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segunda-feira, 2 de março de 2020

O Ídolo Imortal: This is Elvis

THIS IS ELVIS (EUA, 1981)

Título brasileiro:
Elvis - O Ídolo Imortal / Isto É Elvis (alternativo)
Gravação:
Maio a julho de 1980
Lançamento:
10 de abril de 1981
Duração:
101min (cinema, mundial)
110min (TV, EUA)
144min (VHS, mundial)
Produtora:
Warner Bros
Orçamento:
US$ 5 milhões
Arrecadação:
US$ 2 milhões
Elenco principal:
Elvis Presley
Paul Boensch III
David Scott
Dana McKay
Johnny Harra
Trilha sonora:
"This Is Elvis" (LP)
(4 de abril de 1981)
"This Is Elvis" (CD)
(FTD, Março de 2015)








This is Elvis é um filme biográfico dirigido por Andrew Solt e Malcolm Leo, e estrelado por quatro atores no papel de Elvis Presley.  O documentário dramático reencena a vida pessoal e profissional do Rei do Rock desde sua infância até sua morte em 1977, contando também com filmagens reais inéditas até então.

Desde a morte prematura de Elvis em 16 de agosto de 1977, produtoras cinematográficas demonstraram um súbito interesse em mostrar sua história. Vernon relutava em aceitar contratos para tal e Parker queria cobrar muito mais do que lhe seria devido pela consultoria que faria nessas produções, mas havia membros da família e da Máfia de Memphis dispostos a colaborar por valores menores.

Foi o que ocorreu com "Elvis", filme de 1979 produzido pela ABC-TV em que Kurt Russell interpretou o músico, cuja revisão de roteiro foi feita por Priscilla Beaulieu por meros US$ 50 mil. Charlie Hodge também embarcou na produção, mas por um valor ainda menor. Felizmente o filme fez jus à história de Elvis, embora termine em 1970 e ignore alguns grandes feitos de seus últimos anos de vida, como o "Elvis On Tour" e o "Aloha From Hawaii". Apesar disso a produção concorreu a diversos prêmios, inclusive um Golden Globe de Melhor Filme para Televisão e um Emmy.

Poster original de cinema

O sucesso estrondoso do filme na televisão, dado o fato de que ele foi exibido no mesmo dia e após os clássicos "... E o Vento Levou" (1939) e "Um Maluco no Ninho" (1975), fez com produtoras de cinema vissem que ainda restavam oportunidades de lucrar com o Rei. Dessa forma, a Warner decidiu chamar dois roteiristas especializados em documentários para trabalhar em cima de uma trama para um possível filme sobre Elvis Presley.

Andrew Solt e Malcolm Leo, que também dirigiriam a produção, como era de costume em seus trabalhos, logo trouxeram aos olhos da Warner que o filme "Elvis" não havia trabalhado com os anos 1970 e que isso seria um bom começo. Solt e Leo não queriam repetir a dose da trama de 1979 trazendo Charlie Hodge no elenco nem ficarem limitados ao que Priscilla concordaria que fosse filmado, ainda mais que a década de 1970 já não a trazia muito em vista, e por isso contataram Jerry Schilling e Joe Esposito para serem seus consultores. Com a resposta positiva dos três, a produção ganhava vida.

Anúncio de jornal brasileiro de 1983


O elenco de intérpretes de Elvis foi escolhido a dedo e sempre visando a perfeição.

Para interpretá-lo quando criança, os produtores escalaram Paul Boensch III por indicação de Joe Esposito. Paul era filho de Jean Boyd, enfermeira particular de Minnie Mae, e tinha uma semelhança enorme com Elvis, fato que o próprio cantor manifestou quando Jean o levou para conhecer o ídolo em 1970. Interpretar o Rei do Rock na adolescência e início da carreira coube a David Scott, um imitador dele naquele período que não só se parecia, mas também cantava como ele, tendo ganho um concurso de covers em Montreal aos 14 anos cantando "(Let Me Be Your) Teddy Bear".

Dana MacKay, outro imitador extremamente parecido com Elvis, foi responsável por interpretá-lo nos anos iniciais da década de 1970. MacKay era muito conhecido, tinha sua própria banda e cantava exatamente como o Rei do Rock. Por fim, Elvis em seus últimos anos só caberia a Johnny Harra, o imitador que de tão perfeito havia começado o rumor de que o Rei do Rock havia se aposentado e o colocado em seu lugar em 1973. Harra também dera o nome Lisa Marie a sua própria filha.

Da esquerda para a direita:
Paul Boensch III, David Scott e Johnny Harra durante filmagens em Graceland



Leo e Solt também procuraram envolver o maior número de familiares e amigos de Elvis em algum setor da produção para aumentar o tom de realismo.

Linda Thompson, que vivera com o cantor entre 1973 e 1976, foi consultora não creditada e fez a narração de alguns trechos da trama. Joe Esposito interpretou a si mesmo e também fez narrações. Vester Presley, tio de Elvis e guardião dos portões de Graceland desde 1957, aparece em diversas cenas, bem como três de suas cozinheiras particulares - Pauline Nicholson, Mary Jenkins e Nancy Rooks. Ral Donner, cantor que tinha a voz muito parecida com a de Elvis e fizera sucesso em 1961 com um cover de "The Girl of My Best Friend", narra partes da história em que o Rei do Rock relembra seu passado. Knox Phillips interpreta seu próprio pai, Sam Phillips, dono do Sun Studio e responsável por levar Elvis à fama depois de uma certa insistência de sua secretária Marion Keisker.

Johnny Harra como Elvis aos 42 anos

A produção começou a ser filmada em maio de 1980 e usou diversas locações reais, entre elas Graceland e as cidades de Memphis, Portland e Tupelo. Algumas músicas foram regravadas por David Scott para o filme, mas a maioria das que se ouve na trama são gravações originais de Elvis. O documentário utilizou material real em alguns trechos, trazendo inúmeras filmagens amadoras, cenas de filmes e shows até então inéditos para o público.

Em seu lançamento nos cinemas, em 10 de abril de 1981, a produção teve um sucesso ameno de público e decepcionou na arrecadação em sua primeira semana. O filme fracassou em recuperar seu orçamento de US$ 5 milhões e reembolsou apenas US$ 2 milhões mundialmente, mas tornou-se um clássico cult com o passar do tempo. Depois da versão de cinema com 101 minutos, a trama foi exibida com 9 minutos a mais na TV dos EUA em 1982 e lançada no mesmo ano em VHS com 144 minutos (sem cortes). O filme chegou ao DVD em 2007, com ambas as versões.


TRILHA SONORA

A trilha sonora da produção chegou ao mercado também em 10 de abril de 1981. O LP duplo trazia todas as músicas ouvidas na versão de cinema do filme, exceto as regravações de David Scott, com edições e remixagens quase imperceptíveis nas faixas já conhecidas e um grande número de apresentações ao vivo nos anos 1950 que até então eram inéditas.

Ao contrário do filme, o LP fez um bom sucesso e ganhou o certificado de Ouro em 6 de agosto de 2002. Nenhum single promocional foi lançado devido ao foto de que a RCA estava trabalhando com as regravações feitas no Young'un Sound Studio em 1980 para o LP "Guitar Man".

Em 2015 a FTD relançou o álbum em CD duplo com áudio remasterizado e todas as músicas usadas na versão sem cortes do filme.


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ESTRELAS COADJUVANTES
(como Elvis aparece em diversas cenas do filme, os atores que fazem parte da produção são tratados aqui como coadjuvantes)

PAUL BOENSCH III

Nascido em Memphis em 1967, Paul era filho da enfermeira particular de Minnie Mae, Jean Boyd, em Graceland. Quando foi levado pela mãe para conhecer Elvis em 1970, o cantor ficou fascinado com a incrível semelhança com ele mesmo quando criança.

Por esse motivo Joe Esposito mencionou aos produtores de "This Is Elvis" que Paul seria perfeito para viver Elvis aos dez anos. Essa seria a primeira e única produção da qual Boensch faria parte.

Não há notícias sobre sua vida desde então.



DAVID SCOTT

Nascido em Montreal em 1 de dezembro de 1962, David se interessou pela música desde cedo e passou a idolatrar Elvis já em sua infância. Na adolescência, viu potencial em ser cover de Elvis por sua voz e aparência parecidas. Scott ganhou o primeiro prêmio de um festival de covers de Elvis em Montral em 1976 cantando "(Let Me Be Your) Teddy Bear" e fez várias aparições na televisão canadense que o levaram ao status de um dos mais perfeitos imitadores do Rei do Rock.

Sua escalação para viver Elvis aos 18 anos em "This Is Elvis" veio por indicação de Vester Presley, que o conheceu em uma visita a Graceland e reparou em sua incrível semelhança com o Rei do Rock.

Nos anos seguintes ele fez mais pontas esporadicamente e viajou pelo Canadá e EUA com seu show em homenagem a Elvis até 1992. Ao longo da carreira, Scott adquiriu um forte vício em drogas que o levou a dívidas milionárias. Sentindo-se sem saída, ele se suicidou em 5 de janeiro de 1993, aos 30 anos.


DANA MACKAY

Dana MacKay foi outro garoto que cresceu sob a influência musica de Elvis e resolveu seguir carreira no mundo dos imitadores dos covers. Ele desde cedo estudou a música e todos os trejeitos de seu ídolo, mas ficou mais motivado depois que as pessoas a seu redor começaram a notar sua real semelhança com o cantor.

Popular em concursos, ele montou uma banda e passou a se apresentar em diversos meios. Sua fama foi responsável por levá-lo a interpretar Elvis aos 35 anos em "This Is Elvis". Com o passar dos anos, ele construiu uma mansão semelhante à de Elvis e se casou com a ex-miss Nevada Mary Huffman enquanto fazia milhões em contratos para shows e com o plantio de palmeiras em Beverly Hills.

Dana e sua esposa foram encontrados mortos em sua mansão no dia 30 de outubro de 1993. Para a polícia, o casal teria chegado em casa e flagrado um roubo em andamento. Extra-oficialmente, Dana teria sofrido retaliação por causa de contratos suspeitos e dívidas com agiotas. O caso continua sem uma resolução oficial.


JOHNNY HARRA

Nascido Harry Lee Lovett em Kansas, Missouri, em 11 de julho de 1946, seus primeiros contatos com Elvis vieram de familiares que se assustavam com a semelhança com o cantor. Participante do coral de sua igreja, Harry aprendera a cantar e passou a usar isso e a aparência em benefício próprio aos 14 anos, quando começou a se apresentar como cover de Elvis sob o pseudônimo Johnny Harra.

Aos 35 anos, sua fama como imitador do Rei do Rock levou o Coronel Parker a escalá-lo para viver Elvis em seu último ano de vida em "This Is Elvis". Em 1978 ele assinou um contrato de 6 milhões de dólares por três anos de shows em Las Vegas e passou a se apresentar pelo mundo todo até que um imitador colombiano roubou seu nome de palco e passou a se apresentar como "o verdadeiro Johnny Harra". Isso o fez se afastar dos palcos.

Mesmo recluso, ele ainda participava de concursos de covers esporadicamente, tendo ganho o título de Melhor Imitador do Século XX em 1995. Em 2002 Johnny voltou aos palcos e constatou que sua fama ainda estava intacta. Ele faleceu aos 64 anos, em 30 de março de 2011.

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