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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Colapso Total: Clambake

CLAMBAKE (EUA, 1967)

Título brasileiro: O Barco do Amor
Gravação:
Março - abril de 1967
Lançamento:
18 de outubro de 1967
Duração:
100min
Produtora:
United Artists
Orçamento:
US$ 2,5 milhões
Arrecadação:
US$ 3,1 milhão
Elenco principal:
Elvis Presley
Shelley Fabares
Will Hutchins
Bill Bixby
Trilha sonora:
"Big Boss Man" (single)
[b/w "You Don't Know Me"]
(23 de setembro de 1967)
"Clambake" (LP)
(23 de outubro de 1967)
"Clambake" (CD)
(FTD - Julho de 2006)







Clambake é o vigésimo quinto filme de Elvis. Nele, Scott Hayward resolve se desfazer de seus bens e fortunas depois que seu pai milionário o força a seguir seu caminho, encontrando a felicidade - e confusões - enquanto tenta dar um rumo a sua vida.

Com Elvis extremamente descontente com o rumo das suas últimas produções, os ânimos estavam acirrados por trás das câmeras. Como resultado de diversas discussões, "Clambake" foi o último filme para o qual ele foi capaz de exigir e receber um cachê de US$ 1.000.000, pois o desempenho medíocre dos anteriores nas bilheterias, combinado com seu desejo de fazer filmes mais sérios e menos comerciais, significava que os estúdios não estavam mais dispostos a garantir pagamentos de sete dígitos.

Poster promocional com Elvis e Shelley Fabares


Após numerosos atrasos, a fotografia principal começou em 22 de março de 1967. Em seu livro de 1985 "Elvis and Me", Priscilla Presley escreve que, durante as filmagens, a crescente angústia de Elvis com a qualidade de seus filmes o levou a uma depressão acompanhada de excessos alimentares, que fez com que seu peso passasse de 77 para 91 kg rapidamente.

Albert Goldman, em sua biografia sobre Elvis, corrobora isso. Segundo ele, um executivo do estúdio ordenou que ele perdesse peso depressa, marcando a introdução de pílulas de dieta em sua lista já excessiva de medicamentos.

Elvis visivelmente inchado e Shelley Fabares notavelmente desconfortável posam para as câmeras durante as filmagens


Durante esse tempo, Presley estava cada vez mais interessado ​​em estudos religiosos e espiritualidade, lendo muito sobre os assuntos. O Coronel Tom Parker, sentindo que isso o distraía, teria ordenado que o cantor não lesse os livros enquanto filmava, mas não há nenhuma evidência de que Presley cumpriu a diretiva.

A produção foi interrompida por quase duas semanas depois que Elvis caiu e bateu a cabeça na mansão onde estava morando durante as filmagens, o que resultou em uma leve concussão. Apesar de o cantor ter sempre dito que realmente fora um acidente, alguns biógrafos creem que Presley teria se machucado intencionalmente, com o objetivo de ser dispensado do filme; outros, mais mórbidos, cogitam uma primeira tentativa de suicídio.



Embora a história se passe na Flórida, apenas algumas cenas foram capturadas lá pela segunda unidade. Praticamente todo o filme foi filmado no sul da Califórnia, resultando em diversos erros. Várias cenas exteriores que se passam na Flórida têm as muito conspícuas montanhas californianas ao fundo, além dos campos de petróleo inexistentes na Flórida e os barcos na marina têm números de registro que começam com "CF" (Califórnia), e não "FL" (Flórida).

Still promocional para o filme


Clambake estreou timidamente em 18 de outubro de 1967, mas só chegou ao grande público em dezembro. A produção foi altamente criticada por sua história, falta de direção, uso de coadjuvantes já vistas em diversos filmes com Elvis (caso de Shelley Fabares, que era sua companheira pela terceira vez), uso excessivo de chromakey e cenas obviamente gravadas fora da Flórida. Para vender alguma coisa no Japão, o filme teve seu título mudado para "Blue Miami", na esperança de atrair o público que havia gostado de "Blue Hawaii" (1961).


TRILHA SONORA

As sessões feitas em Nashville entre 21 de fevereiro e 11 de setembro de 1967, foram um fiasco; das oito canções gravadas, duas haviam sido retiradas do filme, e mesmo com "How Can You Lose What You Never Had" colocada no álbum sem estar na produção, o LP ainda contava com somente sete músicas.

Apesar dos pesares, este lançamento marcaria um ponto de virada na carreira de Elvis. Quebrando direitos autorais, ele resolveu gravar canções que gostava para fechar o álbum com o mínimo necessário de 10 faixas ou 20 minutos de duração. Entre elas estavam "Guitar Man", "You Don't Know Me" e "Big Boss Man". Estas duas últimas foram lançadas em um single de pouco sucesso alguns dias antes da trilha sonora do filme.

O álbum oficial foi para as lojas em 23 de outubro de 1967 e terminou o ano na 40ª posição nas paradas, algo que as trilhas de Elvis não conseguiam há bastante tempo. Mesmo com esse incentivo, vendeu menos de 200.000 cópias, muito pior do que seu antecessor Double Trouble, que tinha sido o álbum de menor venda até aquele momento.

Incluindo este LP, de seus quinze álbuns desde Pot Luck with Elvis em 1962, apenas três não tinham sido trilhas sonoras de filmes: um (Elvis' Golden Records, Volume 3) foi uma compilação de singles de sucesso, outro (Elvis for Everyone!) uma compilação de sobras, e o terceiro (How Great Thou Art) um álbum Gospel.






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ESTRELAS COADJUVANTES


WILL HUTCHINS

Marshall Lowell Hutchason nasceu em Atwater VillageLos AngelesCalifórnia, em 5 de maio de 1930. Quando criança, ele visitava os sets de filmagens de Hollywood e teve a sorte de ser um extra no filme "Never Give a Sucker an Even Break" (1941). Estudando no Colégio de Pomona, Hutchins se formou em Teatro Grego e, logo depois, fez faculdade de Cinema na Califórnia.

Will passou os anos 1950 e a parte inicial dos anos 1960 trabalhando com televisão, aparecendo em séries como "Cheyenne" (1955) e "Maverick" (1957-1962), além de estrelar sua própria série, "Sugarfoot", em 1961. O contrato com a Warner também o colocou em alguns filmes no final dos anos 1950, mas nenhum de grande importância. Em sua carreira, Hutchins considerava "Disparo Para Matar" (1965) e 
"Clambake" (1966) como seus melhores filmes.

Will Hutchins faleceu em 21 de abril de 2025, aos 94 anos, devido a uma parada respiratória.


BILL BIXBY

Wilfred Bailey Everett Bixby III nasceu em 22 de janeiro de 1934 em San FranciscoCalifórnia. Em 1942, seu pai se alistou na Marinha e o deixou com sua mãe na Califórnia, onde ele entrou para o coro da Grace Cathedral. Em 1946, sua mãe o incentivou a ter aulas de dança e a aperfeiçoar sua oratória. Após a formatura do ensino médio em 1952, contra a vontade de seus pais, ele se formou em Teatro na San Francisco City College. Mais tarde, frequentou a Universidade da Califórnia, mas abandonou o curso para se unir aos Fuzileiros Navais.

Ele então se mudou para Hollywood, onde trabalhou como carregador e salva-vidas antes de ser contratado, em 1959, para trabalhar como modelo e fazer comerciais para a General Motors e Chrysler. Em 1963, depois de aparecer como extra em diversas séries de sucesso, Bixby estrelou na sua própria, "Meu Marciano Favorito" (1963-1966). Isso lhe rendeu participações em vários filmes após o fim da série, como "A Marca do Vingador" (1966), "O Barco do Amor" (1967) e "O Bacana do Volante" (1968). Em 1969 estrelou uma nova série, "The Courtship of Eddie's Father" (1969-1972), que o colocou em grande evidência. "The Magician" (1973-1974) foi outra série que fez seu nome crescer entre os produtores.

Todos estes sucessos, e a participação em séries renomadas nos anos 1970, levaram ao contrato com a CBS/NBC em 1977 para viver David Bruce Banner, o protagonista da série "O Incrível Hulk" (1977-1982). A morte de seu único filho em 1981 pesou bastante em sua carreira, pois o ator deixou de se interessar por trabalhos devido à depressão. Diagnosticado com câncer de próstata em 1991, o ator passou a se manifestar publicamente sobre seu estado de saúde depois que jornais lançaram matérias sobre sua suposta morte. 

Bill Bixby faleceu em 21 de novembro de 1993, aos 59 anos,  em função da doença.

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