EAP Index Brasil: Takin' Tahoe Tonight! (CD - FTD, 2003)

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Takin' Tahoe Tonight! (CD - FTD, 2003)

Título:
Takin' Tahoe Tonight!
Selo:
FTD [FTD 027] [82876 53367 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
24
Duração:
64:00
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2003
Gravação:
13 de maio de 1973, 3:00
Lançamento:
Setembro de 2003
Singles:
---


Takin' Tahoe Tonight é o vigésimo sétimo CD da FTD. Ele contém o show completo das 3 da manhã de 13 de maio de 1973 em Lake TahoeNevada, durante a segunda temporada de Elvis na cidadeCD está atualmente fora de catálogo na gravadora.

O ano de 1973 foi uma grande montanha russa para Elvis. Em janeiro, o sucesso do Aloha From Hawaii foi mais uma vitória em sua carreira e o LP da atração seguiu o caminho das vendas dos anteriores com grandes números alcançados.

Porém, sua vida pessoal estava em frangalhos com a separação de Priscilla, a descoberta do relacionamento com Mike Stone e a inevitável oficialização do divórcio que se daria em 9 de outubro daquele ano.

Para piorar, Stone estava tentando limitar judicialmente o acesso de Elvis a Lisa Marie e o cantor vivia uma rotina de ameaças de morte que culminou em uma briga com quatro homens que subiram ao palco em Las Vegas com o intuito de, no mínimo, feri-lo.

Todo esse estresse se refletia em sua voz, aparência, físico e estado mental. No decorrer de 1973, Elvis foi perdendo o interesse pelas gravações em estúdio, pelas turnês e, principalmente, pelas extensas temporadas em Las Vegas.

O jeito que o Coronel encontrou para acalmar um pouco os ânimos de seu protegido foi ressuscitar o contrato de 1971 com o Sahara Tahoe Hotel e arranjar uma temporada no local o mais rápido possível. Elvis estava mais entusiasmado durante a maior parte das apresentações de maio de 1973 em Lake Tahoe, brincando muito com a plateia, se entrosando com a banda e proporcionando a todos momentos raros e fantásticos, mas nem isso o impediu de cancelar os shows dos últimos três dias - os quais não foram compensados em outras ocasiões, uma vez que Elvis só voltaria a Tahoe no ano seguinte.

Com todos os problemas na vida e carreira de Elvis, a RCA acabou por não conseguir encontrar shows com qualidade suficiente para lançar naquele ano. Depois do Aloha, a única gravação oficial de um show de 1973 a ser lançada é esta, exatos 30 anos mais tarde.

Nisso, a FTD se supera e assume a posição de primeira gravadora a trabalhar com material não-Aloha daquele ano. Incrivelmente, esta é a terceira apresentação daquele dia, incluída por ocasião da comemoração do Dia das Mães, e Elvis soa fantástico.

 Abaixo segue a resenha do conteúdo disponibilizado no CD.
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- 1. Also Sprach Zarathustra: Como de costume, a abertura do show se anuncia com a fanfarra

- 2. See See Rider: Esta é uma das versões mais energéticas de 1973, se não for a mais energética dos últimos anos de Elvis. Pode-se notar que sua voz está forte, sem arrasto ou embargada, como ouvimos em muitos bootlegs daquele ano. A banda está certamente se divertindo e podemos ouvir James Burton claramente fazendo um chickin' pickin' com sua guitarra.

- 3. I Got a Woman / Amen: O medley introduzido no início do ano é bem executado, com Elvis brincando com as notas. A rotina do striptease é pulada e a finalização da canção continua, com Elvis pedindo a JD que refaça seu famoso dive bomb.

- 4. Help Me Make it Throught the Night: "Obrigado. Bom dia!" Pulando "Love Me Tender", Elvis vai direto à canção seguinte. Talvez isso tenha sido feito de forma intencional, por ser o terceiro show do dia. Executada de forma menos lenta que as versões de 1975, esta é a gravação oficial mais próxima às primeiras versões rendidas ao vivo. A voz de Elvis não é das melhores nesse momento e ele adiciona intencionalmente a frase "nós não queremos ficar sozinhos / ajude-me a suportar a noite" no fim da canção.

- 5. Steamroller Blues: As coisas começam a esquentar e a banda soa como se estivesse realmente se divertindo. Esta versão é mais rápida e tem um tom mais puxado ao funk e não tanto ao blues, como a do Aloha. Elvis dá seu máximo.

- 6. You Gave Me a Mountain: "Obrigado. Bom dia, senhoras e senhores!" Uma das canções mais profundas desta apresentação, traz com sutileza o que Elvis estava passando naquele momento. Ao ouvirmos os versos "cansada de trabalhar por nada / apenas cansada de ser minha esposa", captamos toda a tristeza na voz de Elvis.

- 7. Love Me: "Gostaria de fazer um medley de alguns dos meus discos para vocês." A canção inicia com James Burton tocando algumas notas diferentes que fazem Elvis responder: "Comporte-se, James." A observação leva Ronnie Tutt a dar uma batida adicional no prato, o que faz o cantor rir e dizer: "Ah, quer bancar o engraçadinho, não é, Ronnie?" A canção transcorre como de costume, com Elvis entregando lenços e beijos para as fãs.

- 8. Blue Suede Shoes: Obviamente a voz de Elvis não está no pico ainda, mas ele se diverte com isso. Há uma preocupação para alcançar as notas e entonações corretas, mas ainda assim há tempo para dedicar aos fãs.

-9. Long Tall Sally / Whole Lotta Shakin' Goin' On / Mama Don't Dance / Shake, Rattle and Roll / Whole Lotta Shakin' Goin' On: Este medley é diferente em muitos aspectos daquele que ouviríamos no LP "Elvis as Recorded Live On Stage In Memphis" de 1974. Executada em um ritmo muito mais rápido do que a versão do Aloha, que trazia apenas "Long Tall Sally" e "Whole Lotta Shakin' Goin' On", esta versão já incorpora "Mama Don't Dance" e "Shake, Rattle and Roll", além da rara repetição no final de "Whole Lotta Shakin' Goin' On". Mais tarde naquele ano, "Flip, Flop and Fly" e "Jailhouse Rock" seriam adicionadas a este medley, com "Hound Dog" entrando em 1974.

- 10. My Way: Depois do Aloha, Elvis tinha deixado a canção de lado devido a seus problemas vocais. Aqui ela se apresenta como o primeiro verdadeiro desafio da apresentação, mas o cantor se sai melhor do que o esperado e o final estrondoso é uma prova de que sua voz estava retornando aos poucos. Há ainda um momento encantador onde Elvis esquece parte da letra e cantarola uma frase inteira.

- 11. Hound Dog: Versão rápida e sem novidades, mas que deixa claro que sua voz ainda requeria cuidados.

- 12. What Now My Love: Curiosamente, Elvis conseguia dar tudo de si em canções que exigiam de sua voz, como esta, e deixava que seu cansaço e cordas vocais doloridas transparecessem naquelas que não requeriam muito esforço e ele já estava acostumado e cansado de cantar. O final desta versão é uma clara demonstração dessa nuance.

- 13. Suspicious Minds: Elvis se poupa nesta versão, cantando-a de forma bem menos exigente do que havíamos ouvido no Aloha. Em algumas partes, a voz de Elvis fica fraca ou ele para de cantar por um motivo ou outro e podemos ouvir Charlie Hodge compensando.

- 14. Introduções: Rapidamente, Elvis apresenta JD Sumner e os Stamps, The Sweet Inspirations, Kathy Westmoreland, James Burton, John Wilkinson, Ronnie Tutt, Emory Gordy, Jr. (chamado de "Emerson Boozey"), Glen Hardin, Charlie Hodge, "o maldito" Joe Guercio e sua orquestra.

- 15. I'll Remember You: A versão de Elvis para este clássico havaiano reflete a hora do show. A risada de Elvis é contagiante em meio a interações com fãs e trocadilhos sexuais feitos com modificações na letra original, o principal sendo "bem depois disso / quando esta longa madrugada acabar / eu estarei com tesão / solitário, tão solitário". Uma crise de risos se instala. "Bem, é o bastante."

- 16. I Can't Stop Loving You: Elvis continua com o humor aguçado. Enquanto as fãs gritam seu nome, ele grita de volta para elas e ri. Com certeza as mãos bobas das fãs mais soltas também tinham muito a ver com todo aquele riso. Quando a canção toma lugar e a seriedade se assenta, a voz de Elvis soa como se estivesse perfeita na finalização.

- 17. Bridge Over Troubled Water: A canção, que não era executada desde junho de 1972, mostra que o show chegou a um ponto em que Elvis estava querendo dar espontaneidade ao seguimento. Além da grande harmonia entre o piano de Glen Hardin e o baixo de Emory Gordy, Elvis ainda faz uma rara reprise do final que é prejudicada por danos na fita, mas não perde o brilho.

- 18. Funny How Time Slips Away: "Vamos de The Impossible Dream. Temos The Impossible Dream, Joe?" Guercio responde que não. "For the Good Times... Em que nota a cantamos?" Joe novamente nega. Sem opção, Elvis segue a setlist programada e entrega mais lenços e beijos para as fãs. Algumas fãs parecem realmente soltas enquanto Elvis ri de suas ações.

- 19.  It's Over: "Ok, The Impossible Dream." Joe Guercio novamente responde que a orquestra não tem as partituras. "It's Over, façamos It's Over." Interpretada aqui em um tom mais ameno do que no Aloha, é uma agradável versão.

- 20. Release Me: Elvis entra diretamente na canção em uma nota bastante alta, tendo que reinicia-la. "Maldição, como é alto!" Notando que não conseguiria atingir as notas necessárias, a canção é abortada: "Parem! Parem! Vamos fazer Faded Love."

- 21. Faded Love: A rendição da rara canção é bastante rápida e divertida, com Glen Hardin e a orquestra participando muito. Elvis reclama que ela está "muito rápida" no início, e quando a velocidade é reajustada, ele diz que estão "muito devagar". Os risos correm soltos.

- 22. Can't Help Falling In Love / Closing Vamp: "Gostaria de cantar uma canção de Blue Hawaii." Às quatro da manhã, com o amanhecer no horizonte, é hora de encerrar a apresentação.

BÔNUS

- 23 I'm Leavin' (13/05/73 MS): As duas faixas bônus do CD vêm do show da meia-noite do mesmo dia. O que temos aqui é uma versão simplesmente deliciosa da canção que fazia parte das apresentações esporadicamente desde 1971.

- 24. A Big Hunk O' Love (13/05/73 MS): Apesar de não trazer novidades, é uma versão bastante explosiva.
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