Closing Night
Selo:
FTD [FTD 039] [82876 63925 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
25
Duração:
77:00
Tipo de álbum:
Concerto
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2004
Gravação:
3 de setembro de 1973 CS
Lançamento:
1 de outubro de 2004
Singles:
---
Closing Night é o 39º lançamento da gravadora FTD. Ele contém a apresentação de encerramento da temporada de agosto / setembro de 1973 em Vegas, ocorrida à meia-noite do dia 3 de setembro, que se tornou icônica pelos ocorridos em seu andamento. O disco está atualmente fora de catálogo.
Em julho de 1973 Elvis foi ao Stax Recording Studio, onde passou vários dias – em seu caso, noites – colocando sua voz em faixas devidas à RCA como parte de seu mais novo contrato, assinado em 1º de março daquele ano. Tanto a RCA quanto o Coronel estavam desesperados por novos materiais e, como Elvis demonstrava pouco interesse em gravar, alugaram o Stax, que ficava a apenas dez minutos de Graceland, na esperança de animar a estrela relutante que poderia sempre voltar para casa e dormir em sua própria cama e não em um hotel qualquer.
Elvis concordou em gravar, mas as coisas não ocorreram como planejado. Na primeira noite, ele já não compareceu; na segunda, chegou cinco horas atrasado. Elvis estava com um péssimo humor, odiava o estúdio e reclamava que a acústica era muito pobre. Todas as faixas recomendadas pela RCA foram sistematicamente recusadas. Quando concordava em gravar uma canção, Elvis logo a abandonada dizendo ser “um pedaço de merda”.
Das trinta canções que constavam em seu contrato, Elvis gravou apenas oito – a maioria falando de amores perdidos e corações partidos. “For Ol’ Times Sake” capturou os sentimentos e o conflito emocional de Elvis com perfeição autobiográfica.
Elvis estava lentamente afundando em seu inferno pessoal. Ele passaria as duas últimas semanas de julho trancado em seu quarto em Graceland antes de retornar a sua outra prisão no início de agosto – a suíte do Hilton em Las Vegas.
Essa temporada seria notável por vários fatores. Para começar, seria a última vez em que Elvis se apresentaria por trinta dias seguidos no hotel (nos próximos contratos, esse tempo seria reduzido a apenas duas semanas). Ele estava com um humor terrível antes da noite de abertura, no dia 6 de agosto. Depois, ele abandonaria o ritual de usar a capa das jumpsuits no encerramento dos shows.
Não há dúvida de que esta data, 3 de setembro de 1973, e este concerto são extremamente importantes na história de Elvis. No final de sua nona temporada em Vegas, as emoções de Elvis eram uma confusão de contradições. Em 1971 Elvis já estava entediado com a rotina de Las Vegas e por isso aqui, em 1973, ele estava extremamente feliz por estar no final de sua temporada.
Não só isso, mas o contrato com o Hilton já tinha expirado e outros hotéis estavam desesperados para contratá-lo. Na realidade, Elvis estava irritado com o estilo do Coronel Parker de gestão e realmente queria sair de Las Vegas completamente, sentindo um desejo por algo novo. Antes do concerto, Elvis é citado como dizendo: "Eu não quero mais me apresentar aqui. Vou fazer de tudo para que os filhos da puta não me chamem novamente."
Este é o momento em que Elvis deveria ter seguido em frente dizendo "adeus Las Vegas, e tchau Coronel também!". Infelizmente isso nunca aconteceu. A principal falha de Elvis era ter seu pai, um homem que nunca terminou o ensino médio, como seu contador. Qualquer outro consultor teria visto os truques sujos do Coronel Parker e, em seguida, a história teria sido muito diferente.
Suas apresentações anteriores na temporada foram, no mínimo, todas inconsistentes. Às vezes Elvis era totalmente bobo, entrando no show cavalgando Lamar Fike, deitando em uma cama para cantar “What Now My Love” ou simplesmente começando o show com um macaco de pelúcia nos ombros. Outras vezes eram puramente abismais, trocando as letras originais das canções por frases de conteúdo sexual muito pesado.
“Elvis está usando drogas” era uma frase que ecoava por Vegas.
No show de encerramento da temporada, em 3 de setembro, as coisas não foram diferentes. Na verdade, foram até mais desastrosas do que de costume – Elvis “demitiria” o Coronel depois desta noite!
Abaixo segue a resenha da apresentação contida neste CD.
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- 1. Also Sprach Zarathustra: Como de costume, anunciava-se o início do show de Elvis.
- 2. See See Rider: O Rei do Rock chega ao palco montado nas costas de Lamar Fike e, logo de início, já se percebe que Elvis não está nas mais perfeitas condições para a apresentação. Normalmente, “I said see”, a primeira frase da canção, ecoaria pelo salão. Aqui, ela simplesmente aparece de uma forma triste, quase apagada. A voz de Elvis está um tanto embargada e contida. Uma conversa sobre troca de microfones e algumas piadas (aparentemente internas) seguem o pobre início.
- 3. I Got a Woman / Amen: A canção inicia com Elvis arrastando a voz, mas melhora ao longo da execução. No final, Elvis balbucia algumas coisas e pede para que J.D. repita sua parte solo na canção – o famoso “bomb dive”. A risada das Sweet Inspirations leva a uma pergunta de Elvis: “Do que estão rindo, Supremes?”
- 4. Love Me: Uma rendição padrão, à exceção da troca da letra de algumas partes. “Querida, eu serei tão... chinês... porque chineses são loucos” arranca risos da plateia. Elvis brinca dizendo que sua banda não o conhece, pois querem terminar a canção antes dele. “Eles não me conhecem... Vão direto ao ‘weeeeeeelllll...’. Eu não estou nem aí.”
- 5. Steamroller Blues: “Não gosto de lenços brancos,” diz Elvis – provavelmente para Charlie Hodge. “Steamroller...” tem partes balbuciadas e outras executadas com a maior maestria. Como de costume nessa época, era a partir desse momento, 15 minutos após o início do show, que Elvis acordava para seu trabalho.
- 6. You Gave Me a Mountain: Aparte de uma reclamação por causa de microfonia (“o sistema de som deste hotel é uma porcaria”), a rendição está entre as melhores daquela temporada. Depois da canção, Elvis pede desculpas a Bill Porter, o engenheiro de som, pela bronca durante a execução. Porter responde com um “obrigado!” que ecoa pelo prédio. “Ele é mais estranho do que eu pensava,” diz Elvis.
- 7. Trouble: “Quero fazer um medley de canções folclóricas espanholas...”, brinca Elvis antes de cantar algumas palavras de “Guadalajara” (canção presente no filme “O Seresteiro de Acapulco”, de 1963). A execução de “Trouble” (do filme “Balada Sangrenta”, de 1958) traz uma mensagem a alguém – provavelmente a direção do hotel: “Se você vai começar uma briga, não venha sozinho... porque eu sou louco!” Mais tarde no show, isso se esclarece.
- 8. Medley: Executado desde os primeiros shows de 1973 até meados de 1974, este medley com cinco canções sempre agradava. Aqui, Elvis troca algumas partes das letras para inserir Charlie Hodge e J.D. Summer na canção (“eu vi Charlie Hodge com J.D.Sumner no beco...”). Elvis estende a parte final de Hound Dog com uma apresentação extra longa de golpes de caratê. Em seguida, atende pedidos da platéia com beijos e entrega de lenços.
- 9. Love Me Tender: “Quero cantar um pouco de Love Me Tender para vocês... bla-bla-bla-bla-bla... bla-bla-bla! Aí está, um pouquinho de Love Me tender... Em velocidade acelerada.” Quando a plateia pensa que Elvis finalmente vai cantar o clássico, ele simplesmente usa a melodia para criticar o hotel: “Adeus, filhos da mãe... adeus papai, também... para o inferno com todo o Hilton Hotel... e este salão também!”. Neste ponto, a certeza é que o Coronel já estava fervendo em sua cadeira.
- 10. Fever: Elvis substitui a primeira estrofe da canção por “Myrna Smith e J.D. Sumner tiveram um caso louco... quando seu esposo e esposa descobriram, só o que se via eram cabelos e dentes”. A música é executada de forma rápida e com muitas brincadeiras e trocadilhos.
- 11. What Now My Love: Sonny West traz uma cama para o palco, de onde Elvis executa a canção deitado e fazendo trocadilhos sexuais extremamente pesados. A plateia, banda e backing vocals, caem na risada – certamente muito mais por estarem desconcertados do que por ser engraçado.
- 12. “Bridge Over Suspicious Minds”: Os músicos começam a tocar “Suspicious Minds”, mas quem disse que Elvis queria cantá-la? Em sua lista – particular e invisível – constava “Bridge Over Troubled Water” e foi essa letra que ele cantou. Depois de um minuto, Elvis pára a canção, pede desculpas à banda e orquestra e procede a culpar Glen Hardin pelo erro (supostamente brincando).
- 13. Bridge Over Troubled Water: Elvis executa a canção trocando várias partes das letras até que acaba esquecendo as originais. A banda e backing vocals se unem para ajudar enquanto Elvis os ouve calado. “Obrigado,” diz ao fim. A canção passa a ser executada de forma séria a partir daí e é consideravelmente boa. “Obrigado por me ajudarem na primeira parte da canção, amigos. De verdade,” agradece Elvis.
- 14. Suspicious Minds: A canção é bem executada e parece ser uma das melhores da temporada até a metade. “Ou limpe a mer... lágrimas dos seus olhos” é a frase que anuncia que o mal humor de Elvis havia tomado conta novamente. “Você sabe como eu odeio essa maldita canção”, ele canta; “eu odeio mesmo,” confirma.
- 15. Introduções: Durante cinco minutos, Elvis apresenta todos os membros de sua banda e equipe. Emory Gordy substitui Jerry Scheff no baixo. Na plateia, Elvis apresenta o ator George Hamilton, o Coronel, a cantora Bobbi Gentry, Bill Cosby e Shirley Bassey. As palmas mais efusivas são oferecidas ao pai de Elvis e algumas, não tão expressivas, a Linda Thompson.
- 16. My Boy: “Gostaria de cantar essa música que acabei de gravar... My Boy.” A tristeza na voz de Elvis é palpável no início e nas partes mais autobiográficas. Por anos, “My Boy” seria tida como um recado secreto a Lisa Marie. “Deixei Charlie Hodge para apresentar por último porque ele é o que menos importa,” brinca Elvis. “Não, ele tem feito harmonia para mim há 13 anos e faz isso tão bem que é como se fosse uma única voz.”
- 17. I Can’t Stop Loving You: Uma rendição básica do clássico de Ray Charles que esteve presente nos shows de Elvis desde 1969.
- 18. An American Trilogy: Aparte de mudar uma frase da canção (“eu queria estar na Disney”), esta é a melhor versão da temporada. Algumas noites antes, uma reprodução da Lua em papelão que trazia desenhados uma águia careca e Abraham Lincoln faria Elvis gritar – aparentemente surpreso – “Meu Deus, a Lua está caindo!”.
- 19. A Big Hunk O’ Love: A canção não tem novidades e os solos de Glen Hardin e James Burton são excepcionais. Após a execução, Elvis retorna a “American...” para cumprimentar o flautista solo, Jimmy, pela 144ª vez que toca sua parte. Ele também agradece os outros membros da orquestra e diz estar feliz por poder cantar para o público:
“Enquanto eu puder fazer isso, serei um filho da mãe feliz.”
- 20. The First Time Ever I Saw Your Face: Provavelmente uma das melhores versões do ano, bastante melodiosa e executada sem erros. Elvis faz um apelo aos Hilton: “Tem um cara aqui que trabalha no restaurante italiano... o nome dele é Mário. E essas pessoas aqui estão prontas para demiti-lo assim que eu for embora... E eu não quero isso – ele precisa do emprego. E eu acho que os Hilton estão acima disso. Sem querer faltar ao respeito, mas eu queria acordar Conrad [Hilton] e falar sobre o trabalho do Mário. Só isso.”
- 13. Bridge Over Troubled Water: Elvis executa a canção trocando várias partes das letras até que acaba esquecendo as originais. A banda e backing vocals se unem para ajudar enquanto Elvis os ouve calado. “Obrigado,” diz ao fim. A canção passa a ser executada de forma séria a partir daí e é consideravelmente boa. “Obrigado por me ajudarem na primeira parte da canção, amigos. De verdade,” agradece Elvis.
- 14. Suspicious Minds: A canção é bem executada e parece ser uma das melhores da temporada até a metade. “Ou limpe a mer... lágrimas dos seus olhos” é a frase que anuncia que o mal humor de Elvis havia tomado conta novamente. “Você sabe como eu odeio essa maldita canção”, ele canta; “eu odeio mesmo,” confirma.
- 15. Introduções: Durante cinco minutos, Elvis apresenta todos os membros de sua banda e equipe. Emory Gordy substitui Jerry Scheff no baixo. Na plateia, Elvis apresenta o ator George Hamilton, o Coronel, a cantora Bobbi Gentry, Bill Cosby e Shirley Bassey. As palmas mais efusivas são oferecidas ao pai de Elvis e algumas, não tão expressivas, a Linda Thompson.
- 16. My Boy: “Gostaria de cantar essa música que acabei de gravar... My Boy.” A tristeza na voz de Elvis é palpável no início e nas partes mais autobiográficas. Por anos, “My Boy” seria tida como um recado secreto a Lisa Marie. “Deixei Charlie Hodge para apresentar por último porque ele é o que menos importa,” brinca Elvis. “Não, ele tem feito harmonia para mim há 13 anos e faz isso tão bem que é como se fosse uma única voz.”
- 17. I Can’t Stop Loving You: Uma rendição básica do clássico de Ray Charles que esteve presente nos shows de Elvis desde 1969.
- 18. An American Trilogy: Aparte de mudar uma frase da canção (“eu queria estar na Disney”), esta é a melhor versão da temporada. Algumas noites antes, uma reprodução da Lua em papelão que trazia desenhados uma águia careca e Abraham Lincoln faria Elvis gritar – aparentemente surpreso – “Meu Deus, a Lua está caindo!”.
- 19. A Big Hunk O’ Love: A canção não tem novidades e os solos de Glen Hardin e James Burton são excepcionais. Após a execução, Elvis retorna a “American...” para cumprimentar o flautista solo, Jimmy, pela 144ª vez que toca sua parte. Ele também agradece os outros membros da orquestra e diz estar feliz por poder cantar para o público:
“Enquanto eu puder fazer isso, serei um filho da mãe feliz.”
- 20. The First Time Ever I Saw Your Face: Provavelmente uma das melhores versões do ano, bastante melodiosa e executada sem erros. Elvis faz um apelo aos Hilton: “Tem um cara aqui que trabalha no restaurante italiano... o nome dele é Mário. E essas pessoas aqui estão prontas para demiti-lo assim que eu for embora... E eu não quero isso – ele precisa do emprego. E eu acho que os Hilton estão acima disso. Sem querer faltar ao respeito, mas eu queria acordar Conrad [Hilton] e falar sobre o trabalho do Mário. Só isso.”
- 21. Mystery Train / Tiger Man: A conversa de Elvis com os Hilton continua. “Eu gostaria de oferecer essa música à equipe e à hierarquia do Hilton,” avisa Elvis antes de iniciar a parte de “Tiger Man” no medley [eu sou o rei da floresta / eles me chamam de Homem Tigre / se você cruzar meu caminho / sua vida está em suas mãos].” A proteção dada por Elvis a Mário havia deixado o Coronel irado.
- 22. How Great Thou Art: Uma canção Gospel depois de tanta confusão parecia ser o óbvio. Esta era uma das músicas que colocava Elvis em outro espírito, o deixava mais leve e em contato com Deus. Embora executada um tanto lenta, ainda acalma os ânimos. A plateia aplaude efusivamente, mas Elvis parece não estar satisfeito com as palmas para as canções anteriores: “Fico feliz que finalmente tenham apreciado alguma coisa.” A parte final da canção é novamente executada e, dessa vez, com grande maestria. Para a surpresa de todos, um Elvis empolgado pede a repetição da parte pela terceira vez. “Querem ouvir de novo? Não me importo, essa eu canto a noite toda.”
- 23. Help Me Make it Through the Night: Elvis parece estar com o espírito mais leve e até brinca com a plateia. A canção é executada como de costume.
- 24. Softly, as I Leave You: Elvis faz uma rendição diferente e bem mais emocional, lendo somente a letra, sussurrando as palavras e interpretando com grande valia, e sem o acompanhamento usual da harmonia de Sherrill Nielsen. A orquestra se une a Elvis com um acompanhamento suave.
- 25. Can’t Help Falling in Love: “Take it home, baby!”, diz Elvis para anunciar à banda que deve iniciar a execução da canção de encerramento. Após 1 hora e 17 minutos de show, Elvis deixa o recinto.
"VOCÊ NÃO PODE ME DEMITIR - EU ME DEMITO!"
Durante todo o show de encerramento, Elvis fez questão de mostrar aos Hilton o seu descontentamento com o hotel, o salão e, principalmente, com a história de que iriam demitir Mário, o garçom que o servia desde 1970. Aquelas ofensas aos empregadores não iam passar batida pelo Coronel. E assim aconteceu após o show.
De imediato, Elvis e o Coronel entram com feições enraivecidas em um dos escritórios de Parker no hotel. Em seguida, gritos e xingamentos ecoam pelo andar inteiro. Parker não estava nada contente. Minutos depois, o Coronel, com o rosto vermelho de raiva e muito agitado, sai do escritório como uma tempestade.
Mais tarde, em sua suíte, Elvis ainda não havia se acalmado. "Com quem diabos aquele velho bastardo achou que estava falando?" Ninguém falava com Elvis Presley daquele jeito. Em um rompante de raiva, ele grita para Joe Esposito: "Traga aquele filho da puta aqui. Diga ao filho da mãe que quero vê-lo agora!".
O Coronel chega e fica bem claro para todos que ainda está enraivecido. Ele não tinha intenção alguma de beijar o traseiro de seu menino. Elvis havia ido muito longe dessa vez. Os dois continuam a discutir aos gritos até que Elvis deixa escapar: "Você está demitido!". O Coronel, que nunca deixaria sua criação dar a última palavra, retorna: "Você não pode me demitir! EU me demito!".
Parker diz a Elvis que pedirá uma conferência de imprensa no dia seguinte para contar ao mundo de sua demissão. E então grita para Elvis: "Você vai ter que pagar tudo que me deve!" Ele vira as costas e sai da suíte, dirigindo-se direto para seu escritório no quarto andar. Parker passa a noite toda calculando, centavo por centavo, tudo que Elvis deveria pagá-lo pela rescisão de seu contrato. Havia adiantamentos, comissões ainda devidas por trabalhos, royalties por músicas, discos e filmes. No início da manhã seguinte, o Coronel havia determinado que Elvis teria de pagar dez milhões de dólares a ele.
Quando Vernon e Elvis viram a soma final fixada por Parker, ficaram abismados. Elvis claramente devia uma fortuna ao Coronel. Sem tentativas de contato por parte de Parker, Elvis teve de voltar atrás e contatá-lo. Os dois se encontraram a portas fechadas e Parker só queria uma coisa: um pedido de desculpas de Elvis. Concedido isso, os dois se reconciliaram e a guerra de um dia acabou. Parker voltou a lucrar.
- 22. How Great Thou Art: Uma canção Gospel depois de tanta confusão parecia ser o óbvio. Esta era uma das músicas que colocava Elvis em outro espírito, o deixava mais leve e em contato com Deus. Embora executada um tanto lenta, ainda acalma os ânimos. A plateia aplaude efusivamente, mas Elvis parece não estar satisfeito com as palmas para as canções anteriores: “Fico feliz que finalmente tenham apreciado alguma coisa.” A parte final da canção é novamente executada e, dessa vez, com grande maestria. Para a surpresa de todos, um Elvis empolgado pede a repetição da parte pela terceira vez. “Querem ouvir de novo? Não me importo, essa eu canto a noite toda.”
- 23. Help Me Make it Through the Night: Elvis parece estar com o espírito mais leve e até brinca com a plateia. A canção é executada como de costume.
- 24. Softly, as I Leave You: Elvis faz uma rendição diferente e bem mais emocional, lendo somente a letra, sussurrando as palavras e interpretando com grande valia, e sem o acompanhamento usual da harmonia de Sherrill Nielsen. A orquestra se une a Elvis com um acompanhamento suave.
- 25. Can’t Help Falling in Love: “Take it home, baby!”, diz Elvis para anunciar à banda que deve iniciar a execução da canção de encerramento. Após 1 hora e 17 minutos de show, Elvis deixa o recinto.
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"VOCÊ NÃO PODE ME DEMITIR - EU ME DEMITO!"
Durante todo o show de encerramento, Elvis fez questão de mostrar aos Hilton o seu descontentamento com o hotel, o salão e, principalmente, com a história de que iriam demitir Mário, o garçom que o servia desde 1970. Aquelas ofensas aos empregadores não iam passar batida pelo Coronel. E assim aconteceu após o show.
De imediato, Elvis e o Coronel entram com feições enraivecidas em um dos escritórios de Parker no hotel. Em seguida, gritos e xingamentos ecoam pelo andar inteiro. Parker não estava nada contente. Minutos depois, o Coronel, com o rosto vermelho de raiva e muito agitado, sai do escritório como uma tempestade.
Mais tarde, em sua suíte, Elvis ainda não havia se acalmado. "Com quem diabos aquele velho bastardo achou que estava falando?" Ninguém falava com Elvis Presley daquele jeito. Em um rompante de raiva, ele grita para Joe Esposito: "Traga aquele filho da puta aqui. Diga ao filho da mãe que quero vê-lo agora!".
O Coronel chega e fica bem claro para todos que ainda está enraivecido. Ele não tinha intenção alguma de beijar o traseiro de seu menino. Elvis havia ido muito longe dessa vez. Os dois continuam a discutir aos gritos até que Elvis deixa escapar: "Você está demitido!". O Coronel, que nunca deixaria sua criação dar a última palavra, retorna: "Você não pode me demitir! EU me demito!".
Parker diz a Elvis que pedirá uma conferência de imprensa no dia seguinte para contar ao mundo de sua demissão. E então grita para Elvis: "Você vai ter que pagar tudo que me deve!" Ele vira as costas e sai da suíte, dirigindo-se direto para seu escritório no quarto andar. Parker passa a noite toda calculando, centavo por centavo, tudo que Elvis deveria pagá-lo pela rescisão de seu contrato. Havia adiantamentos, comissões ainda devidas por trabalhos, royalties por músicas, discos e filmes. No início da manhã seguinte, o Coronel havia determinado que Elvis teria de pagar dez milhões de dólares a ele.
Quando Vernon e Elvis viram a soma final fixada por Parker, ficaram abismados. Elvis claramente devia uma fortuna ao Coronel. Sem tentativas de contato por parte de Parker, Elvis teve de voltar atrás e contatá-lo. Os dois se encontraram a portas fechadas e Parker só queria uma coisa: um pedido de desculpas de Elvis. Concedido isso, os dois se reconciliaram e a guerra de um dia acabou. Parker voltou a lucrar.
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