![]() |
Elvis e Red West na Alemanha, 1959 |
Nascido em 20 de novembro de 1936 em Memphis, Tennessee, Robert Gene "Red" West tornou-se amigo de Elvis Presley ainda durante o colegial. West pode ser considerado o membro fundador da Máfia de Memphis, tendo acompanhado o Rei do Rock durante toda sua carreira. Elvis o considerava um grande amigo - senão seu melhor amigo -, tendo sido seu padrinho de casamento e financiado alguns empreendimentos e compras para ele.
Red fez sua vida em torno de Elvis, escrevendo várias músicas para ele ("You'll Be Gone", "That's Someone You'll Never Forget", "If Every Day Was Like Christmas", "Holly Leaves and Christmas Trees", "Separate Ways", entre outras) e participando como extra ou coadjuvante em 16 dos 29 filmes do cantor. Sua habilidade como dublê foi o que manteve seu nível de vida após a morte de Elvis, tendo trabalhado em diversos filmes de sucesso, como "Matador de Aluguel" (Road House, 1989) e "O Homem Que Fazia Chover" (The Rainmaker, 1997). Sua carreira como ator e dublê durou até 2013, ano em que se aposentou de forma não-oficial. Red faleceu em 18 de julho de 2017, aos 81 anos.
Em 1976, Red, Sonny e David Hebler foram demitidos por Vernon e se lançaram em uma jornada de vingança, escrevendo o livro "Elvis: What Happened?" para expor "os problemas físicos e mentais de Elvis, além do uso abusivos de drogas", dizendo ser "a única forma de abrir seus olhos". Red já lucrou muito com isso, mas atualmente prefere não comentar seus motivos e o impacto que o livro possa ter causado na vida do cantor. Para ele, foi "um mal necessário".
Em 3 de novembro de 1999, Red West concedeu uma entrevista a Todd Slaughter, presidente do Fã-Clube Oficial de Elvis Presley na Grã-Bretanha, na Convenção Inglesa de Fã-Clubes. Abaixo transcrevemos a entrevista.
OBS.:
Red fez sua vida em torno de Elvis, escrevendo várias músicas para ele ("You'll Be Gone", "That's Someone You'll Never Forget", "If Every Day Was Like Christmas", "Holly Leaves and Christmas Trees", "Separate Ways", entre outras) e participando como extra ou coadjuvante em 16 dos 29 filmes do cantor. Sua habilidade como dublê foi o que manteve seu nível de vida após a morte de Elvis, tendo trabalhado em diversos filmes de sucesso, como "Matador de Aluguel" (Road House, 1989) e "O Homem Que Fazia Chover" (The Rainmaker, 1997). Sua carreira como ator e dublê durou até 2013, ano em que se aposentou de forma não-oficial. Red faleceu em 18 de julho de 2017, aos 81 anos.
Em 1976, Red, Sonny e David Hebler foram demitidos por Vernon e se lançaram em uma jornada de vingança, escrevendo o livro "Elvis: What Happened?" para expor "os problemas físicos e mentais de Elvis, além do uso abusivos de drogas", dizendo ser "a única forma de abrir seus olhos". Red já lucrou muito com isso, mas atualmente prefere não comentar seus motivos e o impacto que o livro possa ter causado na vida do cantor. Para ele, foi "um mal necessário".
Em 3 de novembro de 1999, Red West concedeu uma entrevista a Todd Slaughter, presidente do Fã-Clube Oficial de Elvis Presley na Grã-Bretanha, na Convenção Inglesa de Fã-Clubes. Abaixo transcrevemos a entrevista.
OBS.:
- Algumas frase foram reorganizadas para uma melhor compreensão textual.
- Legendas: RW - Red West; TS - Todd Slaughter; P - Público.
RW - Um dos maiores desejos de Elvis era fazer uma turnê europeia e vir para a Inglaterra. O mais próximo que ele chegou foi quando estávamos na Alemanha. Bill Haley estava em algum auditório em Frankfurt e nós fomos lá, e estávamos nos bastidores. Bill Haley estava cantando "Rock Around the Clock".
-----------------------------------------------------------------------------------------------
![]() |
Elvis, Joe Esposito, Sonny e Red West em 1975 |
Elvis apenas espiou pela cortina por um momento e todo o auditório nos perseguiu pela porta lateral, e isso é o mais próximo que ele chegou de aparecer na Europa, mas ele sempre quis vir para cá. Muitos de seus fãs da Inglaterra foram para Las Vegas. Ele falava com eles e aquela era uma das coisas que ... dos maiores erros que ele cometeu, um foi Elvis não vir aqui para que vocês pudessem vê-lo e ele pudesse ver o quanto você o amavam.
TS - Vamos voltar aos primeiros dias. Diz a lenda que você salvou Elvis de ser espancado no Humes High, quando um grupo de meninos quis cortar seu cabelo. Qual é a verdadeira história?
RW - Essa é a verdadeira história. A história é que Elvis sempre foi diferente. Éramos pobres e tínhamos cortes de cabelo ruins - eu estou com um agora porque fiz um filme que me obrigou a usar um visual do passado , usávamos camisetas e jeans; Elvis tinha o topete, as costeletas longas, usava roupas chamativas e, naturalmente, era um alvo para todos os valentões.
TS - Vamos voltar aos primeiros dias. Diz a lenda que você salvou Elvis de ser espancado no Humes High, quando um grupo de meninos quis cortar seu cabelo. Qual é a verdadeira história?
RW - Essa é a verdadeira história. A história é que Elvis sempre foi diferente. Éramos pobres e tínhamos cortes de cabelo ruins - eu estou com um agora porque fiz um filme que me obrigou a usar um visual do passado , usávamos camisetas e jeans; Elvis tinha o topete, as costeletas longas, usava roupas chamativas e, naturalmente, era um alvo para todos os valentões.
Um dia felizmente entrei no banheiro dos meninos no Humes High School quando três caras iam cortar o cabelo dele só para, sabe... para se sentirem superiores ou fazê-lo se sentir inferior ou o que quer que seja, e eu impedi; acho que aquilo ficou na cabeça dele porque uns anos depois, quando lançou seu primeiro álbum, ele veio e me perguntou se eu gostaria de ir a Grenada, Mississippi, ou em algum lugar assim, e eu fui e estive com ele desde então, exceto por um par de anos em que estive no Corpo de Fuzileiros Navais.
Seja como for, Elvis e eu éramos grandes amigos. Algumas coisas aconteceram que ... Eu quero me concentrar nos momentos mais felizes neste encontro porque eles diminuem o peso dos tempos ruins. Nós tivemos alguns bons tempos, alguns tempos de diversão e, na minha opinião, não há ninguém que venha a se comparar com Elvis algum dia. Ele era meu amigo e sempre vou lembrar dele.
TS - Deve ser muito difícil andar na sombra de alguém que é tão amado, tão adorado. Alguma vez houve um momento em que você sentiu, "eu gostaria que tivesse sido eu", ou você estava feliz por estar na sombra, por assim dizer?
RW - Eu não trocaria de lugar com ele por nada. Besteira. Você sabe, o que ele tinha - a adoração e o dinheiro ... Imagino que todo mundo aqui gostaria de chegar a esse platô, de ter o que ele tinha; dizer "não, eu não trocaria de lugar com ele" é uma declaração difícil de fazer. Ele tinha tudo, exceto a privacidade que deveria ter tido, isso é o que aconteceu com Elvis. Ele era um prisioneiro de sua própria carreira.
TS - Ser um tipo de prisioneiro foi prejudicial ao que Elvis poderia ter feito? Você acha que ele estava muito assustado, ou ser tão protegido e protetor estava tão encravado nele que ele não ousava sair em público?
RW - Não, ele tentava. Mesmo em Las Vegas, onde pessoas como Frank Sinatra e Sammy Davis, Jr. podiam sair e se misturar, podiam ir para o cassino se quisessem apostar ou o que fosse. As pessoas não incomodavam muito. Mas Elvis tentou - uma vez - e todo o cassino ... todos pararam de jogar e vieram só ver o que ele estava fazendo; ele não podia sair e fazer o que a maioria das pessoas faz, e tudo tinha que ser à noite .
Seja como for, Elvis e eu éramos grandes amigos. Algumas coisas aconteceram que ... Eu quero me concentrar nos momentos mais felizes neste encontro porque eles diminuem o peso dos tempos ruins. Nós tivemos alguns bons tempos, alguns tempos de diversão e, na minha opinião, não há ninguém que venha a se comparar com Elvis algum dia. Ele era meu amigo e sempre vou lembrar dele.
TS - Deve ser muito difícil andar na sombra de alguém que é tão amado, tão adorado. Alguma vez houve um momento em que você sentiu, "eu gostaria que tivesse sido eu", ou você estava feliz por estar na sombra, por assim dizer?
RW - Eu não trocaria de lugar com ele por nada. Besteira. Você sabe, o que ele tinha - a adoração e o dinheiro ... Imagino que todo mundo aqui gostaria de chegar a esse platô, de ter o que ele tinha; dizer "não, eu não trocaria de lugar com ele" é uma declaração difícil de fazer. Ele tinha tudo, exceto a privacidade que deveria ter tido, isso é o que aconteceu com Elvis. Ele era um prisioneiro de sua própria carreira.
TS - Ser um tipo de prisioneiro foi prejudicial ao que Elvis poderia ter feito? Você acha que ele estava muito assustado, ou ser tão protegido e protetor estava tão encravado nele que ele não ousava sair em público?
RW - Não, ele tentava. Mesmo em Las Vegas, onde pessoas como Frank Sinatra e Sammy Davis, Jr. podiam sair e se misturar, podiam ir para o cassino se quisessem apostar ou o que fosse. As pessoas não incomodavam muito. Mas Elvis tentou - uma vez - e todo o cassino ... todos pararam de jogar e vieram só ver o que ele estava fazendo; ele não podia sair e fazer o que a maioria das pessoas faz, e tudo tinha que ser à noite .
E ainda que ele fosse ver filmes à noite, porque não podia ir a uma sessão regular, mesmo assim o portão ficava sempre lotado com fãs e eles iriam segui-lo quando o filme acabasse, e era constante. Estávamos sempre tentando encontrar maneiras diferentes de ir a lugares, mas ele não queria ferir os sentimentos de ninguém mesmo querendo ter um pouco mais de privacidade.
TS - Trabalhando em um ambiente onde você era obviamente visto como "o grande protetor", você estava pessoalmente sempre esperando algo desagradável acontecer?
RW - Eu acho que sempre, porque você nunca sabe; mesmo nos primeiros dias, tivemos nossos problemas. Mais tarde, isso se tornou um problema real porque a ameaça ficou maior. Você sabe o que aconteceu com John Lennon. Bem, isso poderia ter acontecido com Elvis muito mais cedo. Na verdade, havia ameaças. Tentamos mantê-las em segredo por causa das pessoas lá fora, dos malucos que queriam fazer isso.
TS - Em Los Angeles, dirigindo por Beverly Hills, não é tão incomum ver pessoas famosas em limusines, então o fato de que Elvis Presley estar dirigindo em Bel Air não teria feito muita diferença para as pessoas, ou teria?
TS - Vocês visitavam Malibu, ou iam pescar, ou havia alguma maneira de vocês poderem escapar para onde ninguém os veria. Esse é o ponto que quero chegar.
![]() |
Red e Sonny West escoltam Elvis e Linda Thompson; Shreveport, Louisiana, 1 de julho de 1976 |
TS - Trabalhando em um ambiente onde você era obviamente visto como "o grande protetor", você estava pessoalmente sempre esperando algo desagradável acontecer?
RW - Eu acho que sempre, porque você nunca sabe; mesmo nos primeiros dias, tivemos nossos problemas. Mais tarde, isso se tornou um problema real porque a ameaça ficou maior. Você sabe o que aconteceu com John Lennon. Bem, isso poderia ter acontecido com Elvis muito mais cedo. Na verdade, havia ameaças. Tentamos mantê-las em segredo por causa das pessoas lá fora, dos malucos que queriam fazer isso.
Estávamos recebendo ameaças nos últimos anos, levamos todas a sério. Todos estavam no limite. De fato, uma noite em Las Vegas nós prendemos um antes que Elvis entrasse no palco e até mesmo a administração disse que ele não precisava se apresentar porque aquela ameaça parecia bem real, mas ele disse, "bem, eu não vou parar um show por causa de algumas ameaças de um fulano."
Mas as luzes estavam mais focadas no público, as cortinas estavam mais abertas, meu primo Sonny e eu estávamos muito mais perto e esse foi um dos sentimentos mais estranhos que eu já tive. Quando ele cantou a última canção e se abaixou para fazer uma posição de karatê, tornando-se um alvo fácil, Sonny e eu saímos correndo e ficamos na frente dele, esperando por qualquer coisa que estava por vir. Isso é um sentimento estranho, mas é isso que estávamos vivendo até o final, então muitas coisas estavam acontecendo que as pessoas não sabiam.
TS - Estava com medo? Elvis estava assustado?
RW - Sim, mas ele fez o show. Ele disse que não ia ser intimidado daquele jeito por algum idiota, e nós estávamos assistindo a cada movimento, tudo o que se movia na plateia; e às vezes nós reagíamos com força demais, mas eu preferia reagir demais do que não estar lá a tempo.
TS - Mas você estava permanentemente na expectativa? Você estava sempre no limite, esperando o pior?
RW - Sempre. Sempre. Especialmente depois dessas coisas. Vimos o que aconteceu às pessoas por não estarem preparadas, ou não pensarem nas coisas que poderiam acontecer, por isso estávamos sempre prontos da melhor forma possível.
TS -De volta aos primeiros dias. Quando você conversou com Elvis sobre ele ser agenciado pelo Coronel Parker? Você sabia o que estava acontecendo naquele momento?
RW - Não, realmente não. Eu não tinha nada a ver com isso. Eu estava me divertindo e vi que o Coronel tinha muito mais influência e muita experiência naquele campo do que as pessoas que lidavam com Elvis antes, então as coisas começaram a acontecer imediatamente e ele foi para a RCA. Ele fez o The Stage Show com Tommy & Jimmy Dorsey, que o deixou visível para o mundo e não apenas em torno do Tennessee, Texas e Arkansas, então eu sabia que algo grande estava acontecendo, mas eu não sabia que ia ser tão grande quanto se tornou.
TS - Nos primeiros dias, Elvis Presley enturmou-se com muitas outras estrelas ou ele tendia a se manter distante?
RW - Não, ele interagia bastante enquanto estava nas turnês de Hank Snow, George Jones e no The Louisiana Hayride.
Elvis e Red praticam karatê em Graceland, início dos anos 1960 |
TS - Elvis obviamente trabalhou com essas pessoas, mas ele socializava com os outros?
RW - Sim. Os Browns, eles eram um grupo country de irmãos e irmãs, tinham um hit chamado "Little Jimmy Brown", e temos uma foto na casa deles celebrando o aniversário de casamento de seus pais e ao redor da mesa estava Hank Snow, Jr., Floyd Cramer, um grupo musical inteiro. Era com quem ele se socializava. Mais tarde foi diferente, mas quando ele começou, gostava de sair com aqueles caras. Gostávamos de sair para jantar após o show, mas mais tarde ele meio que ficou sozinho.
TS - Você pensou que Elvis tomaria uma decisão consciente de que não podia sair mais, que não poderia fazer qualquer coisa que as pessoas comuns fazem? Tudo aconteceu de uma só vez, ou houve um aprendizado gradual de que haveria problemas?
RW - Acho que foi gradual. Quando ele começou a fazer os filmes e tornou-se ainda mais conhecido, ficou mais claro que as pessoas iam se aglomerar para vê-lo, e foi quando ele realmente percebeu que não poderia nem mesmo sair do portão; após Love Me Tender, tornou-se muito difícil sair em público.
TS - Você acha que não teria entrado na indústria cinematográfica se não fosse por conhecer Elvis Presley, estar associado com Elvis, ou foi algo que você realmente queria fazer em sua vida?
RW - Isso é o que eu sempre quis fazer, mas não, eu nunca teria feito isso sem conhecê-lo porque as pessoas que conheci através dele foram as que me ajudaram a entrar nisso quando voltei da Alemanha e fui diretamente para Hollywood. Nick Adams fez uma série chamada The Rebel. Ele era amigo de Elvis e me ajudou a entrar, e depois vieram Robert Conrad e Pat Boone; eu conheci essas pessoas e acabei trabalhando com elas. Então, tudo o que tenho é devido a Elvis.
TS - Isso realmente é uma declaração importante, não é?
RW - Sim, realmente, é verdade.
TS - Você teve que fazer alguma aula de interpretação, ou isso veio naturalmente?
RW - Eu estudei atuação com Jeff Corey, um velho ator; Robert Blake e Jack Nicholson estudaram com ele. Você não sai e começa a atuar. Elvis poderia ter sido um ator tremendo se tivesse a chance de estudar primeiro em vez de ser jogado diretamente nos filmes. Qualquer um que queira ser um ator estuda atuação primeiro.
TS - Você gostava dos filmes que Elvis fazia?
RW - Sim, eu gostei dos primeiros. Blue Hawaii, G.I. Blues, Flaming Star especialmente. Eu poderia contar em uma mão os que foram bons e o resto foi jogado nele sem pensar em nada além de fazer dinheiro fácil. Esqueça as músicas ruins, os roteiros ruins, mas aqueles que viram Wild in the Country e os filmes que eu mencionei, sabem que ele tinha a habilidade se tivesse algum treinamento.
Ele meio que fez os outro sem estar interessado, somente para tirá-los do caminho, porque não havia nada de bom neles. Quer dizer, Wild in the Country e King Creole foram as melhores atuações dele. King Creole foi escrito para James Dean, e Elvis obteve o papel quando Dean morreu. Foi um papel dramático e pesado para ele.
![]() |
Elvis e Red West ensaiam cena de luta em Follow That Dream, 1962 |
TS - Acho que quando a Invasão Britânica começou a penetrar nas paradas nos Estados Unidos, Elvis e todos vocês devem ter se perguntado o que estava acontecendo, pensado em como reafirmar seu lugar no mercado, porque todos aqueles "brits" estavam sugando seu dinheiro.
RW - Não, Elvis sempre disse que havia espaço para todos. Ele nunca se sentiu ameaçado. De fato, quando ele tinha a casa em Bel Air, acho que todo mundo sabe sobre quando os Beatles foram lá. Foi um dos melhores e mais divertidos momentos que tivemos. Nós apenas nos sentamos por ali. Ringo, eu e Sonny jogamos bilhar. Ringo era uma espécie de solitário, o resto deles e Elvis se sentaram na sala e conversaram a noite toda.
A única coisa foi quando ele estava no exército. Ele sentia como se suas mãos estivessem amarradas e todo mundo estivesse fazendo algo enquanto ele estava lá, mas dizia que sabia que tinha que fazer aquilo e que esperava que as pessoas se lembrassem dele no retorno. Ele nunca desejou a ninguém qualquer tipo de má sorte ou algo assim. Talvez você já tenha ouvido falar, mas não acredite.
TS - Eu acho que quando Elvis estava nos estúdios de cinema, seus deveres como um protetor eram menos problemáticos do que quando Elvis voltou aos palcos. Inicialmente Las Vegas era um lugar relativamente fácil de proteger, mas uma vez que ele saía em turnê, devia ser um pesadelo.
RW - Nas turnês sempre estávamos em guarda, mas no cinema estávamos fazendo o filme com ele. Eu estava em cada cena de luta, sendo seu dublê ou lutando com ele ou sendo o dublê de outra pessoa. Isso era divertido, nós não nos preocupávamos com nada então, talvez só com o caminho de casa para o estúdio e vice-versa, mas não muito. Estávamos todos envolvidos nos filmes e nos divertindo.
TS - Em Los Angeles, dirigindo por Beverly Hills, não é tão incomum ver pessoas famosas em limusines, então o fato de que Elvis Presley estar dirigindo em Bel Air não teria feito muita diferença para as pessoas, ou teria?
RW - Não, embora sempre houvesse pessoas no portão esperando por ele para entrarem em seus carros e nos seguir. Mas eram apenas pessoas que o amavam e não havia nenhum problema real.
TS - Ele conseguia fazer alguma coisa em segredo, coisas que vocês faziam e que ninguém realmente sabia que estavam fazendo? Não estou falando sobre aquela outra coisa, estou falando sobre o normal. (RW - Que outra coisa ??). Como vocês escapavam de tudo basicamente?
RW - Eu realmente não sei como responder a isso. Ele tinha uma mesa de cassino em sua casa que as pessoas não deviam ter conhecimento; nós jogávamos e apostávamos um pouco. Mas não, não havia nada realmente incomum.
TS - Vocês visitavam Malibu, ou iam pescar, ou havia alguma maneira de vocês poderem escapar para onde ninguém os veria. Esse é o ponto que quero chegar.
RW - Não. A única vez que fomos pescar foi no início de sua carreira. Ele gostava de ir a Biloxi, Mississippi. Nós alugávamos um barco - seus primos, sua namorada e pessoas quaisquer, e era divertido. Mas isso foi nos primeiros dias - 54/55.
TS - Há algumas filmagens encantadoras de Elvis indo para a Ilha Catalina. Você o acompanhou quando ele fez isso?
RW - Não. Acho que estava no Corpo de Fuzileiros Navais. Isso foi em 56/57, quando ele estava fazendo seu primeiro filme. Eu sinto falta disso, sinto falta daqueles dias porque a primeira vez em Hollywood deve ter sido uma experiência; eu queria poder ter visto aquilo.
TS - Você acha que perdeu algo por não estar lá?
RW - Não, acho que as coisas funcionaram da maneira que deveriam para mim. Sim, eu perdi aquela conversão inicial de Memphis para o cinema, eu perdi os dois primeiros filmes, e eu gostaria de poder ter estado lá porque vi fotos; aqueles foram realmente tempos loucos para Elvis porque ele era jovem e tudo isso foi jogado nele, e ele lidou com isso muito bem, mas ouvi dizer que houve alguns momentos bastante selvagens naqueles primeiros dois filmes.
![]() |
Elvis, Priscilla e a Máfia de Memphis durante o jantar cerimonial na entrega dos Jaycees; 16 de janeiro de 1971 |
TS - Indo para Las Vegas, eu acho que há três escolas de fãs: os que gostam dos anos 1950, os que gostam do cinema e os setentistas. Mas acho que é mais fácil se relacionar com Elvis nos anos 1970, que foram uma combinação de momentos muito felizes, com o sucesso da volta aos palcos, e tempos muito tristes. Todos nós temos uma tendência de priorizar momentos felizes, mas a maior parte da vida de Elvis foi uma experiência feliz?
RW - Sim. Foi o que eu disse antes. Quero me lembrar dos bons momentos porque eles eram excepcionalmente bons. Ele era como um irmão, estava mais perto de mim do que meus próprios irmãos, nós crescemos juntos do colégio até um ano antes de sua morte. Houve muitos, muitos bons momentos.
Como eu disse, costumávamos ir a Biloxi pescar, tínhamos essas lutas de fogos de artifício à noite, no campo de golfe, as coisas loucas que fazíamos na estrada. Tínhamos um certo jogo em que alguém estava falando sobre algo que achava realmente importante e você batia na cabeça da pessoa, então ela deveria mudar o assunto para algo completamente diferente. Coisas assim, pequenas coisas estúpidas só para quebrar a monotonia, mas elas eram divertidas. Bill Black foi um dos caras mais loucos que eu já conheci. Tivemos alguns bons momentos na estrada naqueles dias iniciais e eles superam de longe os maus momentos, embora eles fossem muito ruins.
Eu poderia muito bem entrar no assunto de vícios e dizer que pessoas vieram até mim e perguntaram: "Por que diabos você não fez algo para detê-lo?" (referindo-se a Elvis). Eles não sabem o quanto eu tentei, não sabem que fui demitido porque tentei.
Um de seus meios-irmãos e um membro do grupo estavam trazendo essas coisas para ele. Quando descobri sobre isso, eu chutei uma porta e quebrei o pé do cara, e disse: "Se você continuar trazendo isso, eu vou partir para cima". Elvis, é claro, descobriu e eu fui demitido. Eu estava com ele desde a escola, mas as drogas tomaram conta no final e eu posso entendê-lo, de certa forma, porque ele não tinha privacidade e estava entediado com sua vida.
Ele começou a fazer grandes apresentações, depois entrou no cinema, os filmes começaram a ser mal feitos e ele foi para Las Vegas. Mas ao invés de trabalhar talvez 5 noites por semana por apenas algumas semanas, como Frank Sinatra e todo mundo fazia, ele trabalhava por 4 semanas, 7 noites por semana, com 2 shows por noite.
O Coronel - que só ficava no cassino, apostando - começou a colocá-lo em shows nas mesmas cidades. Em cada turnê íamos a Roanoke, Virgínia, Atlanta. Ele queria ir à Inglaterra, à Austrália, à Alemanha - qualquer lugar além de Roanoke, Virgínia e Atlanta; mas não. Eu frequentemente perguntava ao Coronel por que não podíamos ir à Europa; por que não podíamos ir à Austrália. "Problemas com a segurança, problemas com a segurança." Nós não sabíamos que ele era imigrante ilegal e não podia sair dos EUA.
TS - Tony Curtis disse certa vez que beijar Marilyn Monroe era como beijar Hitler. Elvis Presley chegou a beijar Marilyn Monroe?
RW - Não; foi uma das que ele não conseguiu.
TS - Um recente lançamento da RCA foi o álbum "Private Elvis" e eu sei que a maioria das fitas, se não todas, foram fornecidas por você para Ernst Jorgensen. Existe mais material, ou eles agora têm tudo em mãos?
RW - Acredito que não, a menos que haja algo em meu sótão - tenho um par de fitas lá que preciso ouvir - mas não acho que haja qualquer outra coisa. Acho que essas gravações caseiras foram as últimas. Não consigo pensar que haja qualquer outra coisa por aí que eles possam lançar.
TS - Esta é uma pergunta pungente, todo mundo olha para trás em sua vida. Existe alguma coisa que você pensa, "e se..." em conexão com Elvis?
RW - Claro. Há sempre essa pergunta, "e se...", então eu acho que você pensa no passado. Eu fiz o máximo que pude no final. Há um monte de coisas que eu não posso realmente afirmar, mas tenho certeza que há várias que eu diria "e se... isso"; as coisas poderiam ter sido diferentes, mas não sei de mais nada que pudéssemos ter feito no final. Fizemos tudo o que podíamos.
TS - Você trabalhou com várias estrelas. Quem era a melhor, com quem foi mais divertido estar?
RW - Elvis. Ele era o mais divertido de se estar por perto. Eu trabalhei com John Wayne, Lee Marvin, James Stewart, Robert Conrad - ele era louco, e ainda é! Eu trabalhei em "Wild Wild West" como dublê, quebrei todos os ossos do meu corpo, então tive a sorte de coestrelar "Black Sheep Squadron". Eu tenho que dizer que Elvis foi o mais divertido porque tudo foi com ele, fizemos coisas nos sets que deixaram os diretores loucos. Uma vez, por exemplo, ele estava fazendo seu cabelo, levou 30 minutos para que ficasse no lugar. Isso foi na Universal, estávamos no velho set do Corcunda de Notre Dame. Eu fiquei na passagem aérea com um balão de água e, quando Elvis saiu, eu joguei o balão bem no cabelo. Ele nem sequer olhar para cima! Apenas se virou e voltou para o trailer e começou de novo.
TS - Há uma pergunta interessante aqui que, como pai, você vai se identificar. Elvis era um bom pai, e ele alguma vez trocou uma fralda?
RW - Nunca. De jeito nenhum ele iria trocar uma fralda! Ele teria feito uma bagunça. Essa não era uma das coisas que ele faria bem.
TS - Você acha que, se houvesse naquela época uma Clínica Betty Ford, Elvis teria se internado voluntariamente, ou ele achava que o que estava acontecendo não era um problema?
RW - Acho que ele nunca soube que era um problema, mas no final ele sempre tinha o Dr. Nick ou uma enfermeira ou alguém do tipo perto dele. Acho que ele pensava que se alguma coisa acontecesse eles iriam chegar a tempo ou algo assim. Nós pensamos nisso muitas vezes, se houvesse uma Clínica Betty Ford... mas mesmo quando ele ia para o hospital, o que ele fez algumas vezes no final, eu perguntava "o que você acha que está causando isso?" e ele dizia que era apenas um problema com seu estômago.
Voltando ao que eu disse sobre quebrar a porta e o pé do cara... Quando isso chegou até Elvis, ele me chamou e disse: "Eu quero que você deixe essas pessoas em paz, eu preciso daquilo." Eu respondi "não, você não precisa disso"; e ele, "não, eu preciso daquilo." E então, quando voltamos das turnês, ele foi para Las Vegas e seu pai me ligou, estava com Sonny e Dave Hebler, e disse: "Estamos cortando as despesas e infelizmente vocês vão ter que sair." Eu saí, foi isso. Mas eu tentei.
TS - Você é um cara forte, e eu queria contar uma história. Em 1972 levamos um grupo de fãs para ver Elvis em Las Vegas. No ano seguinte, o Hilton não foi tão tolerante, porque havia 250 pessoas sem intenção de jogar no cassino, e nossas reservas foram canceladas. Então fomos a uma estação de rádio em Las Vegas e fingirmos ser da BBC e estarmos cobrindo a história. Emilio (Hilton) me chamou, jogou o esquema de assentos do salão na minha cara e disse: "Escolha 250 nomes e caia fora!" Foi um trauma. O Coronel ficou bastante chateado, porque o Hilton lhe cobrou explicações; não fomos realmente bem vindos lá. Minha primeira esposa decidiu contar isso a Elvis. Você (Red) pode não se lembrar disso, mas a pegou e a jogou contra a parede! Mas acho que você teve de fazer isso muitas vezes.
RW - Não; foi uma das que ele não conseguiu.
![]() |
1 de julho de 1961: Elvis foi o padrinho de Red em seu casamento com Pat |
RW - Acredito que não, a menos que haja algo em meu sótão - tenho um par de fitas lá que preciso ouvir - mas não acho que haja qualquer outra coisa. Acho que essas gravações caseiras foram as últimas. Não consigo pensar que haja qualquer outra coisa por aí que eles possam lançar.
TS - Esta é uma pergunta pungente, todo mundo olha para trás em sua vida. Existe alguma coisa que você pensa, "e se..." em conexão com Elvis?
RW - Claro. Há sempre essa pergunta, "e se...", então eu acho que você pensa no passado. Eu fiz o máximo que pude no final. Há um monte de coisas que eu não posso realmente afirmar, mas tenho certeza que há várias que eu diria "e se... isso"; as coisas poderiam ter sido diferentes, mas não sei de mais nada que pudéssemos ter feito no final. Fizemos tudo o que podíamos.
TS - Você trabalhou com várias estrelas. Quem era a melhor, com quem foi mais divertido estar?
RW - Elvis. Ele era o mais divertido de se estar por perto. Eu trabalhei com John Wayne, Lee Marvin, James Stewart, Robert Conrad - ele era louco, e ainda é! Eu trabalhei em "Wild Wild West" como dublê, quebrei todos os ossos do meu corpo, então tive a sorte de coestrelar "Black Sheep Squadron". Eu tenho que dizer que Elvis foi o mais divertido porque tudo foi com ele, fizemos coisas nos sets que deixaram os diretores loucos. Uma vez, por exemplo, ele estava fazendo seu cabelo, levou 30 minutos para que ficasse no lugar. Isso foi na Universal, estávamos no velho set do Corcunda de Notre Dame. Eu fiquei na passagem aérea com um balão de água e, quando Elvis saiu, eu joguei o balão bem no cabelo. Ele nem sequer olhar para cima! Apenas se virou e voltou para o trailer e começou de novo.
TS - Há uma pergunta interessante aqui que, como pai, você vai se identificar. Elvis era um bom pai, e ele alguma vez trocou uma fralda?
RW - Nunca. De jeito nenhum ele iria trocar uma fralda! Ele teria feito uma bagunça. Essa não era uma das coisas que ele faria bem.
TS - Você acha que, se houvesse naquela época uma Clínica Betty Ford, Elvis teria se internado voluntariamente, ou ele achava que o que estava acontecendo não era um problema?
RW - Acho que ele nunca soube que era um problema, mas no final ele sempre tinha o Dr. Nick ou uma enfermeira ou alguém do tipo perto dele. Acho que ele pensava que se alguma coisa acontecesse eles iriam chegar a tempo ou algo assim. Nós pensamos nisso muitas vezes, se houvesse uma Clínica Betty Ford... mas mesmo quando ele ia para o hospital, o que ele fez algumas vezes no final, eu perguntava "o que você acha que está causando isso?" e ele dizia que era apenas um problema com seu estômago.
Voltando ao que eu disse sobre quebrar a porta e o pé do cara... Quando isso chegou até Elvis, ele me chamou e disse: "Eu quero que você deixe essas pessoas em paz, eu preciso daquilo." Eu respondi "não, você não precisa disso"; e ele, "não, eu preciso daquilo." E então, quando voltamos das turnês, ele foi para Las Vegas e seu pai me ligou, estava com Sonny e Dave Hebler, e disse: "Estamos cortando as despesas e infelizmente vocês vão ter que sair." Eu saí, foi isso. Mas eu tentei.
TS - Você é um cara forte, e eu queria contar uma história. Em 1972 levamos um grupo de fãs para ver Elvis em Las Vegas. No ano seguinte, o Hilton não foi tão tolerante, porque havia 250 pessoas sem intenção de jogar no cassino, e nossas reservas foram canceladas. Então fomos a uma estação de rádio em Las Vegas e fingirmos ser da BBC e estarmos cobrindo a história. Emilio (Hilton) me chamou, jogou o esquema de assentos do salão na minha cara e disse: "Escolha 250 nomes e caia fora!" Foi um trauma. O Coronel ficou bastante chateado, porque o Hilton lhe cobrou explicações; não fomos realmente bem vindos lá. Minha primeira esposa decidiu contar isso a Elvis. Você (Red) pode não se lembrar disso, mas a pegou e a jogou contra a parede! Mas acho que você teve de fazer isso muitas vezes.
RW - Sim. Acho que me lembro disso! O que aconteceu, por que vocês não ganharam entradas depois de vir de tão longe para vê-lo? Houve uma confusão no Hilton?
TS - Não houve confusão no Hilton, mas alguém tinha decidido que as pessoas que deveriam estar sentadas nos assentos do cassino deviam ser da alta sociedade e que 250 pessoas comuns eram mais do que eles queriam suportar. Foi a única vez que não pude contatar o Coronel, por isso tivemos que fazer essa manobra. Nós a fizemos, ela funcionou, mas foi-me dito que se tentasse entrar lá novamente eles iriam me levar para visitar uma barragem ali perto!
RW - Sim, houve algumas vezes! Quando Elvis estava lá, eles tinham mesas longas que iam até o palco. Ele tinha feito um show muito bom, as cortinas estavam se fechando e uma garota usando minissaia veio correndo por baixo de uma das mesas e foi até Elvis. Eu a vi e a segurei, coloquei meus braços em torno dela. Então eu ouço aplauso e assobios, todo mundo está festejando lá fora e eu estou querendo saber o que está acontecendo. Minha esposa me disse que, quando eu agarrei a garota, a minissaia levantou e ela e não estava usando nada embaixo!
Outra vez uma garota estava correndo sobre as mesas, caiu no colo de um cara e a peruca dele saiu fora do lugar. Ela nem se abalou, apenas se levantou com e continuou indo em direção ao palco! Eu não sei se você já ouviu aquela versão de "Are You Lonesome Tonight"., mas lá estava esse cara sentado com sua peruca, e uma garota que estava tentando chegar a Elvis a tira do lugar; e Elvis canta "...do you gaze at your bald head..." (você olha para sua cabeça careca). Ele simplesmente caiu na risada, se você ouvir a gravação vai saber que era esse o motivo.
TS - Há, naturalmente, a famosa história sobre vocês todos irem ao salão do Hilton e pintarem os querubins de preto. De onde vocês tiraram a tinta? Lojas de tintas em Las Vegas não são tão fáceis de encontrar.
RW - A parte traseira do palco tinha uma armação alta de metal onde ficava todo o material para reformas no palco. Então estávamos nos bastidores após o show e Elvis disse: "Eu quero pintar eles de preto." Então eu tirei meus sapatos e subi nesta coisa que devia ter 20 metros de altura! Fui até o outro lado, peguei a tinta, voltei e fomos pintá-los. Na noite seguinte ninguém pareceu notar, e ele disse: "Quero que vocês notem o que fizemos na noite passada para mudar o salão e para agradar as nossas backing vocals, as Sweet Inspirations. Tudo era branco... Mas não mais, olhem!". Os holofotes focaram aqueles rostos negros e as Sweet Inspirations morreram de rir!
TS - Vocês faziam essas coisas por tédio ou apenas por serem simplesmente idiotas?
RW - Nós éramos maliciosos, mesmo em nossos últimos anos. Eu sempre estava pensando em coisas loucas para fazer; aquela foi ideia dele, e foi apenas para quebrar o tédio, mas também para se divertir e provavelmente para chocar a direção do Hilton. Mas eles deixaram quieto, ficou lá por um longo tempo antes de mudarem.
TS - Se Elvis Presley tivesse vivido, e eu acho que você o conhecia tão bem como qualquer um conhecia Elvis Presley, o que você acha que, aos 65 anos (em 1999), ele estaria fazendo?
RW - Ele estaria fazendo a mesma coisa que estava fazendo naquela época. Se você notar, depois que Elvis morreu a música pareceu mudar. Não é como era antes, o Country dominou os EUA depois disso, mas é claro que você não pode chamar tudo de Country agora; mas Elvis ainda estaria cantando "Hound Dog" e coisas assim, ainda fazendo a mesma coisa. Seria bom que ele tivesse feito algumas mudanças, mas ainda estaria fazendo isso. Ele não teria mudado sua música.
TS - Ele queria mudar a música dele? Ele nunca pensou em fazer um ato mais voltado ao Gospel?
RW - Não. Estávamos assistindo Bobby Darin uma vez. Bobby começou com "Splish Splash" e então começou a soar muito parecido com Frank Sinatra. Nós estávamos na plateia uma noite e ele cantou "Splish Splash", parou no meio dela, e disse que era hora de cantar outra, passando a interpretar um de seus hits novos em que soava como Frank Sinatra. Elvis gritou "não jogue fora o que o trouxe até aqui!". E Darin parou, sabendo quem era, e disse: "Você sabe o quê? Você está certo."
E é isso que ele sentia, sabe? Elvis ficou muito envergonhado quando fez o show com Frank Sinatra depois que saiu do exército. Ele estava cantando uma das canções de Frank e Sinatra estava cantando uma das suas. Aquilo foi horrível, constrangedor para ele, porque não era seu tipo de música.
TS - Você e Elvis foram a muitos shows em Las Vegas?
RW - Nós fomos a muitos deles, sim. Isso é o que ele fazia antes de se apresentar. Nós chegávamos lá uma semana antes para ensaiar, então passávamos pelas 4 semanas de inferno, e depois ficávamos mais uma semana para relaxar, e ele ia ver os shows, especialmente Tom Jones. Ele ia a tantos shows quanto pudesse. Nós estávamos falando mais cedo sobre ele socializar com as pessoas. Ele fez isso, sempre convidava Tom Jones e os Stamps para a suíte e ficavam cantando. Ele gostava de convidá-los e ficar acordado, então era o que fazíamos depois do show. Elvis estava sempre cantando, ele adorava ter o quarteto e as Sweet Inspirations lá, e e eles cantavam canções Gospel ou o que quer que seja, e apenas se divertiam.
TS - Havia muitas garotas?
RW - Havia centenas de garotas, de fato minha esposa estava lá uma vez e eu a levei para vê-lo. Era isso que ele queria, um grupo de pessoas só para conversar. Ele tinha suas citações religiosas e gostava de falar com todos, mas claro que ele estava analisando a multidão e observando como eles se portavam.
TS - Você diria, e eu sei que algumas mulheres gostariam de saber isso, mas você diria que Elvis Presley era um macho predatório?
RW - Há um antes e um depois. Quando ele foi para Las Vegas, e eu acho que nos primeiros filmes, nenhuma mulher estava segura, mas nos últimos anos Linda ou Priscilla estavam lá. Nos últimos dois anos, não consigo pensar em ninguém a não ser em quem ele estava namorando naquela época. Linda, a outra garota (Sheila), e as outras eram apenas alguém com quem conversar. Essa é a verdade. Eu acho que ele estava ficando velho! Ele tinha esses livros que as pessoas lhe davam, alguns deles um pouco estranhos, mas ele estava interessado naquilo mais do que em qualquer outra coisa. Ele estava começando a ver coisas no céu e coisas assim.
TS - Você acha que isso foi prejudicial para a psique de Elvis na época? Você acha que essas pessoas não deveriam ter feito o que fizeram?
RW - Essas coisas nunca deveriam ter sido trazidas a ele porque as pessoas que as trouxeram eram estranhas, e ainda são, e isso o levou a outra coisa. Ele estava procurando algo e pensou que era isso.
TS - Você, ainda hoje, vê aquelas pessoas? Linda, Ginger e assim por diante.
RW - Não, só visitamos Linda. Minha esposa, eu e alguns do grupo estávamos na Califórnia, saímos e fomos visitá-la. Linda é legal, sabe, ela está bem. Ela fez o melhor que pôde, mas o grupo está dividido agora. Eu fui o primeiro, quando eles começaram a nos chamar de Máfia de Memphis. Depois vieram Lamar, Sonny, Marty e Billy. Billy sempre estava lá, era como nosso irmão mais novo, mas ele não estava envolvido em todas as coisas da estrada tanto quanto nós até ficar mais velho.
TS - Agora eu vou passar para o público. Há alguém que queira fazer uma pergunta?
P - Como era a mãe de Elvis?
RW - Sua mãe era um anjo. Ele amava a mãe, ela o amava, ficava doente de preocupação, não aguentava desaforo de ninguém e era uma mulher de espírito muito forte; eu sinto falta dela.
![]() |
Elvis, Linda Thompson e Red West em 11 de maio de 1974 |
TS - Não houve confusão no Hilton, mas alguém tinha decidido que as pessoas que deveriam estar sentadas nos assentos do cassino deviam ser da alta sociedade e que 250 pessoas comuns eram mais do que eles queriam suportar. Foi a única vez que não pude contatar o Coronel, por isso tivemos que fazer essa manobra. Nós a fizemos, ela funcionou, mas foi-me dito que se tentasse entrar lá novamente eles iriam me levar para visitar uma barragem ali perto!
RW - Sim, houve algumas vezes! Quando Elvis estava lá, eles tinham mesas longas que iam até o palco. Ele tinha feito um show muito bom, as cortinas estavam se fechando e uma garota usando minissaia veio correndo por baixo de uma das mesas e foi até Elvis. Eu a vi e a segurei, coloquei meus braços em torno dela. Então eu ouço aplauso e assobios, todo mundo está festejando lá fora e eu estou querendo saber o que está acontecendo. Minha esposa me disse que, quando eu agarrei a garota, a minissaia levantou e ela e não estava usando nada embaixo!
Outra vez uma garota estava correndo sobre as mesas, caiu no colo de um cara e a peruca dele saiu fora do lugar. Ela nem se abalou, apenas se levantou com e continuou indo em direção ao palco! Eu não sei se você já ouviu aquela versão de "Are You Lonesome Tonight"., mas lá estava esse cara sentado com sua peruca, e uma garota que estava tentando chegar a Elvis a tira do lugar; e Elvis canta "...do you gaze at your bald head..." (você olha para sua cabeça careca). Ele simplesmente caiu na risada, se você ouvir a gravação vai saber que era esse o motivo.
TS - Há, naturalmente, a famosa história sobre vocês todos irem ao salão do Hilton e pintarem os querubins de preto. De onde vocês tiraram a tinta? Lojas de tintas em Las Vegas não são tão fáceis de encontrar.
RW - A parte traseira do palco tinha uma armação alta de metal onde ficava todo o material para reformas no palco. Então estávamos nos bastidores após o show e Elvis disse: "Eu quero pintar eles de preto." Então eu tirei meus sapatos e subi nesta coisa que devia ter 20 metros de altura! Fui até o outro lado, peguei a tinta, voltei e fomos pintá-los. Na noite seguinte ninguém pareceu notar, e ele disse: "Quero que vocês notem o que fizemos na noite passada para mudar o salão e para agradar as nossas backing vocals, as Sweet Inspirations. Tudo era branco... Mas não mais, olhem!". Os holofotes focaram aqueles rostos negros e as Sweet Inspirations morreram de rir!
TS - Vocês faziam essas coisas por tédio ou apenas por serem simplesmente idiotas?
RW - Nós éramos maliciosos, mesmo em nossos últimos anos. Eu sempre estava pensando em coisas loucas para fazer; aquela foi ideia dele, e foi apenas para quebrar o tédio, mas também para se divertir e provavelmente para chocar a direção do Hilton. Mas eles deixaram quieto, ficou lá por um longo tempo antes de mudarem.
TS - Se Elvis Presley tivesse vivido, e eu acho que você o conhecia tão bem como qualquer um conhecia Elvis Presley, o que você acha que, aos 65 anos (em 1999), ele estaria fazendo?
RW - Ele estaria fazendo a mesma coisa que estava fazendo naquela época. Se você notar, depois que Elvis morreu a música pareceu mudar. Não é como era antes, o Country dominou os EUA depois disso, mas é claro que você não pode chamar tudo de Country agora; mas Elvis ainda estaria cantando "Hound Dog" e coisas assim, ainda fazendo a mesma coisa. Seria bom que ele tivesse feito algumas mudanças, mas ainda estaria fazendo isso. Ele não teria mudado sua música.
TS - Ele queria mudar a música dele? Ele nunca pensou em fazer um ato mais voltado ao Gospel?
RW - Não. Estávamos assistindo Bobby Darin uma vez. Bobby começou com "Splish Splash" e então começou a soar muito parecido com Frank Sinatra. Nós estávamos na plateia uma noite e ele cantou "Splish Splash", parou no meio dela, e disse que era hora de cantar outra, passando a interpretar um de seus hits novos em que soava como Frank Sinatra. Elvis gritou "não jogue fora o que o trouxe até aqui!". E Darin parou, sabendo quem era, e disse: "Você sabe o quê? Você está certo."
E é isso que ele sentia, sabe? Elvis ficou muito envergonhado quando fez o show com Frank Sinatra depois que saiu do exército. Ele estava cantando uma das canções de Frank e Sinatra estava cantando uma das suas. Aquilo foi horrível, constrangedor para ele, porque não era seu tipo de música.
RW - Nós fomos a muitos deles, sim. Isso é o que ele fazia antes de se apresentar. Nós chegávamos lá uma semana antes para ensaiar, então passávamos pelas 4 semanas de inferno, e depois ficávamos mais uma semana para relaxar, e ele ia ver os shows, especialmente Tom Jones. Ele ia a tantos shows quanto pudesse. Nós estávamos falando mais cedo sobre ele socializar com as pessoas. Ele fez isso, sempre convidava Tom Jones e os Stamps para a suíte e ficavam cantando. Ele gostava de convidá-los e ficar acordado, então era o que fazíamos depois do show. Elvis estava sempre cantando, ele adorava ter o quarteto e as Sweet Inspirations lá, e e eles cantavam canções Gospel ou o que quer que seja, e apenas se divertiam.
TS - Havia muitas garotas?
RW - Havia centenas de garotas, de fato minha esposa estava lá uma vez e eu a levei para vê-lo. Era isso que ele queria, um grupo de pessoas só para conversar. Ele tinha suas citações religiosas e gostava de falar com todos, mas claro que ele estava analisando a multidão e observando como eles se portavam.
TS - Você diria, e eu sei que algumas mulheres gostariam de saber isso, mas você diria que Elvis Presley era um macho predatório?
RW - Há um antes e um depois. Quando ele foi para Las Vegas, e eu acho que nos primeiros filmes, nenhuma mulher estava segura, mas nos últimos anos Linda ou Priscilla estavam lá. Nos últimos dois anos, não consigo pensar em ninguém a não ser em quem ele estava namorando naquela época. Linda, a outra garota (Sheila), e as outras eram apenas alguém com quem conversar. Essa é a verdade. Eu acho que ele estava ficando velho! Ele tinha esses livros que as pessoas lhe davam, alguns deles um pouco estranhos, mas ele estava interessado naquilo mais do que em qualquer outra coisa. Ele estava começando a ver coisas no céu e coisas assim.
TS - Você acha que isso foi prejudicial para a psique de Elvis na época? Você acha que essas pessoas não deveriam ter feito o que fizeram?
RW - Essas coisas nunca deveriam ter sido trazidas a ele porque as pessoas que as trouxeram eram estranhas, e ainda são, e isso o levou a outra coisa. Ele estava procurando algo e pensou que era isso.
TS - Você, ainda hoje, vê aquelas pessoas? Linda, Ginger e assim por diante.
RW - Não, só visitamos Linda. Minha esposa, eu e alguns do grupo estávamos na Califórnia, saímos e fomos visitá-la. Linda é legal, sabe, ela está bem. Ela fez o melhor que pôde, mas o grupo está dividido agora. Eu fui o primeiro, quando eles começaram a nos chamar de Máfia de Memphis. Depois vieram Lamar, Sonny, Marty e Billy. Billy sempre estava lá, era como nosso irmão mais novo, mas ele não estava envolvido em todas as coisas da estrada tanto quanto nós até ficar mais velho.
TS - Agora eu vou passar para o público. Há alguém que queira fazer uma pergunta?
P - Como era a mãe de Elvis?
RW - Sua mãe era um anjo. Ele amava a mãe, ela o amava, ficava doente de preocupação, não aguentava desaforo de ninguém e era uma mulher de espírito muito forte; eu sinto falta dela.
Na última vez que a vi, eu estava no Corpo de Fuzileiros Navais. Estava em casa de licença. Elvis estava fazendo King Creole e eu fui a Graceland ver ela e Vernon, e eles ligaram para Elvis. Disseram que ele queria que eu pegasse um avião e então o trem para New Orleans. Elvis não voava naqueles dias e eles estavam terminando o filme em Hollywood, então fizemos um passeio no trem para New Orleans. A última coisa que sua mãe me disse foi "cuide bem de Elvis", e eu levei isso a sério para o resto da minha vida.
P - Você acha que Elvis precisava do '68 Comeback para voltar ao sucesso novamente?
RW - Ele estava se questionando depois de todos os filmes, estava um pouco inseguro de si mesmo e aquilo foi algo para ver se ele ainda tinha popularidade. A ideia do Coronel para o especial teria destruído Elvis. Ele queria um programa com um monte de canções de Natal! E Elvis disse "para o inferno com isso", de modo que aquele foi seu "teste de resistência".
P - Você diz que se tornaram tão próximos quanto dois irmãos. Você já teve alguma briga com Elvis?
RW - Nunca. Nunca. Como eu acabei de dizer, a mãe dele disse para cuidar dele, não para machuca-lo. Houve três vezes que cheguei muito perto, mas ele teria puxado uma arma ou uma faca contra mim antes de eu bater nele. Não, eu não faria isso.
P - Elvis quis conhecer Marilyn Monroe quando teve a chance, e há alguma fotografia em qualquer lugar que você conheça?
RW - Sim, ele queria conhecer Marilyn Monroe, mas ela estava ocupada. Isso nunca aconteceu.
P - Elvis tinha alguém em quem confiava, fora aqueles que estavam na folha de pagamento ou dependiam dele financeiramente?
RW - Não.
P - Quando você escreveu o livro desacreditando Elvis e ele morreu algumas semanas depois, você sentiu alguma responsabilidade por sua morte?
RW - Não, eu não senti nenhuma responsabilidade porque Elvis já havia morrido uma vez antes, mas nós o encontramos a tempo. Eu sabia que essa hora estava chegando e essa foi uma das principais razões pelas quais escrevi o livro, porque, como disse anteriormente, eu tentei parar o que estava acontecendo enquanto estava com ele e isso não funcionou. Então escrevemos este livro para colocar diretamente em sua frente o que estava acontecendo e ainda assim não adiantou. Foi uma coincidência, eu concordo, mas sei como ele estava mal.
Vocês não sabem como ele estava mal. Eu sabia e todos que estavam com ele sabiam que se não estivéssemos lá um par de vezes antes, ele teria morrido. Estávamos tentando abrir seus olhos, como você (TS) disse, não havia lugar para colocá-lo e não podíamos colocá-lo no hospital, a única pessoa que poderia colocá-lo lá era seu pai, o que não aconteceu. Então ele estava sozinho, impotente.
P - Quando foi a última vez que você falou com Elvis, e foi amigável?
RW - A última vez que falei com Elvis foi quando ele me ligou, quando ele sabia que o livro estava sendo escrito. Na verdade, essa conversa está no livro, e ele me ligou para ver como eu estava indo. Eu acho que ele estava um pouco nervoso sobre o que havia no livro. Tivemos uma longa conversa. Essa foi a última vez que falei com ele.
P - Você não poderia ter feito isso de maneira diferente?
RW - Sim, eu poderia ter mentido muito, mas tudo naquele livro é verdade. Eu não sei se vocês o leram, mas alguém viu as coisas boas nele? 90% dele são de coisas positivas, mas você tem que cobrir tudo. Uma coisa sobre esses outros livros, eles são um monte de besteiras!
P - Você acha que Elvis precisava do '68 Comeback para voltar ao sucesso novamente?
RW - Ele estava se questionando depois de todos os filmes, estava um pouco inseguro de si mesmo e aquilo foi algo para ver se ele ainda tinha popularidade. A ideia do Coronel para o especial teria destruído Elvis. Ele queria um programa com um monte de canções de Natal! E Elvis disse "para o inferno com isso", de modo que aquele foi seu "teste de resistência".
P - Você diz que se tornaram tão próximos quanto dois irmãos. Você já teve alguma briga com Elvis?
RW - Nunca. Nunca. Como eu acabei de dizer, a mãe dele disse para cuidar dele, não para machuca-lo. Houve três vezes que cheguei muito perto, mas ele teria puxado uma arma ou uma faca contra mim antes de eu bater nele. Não, eu não faria isso.
P - Elvis quis conhecer Marilyn Monroe quando teve a chance, e há alguma fotografia em qualquer lugar que você conheça?
RW - Sim, ele queria conhecer Marilyn Monroe, mas ela estava ocupada. Isso nunca aconteceu.
P - Elvis tinha alguém em quem confiava, fora aqueles que estavam na folha de pagamento ou dependiam dele financeiramente?
RW - Não.
![]() |
Depois de serem demitidos por Vernon, Red, Sonny e David Hebler escreveram "Elvis: What Happened?", com histórias altamente caluniadoras. |
RW - Não, eu não senti nenhuma responsabilidade porque Elvis já havia morrido uma vez antes, mas nós o encontramos a tempo. Eu sabia que essa hora estava chegando e essa foi uma das principais razões pelas quais escrevi o livro, porque, como disse anteriormente, eu tentei parar o que estava acontecendo enquanto estava com ele e isso não funcionou. Então escrevemos este livro para colocar diretamente em sua frente o que estava acontecendo e ainda assim não adiantou. Foi uma coincidência, eu concordo, mas sei como ele estava mal.
Vocês não sabem como ele estava mal. Eu sabia e todos que estavam com ele sabiam que se não estivéssemos lá um par de vezes antes, ele teria morrido. Estávamos tentando abrir seus olhos, como você (TS) disse, não havia lugar para colocá-lo e não podíamos colocá-lo no hospital, a única pessoa que poderia colocá-lo lá era seu pai, o que não aconteceu. Então ele estava sozinho, impotente.
P - Quando foi a última vez que você falou com Elvis, e foi amigável?
RW - A última vez que falei com Elvis foi quando ele me ligou, quando ele sabia que o livro estava sendo escrito. Na verdade, essa conversa está no livro, e ele me ligou para ver como eu estava indo. Eu acho que ele estava um pouco nervoso sobre o que havia no livro. Tivemos uma longa conversa. Essa foi a última vez que falei com ele.
P - Você não poderia ter feito isso de maneira diferente?
RW - Sim, eu poderia ter mentido muito, mas tudo naquele livro é verdade. Eu não sei se vocês o leram, mas alguém viu as coisas boas nele? 90% dele são de coisas positivas, mas você tem que cobrir tudo. Uma coisa sobre esses outros livros, eles são um monte de besteiras!
P - Onde você estava quando Elvis morreu?
RW - Eu estava no meio da gravação de um episódio de Black Sheep Squadron chamado "The 200 Pounds Gorilla". Eu estava filmando com Robert Conrad e o coordenador de dublês veio correndo e disse: "Cara, acho que acabo de ouvir algo no rádio sobre Elvis ter morrido." É a única vez, que eu saiba, em que uma gravação foi interrompida; nada interrompe um filme ou programa de TV, "o show deve continuar". Pois bem, esse show parou naquele dia. Minha esposa e meus dois filhos vieram chorando, e ficamos miseráveis no resto daquele dia e desse episódio.
P - Elvis pensou em escrever canções com você, Red?
RW - Ele me dava títulos. Me deu o título de "That's Someone You Never Forget". Acho que ele se sentou para escrever uma vez. Charlie e eu nos sentávamos e tentávamos escrever algo, mas ele não conseguia ficar muito tempo. Ele me dava um título e dizia "vá e escreva-a", então era assim que isso acontecia.
P - Você disse antes que sempre se considerou como um dos amigos mais próximos de Elvis. Esta é uma espécie de pergunta em duas partes. Se fosse esse o caso, acho que você não teria escrito um livro assim e o tornado público. Se o fez para ajudar Elvis a se conscientizar, seria justo dizer que todo dinheiro ganho com o livro foi doado para caridade?
RW - Concordo com você, mas eu estava sem dinheiro. Sim, eu escrevi isso por dinheiro. É isso que você quer ouvir? Eu o escrevi por dinheiro e para tentar ajudá-lo. Vocês vão insistir nisso? Sinto muito que você se sinta assim, mas eu amei muito aquele homem. Vocês não sabem o que eu passei tentando mantê-lo longe das drogas. Sim, você tem sua opinião sobre eu escrever o livro. Ok, já lhe disse o meu lado e se você não pode aceitar isso, então eu sinto muito, mas sim eu escrevi o livro para tentar salvá-lo e eu escrevi para ganhar dinheiro.
P - É verdade que Elvis carregava uma arma em todo lugar, e você tem alguma história para contar sobre isso?
RW - Sim. Todos nós carregávamos depois que fomos condecorados como delegados em Denver, Las Vegas e Memphis. Fizeram investigações de segurança sobre o nosso passado. Estávamos todos armados e éramos perigosos.
![]() |
Red e Sonny West leem a repercussão do lançamento de seu livro; reportagem principal: "Elvis luta para banir livro que conta tudo" |
TS - Eu acho que o que devemos fazer agora é terminar com uma história engraçada. De todas as brincadeiras que Elvis Presley fez com os membros da Máfia de Memphis, qual você considera ser a mais engraçada?
RW - Ok. Esta é uma das coisas que fizemos para quebrar o tédio em Las Vegas e está no livro, um dos bons tempos. Nós tínhamos essas ameaças de morte, então não tínhamos nada para fazer e resolvemos brincar com o Stamps Quartet. Elvis, Sonny e eu combinamos de dizer a eles que tivemos uma ameaça de morte enquanto estavam no palco. A ameaça seria concretizada no show seguinte daquela noite.
Pedimos aos guardas da segurança do hotel para colocarem festim em suas armas e Sonny e eu ficamos preparando esses caras até pouco antes do segundo show. Levamos os Stamps para a suíte de Elvis, e então Sonny gritou "filho da puta!" e os tiros começaram. JD Sumner se jogou em cima do corpo de Elvis; Donnie Sumner saltou sobre o bar. Fui correndo por uma escada, disparei um par de tiros, coloquei a mão na barriga, disse que fui atingido e caí sobre os degraus. Todos os guardas estavam "mortos". Um dos Stamps se aproximou e agarrou uma armas de um guarda "morto" e, percebendo tudo, caiu rindo. Esse é o tipo de coisas que fazíamos para nos divertir. JD continuou em cima do corpo de Elvis sem perceber que ele estava se contorcendo de tanto rir.
Eu só quero dizer como estou emocionado por estar aqui com vocês e compartilhar essas coisas. Eu esperava que pudéssemos manter-nos em uma coisa otimista, porque essa é a maneira que ele teria gostado, e eu sinto muito que vocês nunca tenham chegado a ver este homem em pessoa.
-------------------------------------------------------------------------
Texto original: Elvis 100%
Fotos: Google e Elvis 100%
Fotos: Google e Elvis 100%
Vídeos: Youtube
Tradução e organização: EAP Index | http://www.eapindex.site
>> a re-disponibilização desta tradução só é permitida se mantidos os créditos e sem edições.<<
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário!
LEMBRE-SE: Não postaremos mensagens com qualquer tipo de ofensa e/ou palavrão.