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Elvis em Kalamazoo, Michigan; 26 de abril de 1977 (©Bob Heis) |
No total, Elvis passaria por um público de 117 mil pessoas e arrecadaria mais de US$ 1,5 milhões naqueles poucos dias. Em 1977, seus 59 shows renderiam em torno de US$ 7 milhões, uma soma baixa se comparada aos anos anteriores quando somente uma temporada de 30 dias em Las Vegas arrecadava US$ 2,5 milhões e as turnês nacionais traziam mais, em média, US$ 50 milhões.
Claro, a saúde fraca de Elvis tinha uma porcentagem no por quê desses números baixos, uma vez que os fãs mais novos começaram a vê-lo como um dinossauro da música. Outro ponto era o estilo musical da época que também começava a mudar rapidamente em direção ao Punk Rock e Pop, afastando plateias mais jovens. O trabalho da mídia, que difamava Elvis sempre que podia , também teve parte nisso.
Mas Elvis era Elvis e se havia coisas com que ele podia contar, eram os milhões de fãs espalhados pelos EUA e pelo mundo. Sua voz, que naquele tempo começava a soar como a de tenores, era outra coisa que nunca o abandonava. Mesmo nos piores shows de 1977, e eles foram muitos, infelizmente, sua voz permaneceu intacta e sonora - apesar de arrastada e cansada, por vezes.
Abaixo resenhamos mais 3 shows da última turnê: 23, 24 e 25 de junho.
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23 DE JUNHO DE 1977 - DES MOINES, IOWA
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Elvis em Des Moines, Iowa; 23 de junho de 1977 (©Julie Anderson) |
Saindo de South Dakota, Elvis se dirige ao único show do ano no estado de Iowa, na capital Des Moines. Antes desta, o Rei do Rock havia passado apenas duas vezes pelo estado nos anos 1950 (em Des Moines e Sioux City em 22 e 23 de maio de 1956, respectivamente) e outras duas nos anos 1970 (uma em Des Moines em 1974 e outra em Ames, em 1976). O público era o quarto maior daquela temporada - 11 mil pessoas viram Elvis se apresentar com sua Mexican Sundial.
A voz de Elvis estava mais forte do que na noite anterior e sem arrasto. Seu alcance vocal estava incrível, mostrando que a auto-desintoxicação que fizera para gravar os shows do Elvis In Concert tinha valido à pena. "See See Rider" e "I Got a Woman/Amen" soaram mais fortes do que em qualquer ponto daquele ano e Elvis realmente deu um show durante seu "striptease".
Outra coisa que se nota muito é que o Rei do Rock está realmente feliz em se apresentar e genuinamente se diverte com as fãs histéricas que tentam pegar um lenço ou ganhar um aperto de mão ou beijo durante sua rendição de "Love Me", que termina com um padrão altíssimo para a época. "If You Love Me (Let Me Know)", "You Gave Me a Mountain" e "Jailhouse Rock" continuam a provar que Elvis estava 100% focado e com os pés no chão naquela noite. "O Sole Mio / It's Now or Never" também é uma rendição perfeita, terminando com uma nota muito alta. Nesses momentos é que se vê que Elvis ainda gostava de cantar e mostrar seus dotes vocais, mas tudo que se passava a seu redor o desanimava profundamente e tirava essa vontade; quando estava despreocupado, como durante este show, a mágica acontecia.
O medley de seus sucessos começaram com "Little Sister" e fizeram o público explodir. "Teddy Bear/Don't Be Cruel" viu Elvis novamente rindo e entregando lenços, além de levar ao primeiro ponto alto da noite: a última e perfeita rendição de "Help Me". Parecia que o tempo havia voltado e estávamos novamente em 1974 durante as melhores rendições da canção, com a plateia recebendo bem aquele presente. Como já era costume em 1977, chegara a hora de Elvis descansar um pouco e deixar a apresentação nas mãos de seus backing vocals. Sherrill Nielsen é apresentado para cantar "Danny Boy" e "Walk With Me". Elvis atende ao pedido de um fã e faz uma rara rendição de "Blue Suede Shoes", a qual seria a última. A introdução dos membros da banda, backing vocals e orquestra decorre como de costume, com Elvis cantando algumas canções junto aos solos de John Wilkinson, James Burton e Tony Brown.
Neste momento a plateia já sabe que o show está no fim, mas nem o público nem Elvis demonstram desanimação ou cansaço. "Hurt" tem uma das melhores rendições do ano, senão a melhor, com o Rei do Rock alcançando notas inimagináveis para alguém em seu estado delicado de saúde. "Hound Dog" traz mais uma sessão de entrega de lenços e fãs histéricas, além de um Elvis mostrando que ainda podia fazer seu movimentos pélvicos mais ousados. A plateia simplesmente delira. Após apresentar Vernon, seu produtor Felton Jarvis e os engenheiros de som Bill Porter e Bruce Jackson, Elvis se despede do público com o seu já famoso "adios" antes de cantar "Can't Help Falling In Love" e entregar mais lenços. Em retrospecto, este é o show que mais rendeu nesta última temporada.
Este show, além de ser também um dos melhores da temporada e apresentar algumas faixas raras, é bastante memorável por um acontecimento que se deu fora dos palcos e antes mesmo de Elvis chegar ao local do concerto. Trata-se de uma história que muitos, até mesmo fãs ferrenhos, acreditavam ser uma lenda urbana até que uma reportagem do canal CBS 12 de Wisconsin encontrou em 2007 as testemunhas, incluindo o motorista da limusine de Elvis, do que acontecera 30 anos antes.
Enquanto se dirigia em sua limusine juntamente com Ginger para o Dane County Coliseum, no centro de Madison, Elvis avistou uma briga em andamento em um posto de gasolina. Ao perceber que eram dois homens batendo em um terceiro indefeso, ele imediatamente mandou seu motorista parar, desceu do carro e correu até os brigões. Testemunhas o viram parar atrás deles e fazer uma pose de karatê, o que imediatamente chamou a atenção de todos. Elvis não tinha intenção de brigar nem bater em ninguém, pois sabia que somente sua presença seria um choque suficiente para interromper a luta. E foi o que aconteceu - testemunhas, os dois brigões e o sujeito indefeso ficaram boquiabertos ao vê-lo em pose de ataque com sua jumpsuit Mexican Sundial e o combate se encerrou imediatamente. Elvis ainda ficou alguns minutos no local dando autógrafos e ingressos para fãs.
O show daquela noite não seria nada menos surpreendente. A RCA estava gravando a apresentação para colocar algum trecho na edição final do Elvis In Concert, mas o concerto nunca foi usado. Elvis ainda estava de bom humor e centrado, mas voltando ao velho hábito do uso descontrolado de seus remédios. Sua fala começava a se mostrar enrolada novamente (o que não acontecia havia 3 dias) e ele estava aparentemente cansado, fruto da diminuição do ritmo da respiração e do aumento dos batimentos cardíacos provocados por suas medicações. Talvez por isso mesmo este show seja o mais curto de 1977, com 58 minutos de duração ao invés dos normais 70-75.
Acompanhe abaixo a resenha detalhada da apresentação.
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1. Also Sprach Zarathustra - A plateia passa de um relativo silêncio a um estupor misturado com histeria durante a fanfarra.
2. See See Rider - Elvis não demora a entrar no palco, e o momento é definitivamente claro pelos gritos do público. A canção é bem executada e a voz do Rei do Rock soa clara de início. "Começamos com padrão alto", brinca no fim da rendição.
3. I Got a Woman / Amen - Elvis se mexe bem mais do que em suas outras apresentações da turnê a a plateia realmente adora cada momento; seu "striptease" leva as mulheres à loucura e os dive bombs de JD impressionam a todos. Mais surpreendente é a rápida sucessão de golpes de karatê no final da canção e o violão jogado de uma distância considerável direto nas mãos de Charlie Hodge, que estava fora do campo de visão de Elvis.
4. Love Me - Enquanto se apresenta ao público, um fã pede "Old Shep", ao que o Rei do Rock reage: "Old Shep!? Ah, não!". A versão foi bem recebida e Elvis estava rindo e se divertindo.
5. If You Love Me (Let Me Know) - Por algum motivo, Elvis está acelerando o show e não fala muito entre uma música e outra. É provável que ele estivesse ciente de que a RCA estava gravando e dos limites de tempo devido à duração das fitas. A rendição é padrão para a época.
6. You Gave Me a Mountain - "Muito obrigado. 'Mountain'". A rendição é padrão, mas nota-se que Elvis não consegue atingir a nota adequada no final.
7. Jailhouse Rock - Estranhamente, o Rei do Rock diz que não sabe a letra da canção que era sucesso já há 20 anos e cantada em praticamente todos os seus shows; ele faz um ótimo trabalho no entanto e até nota que a banda está correndo no tempo, pedindo para parar e reiniciar a música.
8. O Sole Mio / It's Now or Never - Enquanto Elvis apresenta a canção e Sherrill Nielsen, que faz seu solo em italiano, um fã pede "One Night" e o cantor confirma que ela será cantada mais tarde. Elvis novamente não consegue alcançar a nota alta no fim (principalmente porque a banda está correndo mais uma vez) e ordena a imediata repetição da finalização.
9. One Night - Ausente desde junho de 1976, o anúncio da canção deixa a plateia entusiasmada. Elvis começa sua rendição mas para logo no começo e reclama do microfone, pedindo para trocá-lo. Uma nova tentativa é feita e desta vez a versão - que seria a última de sua carreira - é bem sucedida, embora longe de ser comparada a qualquer uma das anteriores.
10. Teddy Bear / Don't Be Cruel - É a hora de distribuir lenços, abraços e beijos para a plateia como de costume. A rendição é padrão, mas as fãs gritam ensandecidamente.
11. And I Love You So - A canção é executada em um tempo ligeiramente mais lento que o comum, mas ainda assim é bastante agradável.
12. Danny Boy / Walk With Me - Para descansar, Elvis pede a Sherril Nielsen que cante ambas canções a cappela.
13. Love Me Tender - Outro pedido da plateia é atendido. O clássico também estava ausente desde junho de 1976 e seria interpretado aqui pela última vez em uma rendição mediana.
14. Introduções - Elvis apresenta The Sweet Inspirations, JD Sumner, The Stamps (individualmente), Kathy Westmoreland e Sherrill Nielsen.
15. Solos - John Wilkinson (Elvis canta "Early Morning Rain"), James Burton (Elvis canta "What'd I Say" e "Johnny B. Goode"), Jerry Scheff, Tony Brown (Elvis canta "I Really Don't Want to Know") e Bob Ogdin fazem seus solos. Ronnie Tutt estava ausente neste show e foi substituído pelo baterista dos Stamps Jerome "Stump" Monroe, que faz um ótimo trabalho em sua apresentação. Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra, que faz um solo, são apresentados na sequência. Por motivos desconhecidos, "Hurt" não é cantada (se foi, pode ter sido cortada da fita por estar danificada, mas não há nenhum outro áudio onde ela seja ouvida para comprovar tal hipótese).
16. Hound Dog - Uma versão uptempo bastante agradável aos ouvidos é terminada com passos e golpes de karatê fantásticos para a forma física de Elvis à época. Após a canção, Vernon é apresentado rapidamente para a plateia.
17. Can't Help Falling In Love / Closing Vamp - Sem falar muito, Elvis se despede de seu público e canta a canção que assina o final de seu show. Ele é efusivamente aplaudido durante a fanfarra de encerramento.
VÍDEOS: Primeiro - reportagem da CBS 12 de Wisconsin + imagens amadoras do show com áudio da RCA. Segundo - áudio amador quase completo da apresentação (o show existe completo em soundboard, mas não está disponível no Youtube).
A voz de Elvis estava mais forte do que na noite anterior e sem arrasto. Seu alcance vocal estava incrível, mostrando que a auto-desintoxicação que fizera para gravar os shows do Elvis In Concert tinha valido à pena. "See See Rider" e "I Got a Woman/Amen" soaram mais fortes do que em qualquer ponto daquele ano e Elvis realmente deu um show durante seu "striptease".
Outra coisa que se nota muito é que o Rei do Rock está realmente feliz em se apresentar e genuinamente se diverte com as fãs histéricas que tentam pegar um lenço ou ganhar um aperto de mão ou beijo durante sua rendição de "Love Me", que termina com um padrão altíssimo para a época. "If You Love Me (Let Me Know)", "You Gave Me a Mountain" e "Jailhouse Rock" continuam a provar que Elvis estava 100% focado e com os pés no chão naquela noite. "O Sole Mio / It's Now or Never" também é uma rendição perfeita, terminando com uma nota muito alta. Nesses momentos é que se vê que Elvis ainda gostava de cantar e mostrar seus dotes vocais, mas tudo que se passava a seu redor o desanimava profundamente e tirava essa vontade; quando estava despreocupado, como durante este show, a mágica acontecia.
O medley de seus sucessos começaram com "Little Sister" e fizeram o público explodir. "Teddy Bear/Don't Be Cruel" viu Elvis novamente rindo e entregando lenços, além de levar ao primeiro ponto alto da noite: a última e perfeita rendição de "Help Me". Parecia que o tempo havia voltado e estávamos novamente em 1974 durante as melhores rendições da canção, com a plateia recebendo bem aquele presente. Como já era costume em 1977, chegara a hora de Elvis descansar um pouco e deixar a apresentação nas mãos de seus backing vocals. Sherrill Nielsen é apresentado para cantar "Danny Boy" e "Walk With Me". Elvis atende ao pedido de um fã e faz uma rara rendição de "Blue Suede Shoes", a qual seria a última. A introdução dos membros da banda, backing vocals e orquestra decorre como de costume, com Elvis cantando algumas canções junto aos solos de John Wilkinson, James Burton e Tony Brown.
Neste momento a plateia já sabe que o show está no fim, mas nem o público nem Elvis demonstram desanimação ou cansaço. "Hurt" tem uma das melhores rendições do ano, senão a melhor, com o Rei do Rock alcançando notas inimagináveis para alguém em seu estado delicado de saúde. "Hound Dog" traz mais uma sessão de entrega de lenços e fãs histéricas, além de um Elvis mostrando que ainda podia fazer seu movimentos pélvicos mais ousados. A plateia simplesmente delira. Após apresentar Vernon, seu produtor Felton Jarvis e os engenheiros de som Bill Porter e Bruce Jackson, Elvis se despede do público com o seu já famoso "adios" antes de cantar "Can't Help Falling In Love" e entregar mais lenços. Em retrospecto, este é o show que mais rendeu nesta última temporada.
24 DE JUNHO DE 1977 - MADISON, WISCONSIN
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Elvis em Madison, Wisconsin; 24 de junho de 1977 (©Frank McCredie) |
Enquanto se dirigia em sua limusine juntamente com Ginger para o Dane County Coliseum, no centro de Madison, Elvis avistou uma briga em andamento em um posto de gasolina. Ao perceber que eram dois homens batendo em um terceiro indefeso, ele imediatamente mandou seu motorista parar, desceu do carro e correu até os brigões. Testemunhas o viram parar atrás deles e fazer uma pose de karatê, o que imediatamente chamou a atenção de todos. Elvis não tinha intenção de brigar nem bater em ninguém, pois sabia que somente sua presença seria um choque suficiente para interromper a luta. E foi o que aconteceu - testemunhas, os dois brigões e o sujeito indefeso ficaram boquiabertos ao vê-lo em pose de ataque com sua jumpsuit Mexican Sundial e o combate se encerrou imediatamente. Elvis ainda ficou alguns minutos no local dando autógrafos e ingressos para fãs.
O show daquela noite não seria nada menos surpreendente. A RCA estava gravando a apresentação para colocar algum trecho na edição final do Elvis In Concert, mas o concerto nunca foi usado. Elvis ainda estava de bom humor e centrado, mas voltando ao velho hábito do uso descontrolado de seus remédios. Sua fala começava a se mostrar enrolada novamente (o que não acontecia havia 3 dias) e ele estava aparentemente cansado, fruto da diminuição do ritmo da respiração e do aumento dos batimentos cardíacos provocados por suas medicações. Talvez por isso mesmo este show seja o mais curto de 1977, com 58 minutos de duração ao invés dos normais 70-75.
Acompanhe abaixo a resenha detalhada da apresentação.
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RESENHA: MADISON, WISCONSIN, 24 DE JUNHO DE 1977
(ONE NIGHT - P.O. 220, 2004)
One Night - Madison, WI - June 24, 1977
Selo:
P.O. 220
Formato:
CD
Número de faixas:
18
Duração:
54:30
Tipo de álbum:
Disco comum
Vinculado a:
Discografia extra
Ano:
2004
Gravação:
24 de junho de 1977
Lançamento:
2004
Singles:
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2. See See Rider - Elvis não demora a entrar no palco, e o momento é definitivamente claro pelos gritos do público. A canção é bem executada e a voz do Rei do Rock soa clara de início. "Começamos com padrão alto", brinca no fim da rendição.
3. I Got a Woman / Amen - Elvis se mexe bem mais do que em suas outras apresentações da turnê a a plateia realmente adora cada momento; seu "striptease" leva as mulheres à loucura e os dive bombs de JD impressionam a todos. Mais surpreendente é a rápida sucessão de golpes de karatê no final da canção e o violão jogado de uma distância considerável direto nas mãos de Charlie Hodge, que estava fora do campo de visão de Elvis.
4. Love Me - Enquanto se apresenta ao público, um fã pede "Old Shep", ao que o Rei do Rock reage: "Old Shep!? Ah, não!". A versão foi bem recebida e Elvis estava rindo e se divertindo.
5. If You Love Me (Let Me Know) - Por algum motivo, Elvis está acelerando o show e não fala muito entre uma música e outra. É provável que ele estivesse ciente de que a RCA estava gravando e dos limites de tempo devido à duração das fitas. A rendição é padrão para a época.
6. You Gave Me a Mountain - "Muito obrigado. 'Mountain'". A rendição é padrão, mas nota-se que Elvis não consegue atingir a nota adequada no final.
7. Jailhouse Rock - Estranhamente, o Rei do Rock diz que não sabe a letra da canção que era sucesso já há 20 anos e cantada em praticamente todos os seus shows; ele faz um ótimo trabalho no entanto e até nota que a banda está correndo no tempo, pedindo para parar e reiniciar a música.
8. O Sole Mio / It's Now or Never - Enquanto Elvis apresenta a canção e Sherrill Nielsen, que faz seu solo em italiano, um fã pede "One Night" e o cantor confirma que ela será cantada mais tarde. Elvis novamente não consegue alcançar a nota alta no fim (principalmente porque a banda está correndo mais uma vez) e ordena a imediata repetição da finalização.
9. One Night - Ausente desde junho de 1976, o anúncio da canção deixa a plateia entusiasmada. Elvis começa sua rendição mas para logo no começo e reclama do microfone, pedindo para trocá-lo. Uma nova tentativa é feita e desta vez a versão - que seria a última de sua carreira - é bem sucedida, embora longe de ser comparada a qualquer uma das anteriores.
10. Teddy Bear / Don't Be Cruel - É a hora de distribuir lenços, abraços e beijos para a plateia como de costume. A rendição é padrão, mas as fãs gritam ensandecidamente.
11. And I Love You So - A canção é executada em um tempo ligeiramente mais lento que o comum, mas ainda assim é bastante agradável.
12. Danny Boy / Walk With Me - Para descansar, Elvis pede a Sherril Nielsen que cante ambas canções a cappela.
13. Love Me Tender - Outro pedido da plateia é atendido. O clássico também estava ausente desde junho de 1976 e seria interpretado aqui pela última vez em uma rendição mediana.
14. Introduções - Elvis apresenta The Sweet Inspirations, JD Sumner, The Stamps (individualmente), Kathy Westmoreland e Sherrill Nielsen.
15. Solos - John Wilkinson (Elvis canta "Early Morning Rain"), James Burton (Elvis canta "What'd I Say" e "Johnny B. Goode"), Jerry Scheff, Tony Brown (Elvis canta "I Really Don't Want to Know") e Bob Ogdin fazem seus solos. Ronnie Tutt estava ausente neste show e foi substituído pelo baterista dos Stamps Jerome "Stump" Monroe, que faz um ótimo trabalho em sua apresentação. Charlie Hodge, Joe Guercio e sua orquestra, que faz um solo, são apresentados na sequência. Por motivos desconhecidos, "Hurt" não é cantada (se foi, pode ter sido cortada da fita por estar danificada, mas não há nenhum outro áudio onde ela seja ouvida para comprovar tal hipótese).
16. Hound Dog - Uma versão uptempo bastante agradável aos ouvidos é terminada com passos e golpes de karatê fantásticos para a forma física de Elvis à época. Após a canção, Vernon é apresentado rapidamente para a plateia.
17. Can't Help Falling In Love / Closing Vamp - Sem falar muito, Elvis se despede de seu público e canta a canção que assina o final de seu show. Ele é efusivamente aplaudido durante a fanfarra de encerramento.
VÍDEOS: Primeiro - reportagem da CBS 12 de Wisconsin + imagens amadoras do show com áudio da RCA. Segundo - áudio amador quase completo da apresentação (o show existe completo em soundboard, mas não está disponível no Youtube).
25 DE JUNHO DE 1977 - CINCINNATI, OHIO
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Elvis em Cincinnati, Ohio; 25 de junho de 1977 (©Bob Heis) |
No áudio oficial desta apresentação consta o trecho final do pré-show, comandado por JD Sumner & The Stamps. Devido a questões orçamentárias, o comediante Jackie Kahane não fazia mais parte da trupe mas as atuações das Sweet Inspirations ainda ocorriam pouco depois dos Stamps. Todos cantavam clássicos Gospel, músicas de seus novos discos e sucessos da época, e a plateia entendia e respeitava este momento mas no fundo estava ansiosa para ouvir Elvis.
Com um atraso de 25 minutos, as luzes se apagam e a fanfarra de abertura começa a ser executada por Joe Guercio e sua orquestra. Imediatamente um ruído ensurdecedor de gritos femininos toma o local. Logo na abertura já podemos ouvir a contribuição renovadora de Londin na bateria. Elvis entra rapidamente no palco e está sonora e mentalmente bem durante "See See Rider", até mesmo percebendo alguns erros de Londin e chamando a atenção para que sejam corrigidos. Depois de explicar rapidamente que o show atrasou por um problema técnico, o Rei do Rock faz sua rotina do "well, well...", seu "striptease" e os dive bombs de JD durante "I Got a Woman/Amen". Dizendo à plateia que o show vai ser longo e que pedidos serão atendidos (o que não acontece) por ser final de temporada e uma noite de sábado (Elvis aproveita para cantar uma linha de "Rip It Up" dentro do contexto, demonstrando estar com a mente sã e focada), o cantor performa em uma versão agradável de "Love Me" com entrega de lenços às fãs.
"If You Love Me (Let Me Know)" prova ser uma das músicas que Elvis mais gosta no momento, pois é cantada com entusiasmo. "You Gave Me a Mountain" e "Jailhouse Rock" mostram que o Rei do Rock ainda está no comando, mas deixam claro que sua voz estava começando a retornar a um padrão mais baixo já ouvido naquele ano. "O Sole Mio / It's Now or Never" é executada de forma bastante agradável e, como de costume, leva ao medley de hits com "Little Sister" (a bateria de Londin soa fantástica durante a rendição) e "Teddy Bear / Don't Be Cruel", que traz Elvis mudando a letra de um trecho de "please let's forget the past / the future looks bright ahead" para "please let's forget the past / before I kick your ass" provavelmente para provocar Ginger. Na sequência, "And I Love You So" ganha uma versão mediana mas Elvis supera as expectativas com sua performance de "My Way" e surpreende com a nota final.
Seguem-se as introduções da banda, backing vocals e orquestra, todos com seus solos como de costume, e Elvis apresenta Ginger e seus familiares (Jo, Rosemary e a Miss Tennessee 1977, Terry Alden), Joe Esposito e sua família, e membros de um fã-clube britânico. "Unchained Melody" é o ponto alto e mais especial da noite. Além de ser a última vez em que Elvis a cantaria, o arranjo foi feito bem diferente das versões de outros shows, mais lento e melódico, quase que melancólico; é Sherrill Nielsen que atinge a nota altíssima no final, a pedido de Elvis antes do show. "Hound Dog" segue a noite com a bateria de Londin novamente bem pronunciada e o Rei do Rock levando os fãs à loucura com seus movimentos pélvicos. O encerramento decorre como sempre, com "Can't Help Falling In Love" e a entrega de lenços aos fãs.
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LEIA TAMBÉM:
- Elvis In Concert - Parte 1: 17, 18 e 19 de junho de 1977 (clique aqui)
- Elvis In Concert - Parte 2: 20, 21 e 22 de junho de 1977 (clique aqui)
- Elvis In Concert - Parte 4: Adios - 26 de junho de 1977 (clique aqui)
- Elvis In Concert - Parte 5: Elvis In Concert (clique aqui)
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