma versão digna da estatura de Elvis. O mix não é dos melhores, mas faz com que possamos ouvir melhor o trabalho de Ronnie Tutt. Ouvir a plateia batendo palmas e gritando durante a rendição é um plus.

- 16. Let Me Be There: Inserida na setlist fixa em janeiro de 1974, a música ainda era nova para o ouvido dos fãs, mas sempre muito bem recebida. O entusiasmo de Elvis para com ela era tal que ele quase sempre pedia a reprise da parte final, o que também ocorre aqui.

- 17. Heartbreak Hotel: Rara desde maio de 1973, faz com que a plateia venha abaixo nos primeiros acordes. De fato, essa também seria uma das últimas versões interpretadas de maneira seguida e também se tornaria cada vez mais escassa dali para a frente.

- 18. Funny How Time Slips Away: "Agora que já tiveram a chance de nos ver, senhoras e senhores, eu gostaria de acender as luzes da casa e dar uma olhada em vocês. É ótimo vê-los!" Uma fã pede um beijo e Elvis pergunta: "Ele é seu namorado? Contanto que ele não se importe..." A plateia pede que o cantor vá até o segundo andar, ao que ele responde: "O que tem ali em cima? Uma passarela? Não, não posso subir aí. Eles simplesmente não vão deixar." A música serve como a última oportunidade para que as fãs recebam um beijo e lenços. Empolgado, Elvis pede que a banda repita a última parte da música para que JD mostre toda a potência de seu dive bomb.

- 19. Big Boss Man: A música havia caído no gosto do cantor em maio daquele ano e apareceria em praticamente todas as apresentações até o fim de 1975. O mix não está tão ruim aqui e os instrumentos mais essenciais para o feel correto da música são ouvidos. Após o fim da música, JD fala ao microfone com sua voz mais grave a pedido de Elvis: "That's all."

- 20. Can't Help Falling in Love: "Obrigado, senhoras e senhores. Gostaria de dizer que realmente foi um prazer trabalhar para vocês. Vocês realmente foram uma plateia fantástica, uma das melhores com as quais trabalhamos, na verdade. E se fizemos algo que os deixou felizes, então cumprimos nossa missão. Todos aqui no palco, senhoras e senhores, sinceramente amam o que fazem, adoramos cantar e fazê-los felizes. E com isso, eu lhes dirijo um afetuoso adeus." A música tem apenas 34 segundos de áudio.

ENTREVISTA

- 21. Odessa, Texas - 19 de abril de 1960: Como bônus, a FTD disponibiliza uma entrevista até então inédita para a rádio KPOL de Odessa. Elvis fala sobre a produção de "G.I. Blues" e relembra um programa de 1955 em que conversou por uma hora com o mesmo repórter. O Coronel fala rapidamente sobre a agenda de compromissos de Elvis, o novo disco em produção (Elvis is Back!) e os planos para gravar três filmes ainda em 1960.  


CD 2 - FORT WORTH, TEXAS, 3 DE JULHO DE 1976

- 1. See See Rider: A apresentação começa quando Elvis está entrando no palco e o que se nota imediatamente é que o som é bem melhor do que o da fita de 1974. Sua apresentação não é tão energética quanto seria na turnê de dezembro daquele ano e Elvis soa bastante sem fôlego algumas vezes, mas no geral há uma significativa diferença para melhor quando comparado ao show em Tucson, Arizona, lançado pela FTD em 2000, um mês depois.

- 2. I Got a Woman / Amen: Elvis faz sua já conhecida rotina do "well, well, well"  e entra na música logo após se dirigir a uma fã que grita desesperadamente. É novamente uma versão rápida, mas aqui os dive bombs de JD e a rotina do "striptease" já são bem mais longas para permitir que Elvis recupere o fôlego. Antes de continuar, ele atende os pedidos de beijos e lenços de algumas fãs.

- 3. Love Me: A música continua a ser o que sempre foi - apenas uma canção para mover o show e entregar alguns lenços e beijos -  e Elvis soa entediado. Quando uma fã puxa um lenço do pescoço do cantor de maneira muito rápida, ele diz: "Quase arrancou minha orelha." Para tentar desestabilizar os backing vocals, o Rei do Rock os faz segurar a mesma nota por 18 segundos antes de terminar a música.

- 4. If You Love Me (Let Me Know): Elvis mexe com os backing vocals sobre tê-los feito segurar a nota: "Vocês devem seguir a orquestra do Joe Guercio. Isso é direção de palco, eu não tenho isso." Depois de algumas sugestões, o cantor decide: "Não, vamos fazer a da Olivia Newton-John."  A rendição é uma das melhores daquela tarde, embora Elvis pareça ainda não ter acordado inteiramente.

- 5. You Gave Me a Mountain: Elvis faz uma excelente rendição de uma das músicas mas pedidas pelos fãs desde 1972. Sua voz está forte e concentrada.

- 6. All Shook Up:medley dos anos 1950 começa. O tédio parece voltar à voz de Elvis e ele entrega uma versão em que soa bastante sem ar enquanto distribui lenços e beijos.

- 7/8. (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel: Versão curta e descartável para que o cantor continue a alegrar as fãs.

- 9. And I Love You So: A música começa imediatamente após o fim do medley e é uma das surpresas da apresentação. O mix coloca o piano do novo integrante da banda, Tony Brown, na frente do áudio e proporciona uma versão que soa mais intimista enquanto Elvis dá tudo que sua voz pode dar naquele momento.

- 10. Jailhouse Rock: É aqui, aos 30 minutos de show, que Elvis começa a acordar. "Jailhouse" traz o roqueiro cinquentista para o palco em uma versão rápida, mas eletrizante.

- 11. Fever: Mais disposto, Elvis faz seus movimentos pélvicos característicos durante a rendição e as fãs vão à loucura. A versão é muito gostosa de se ouvir, com os címbalos de Ronnie Tutt e o baixo de Jerry Scheff bastante audíveis no mix.

- 12. America: "Obrigado. Muito obrigado, senhoras e senhores. Como é o ano do nosso bicentenário, eu gostaria de cantar 'America the Beautiful'." A música é recebida com total entusiasmo pela plateia e a rendição de Elvis é sensacional. Impressionado com a recepção, ele diz: "Isso faz com que tudo valha a pena, realmente faz. Uau!"

- 13. Polk Salad Annie: A reação à música anterior dá a Elvis o entusiasmo necessário para uma versão realmente empolgante dessa canção. Ele está solto e faz uma rotina de golpes de karatê mais longa do que a normal no final. "Obrigado. Eu fiz isso [referindo-se aos golpes de karatê] em Michigan na véspera de Ano Novo e rasguei minhas calças."

- 14/15/16. Introductions: "Quanto tempo faz que estivemos aqui em Fort Worth? Um ano? Três anos?" Quando um fã responde corretamente que havia sido no mês passado (exatamente 30 dias antes, em 3 de junho), Elvis responde surpreso: "Mês passado?! Mesmo?! Eu tenho a memória de um cervo, cara!"

Ele então apresenta as Sweet Inspirations e JD Sumner. A introdução dos Stamps é feita de forma individual em razão de o grupo ter novos integrantes. Kathy Westmoreland e Sherrill Nielsen são apresentados e, na sequência, é a vez dos solos de John Wilkinson, James Burton, Jerry Scheff e Tony Brown. Por problemas técnicos, a introdução de Ronnie Tutt foi cortada da fita. David Briggs faz seu solo e também uma excelente rendição de "Love Letters" com Elvis. Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra são os últimos a serem apresentados.

- 17. Hurt: "Tenho uma nova gravação nas lojas, gostaria de cantá-la para vocês." A recepção da plateia é fenomenal, embora Elvis não dê tudo que pode à canção. Mesmo assim, a multidão pede e o cantor faz uma segunda rendição que é ainda mais comemorada.

- 18. Hound Dog: A música novamente faz a plateia delirar, mesmo que Elvis soe bastante sem fôlego. A gritaria de fãs se multiplica pela arena enquanto ele distribui lenços durante a curta versão.

- 19. Funny How Time Slips Away: "Senhoras e senhores, agora que vocês já nos viram, eu gostaria de acender as luzes da casa para podermos dar uma olhada em vocês. Você são realmente uma ótima plateia, e eu não digo isso se não for verdade." Uma fã está com um cartaz que faz Elvis perguntar: "O que está escrito naquele cartaz? 'Volte a Asheville, North Carolina'? Ok, em 77." [o cantor tinha passado por Asheville em julho de 1975, mas nunca retornaria]

Depois de uma ótima rendição enquanto entrega lenços e beija fãs, o Rei do Rock repete a última parte da música e chama a atenção da plateia para JD Sumner e seu famoso dive bomb.

- 20. Can't Help Falling in Love: "Sempre que viemos aqui, vocês foram ótimos como público e nós realmente apreciamos isso. Sempre que vocês quiserem que voltemos a Fort Worth, nos avisem e nós colocaremos em nossa programação." Infelizmente, Elvis nunca retornaria.

É o fim do show e a última chance de ganhar um lenço ou beijo. A rendição é padrão e sem muito brilho. A "Closing Vamp" é executada até o fim e então ouvimos a famosa frase de Ed Enoch: "Senhoras e senhores, Elvis já deixou o recinto. Obrigado e boa noite!"

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