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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Studio B - Nashville Outtakes 1961-1964 (CD - FTD, 2003)

Título:
Studio B - Nashville Outtakes 1961-1964
Selo:
FTD [FTD 024] [82876 50411 2]
Formato:
CD
Número de faixas:
23
Duração:
63:00
Tipo de álbum:
Sessão de gravação
Vinculado a:
Discografia FTD
Ano:
2003
Gravação:
25 de junho de 1961 a 12 de janeiro de 1964
Lançamento:
Abril de 2003
Singles:
---


Studio B - Nashville Outtakes 1961-1964 é o vigésimo quarto disco da FTD. Ele contém 23 faixas alternativas gravadas entre 25 de junho de 1961 a 12 de janeiro de 1964 no RCA Studio B em Nashville, Tennessee, as quais seriam as únicas que Elvis gravaria fora de suas trilhas sonoras naquele período. O CD está atualmente fora de catálogo na gravadora.


Nashville sempre foi o palco das melhores gravações de Elvis e foi ali, na capital do Tennessee, que o Rei do Rock criou a maioria das canções e discos que se tornaram sucessos imediatos e bateram recordes de vendas.

Seu primeiro LP como artista nacionalmente reconhecido, "Elvis Presley", de 1956, e os singles "I Want You, I Need You, I Love You" e "Hound Dog" foram as principais amostras do que Elvis podia criar na cidade. Mas foi ao voltar da Alemanha, em 1960, que ele escolheu Nashville para dar aos fãs os LPs "Elvis is Back!" e "His Hand in Mine", além dos singles "Stuck On You", "Fame and Fortune", "It's Now or Never" e "Are You Lonesome Tonight".

Isso transformou a capital em uma espécie de santuário para a criação de uma magia pura que traria a nossos ouvidos clássicos como "Kiss Me Quick" e "Little Sister", além da famosa sessão para o "álbum perdido" de 1963 e a menos comemorada, mas igualmente importante, "Memphis, Tennessee", já em 1964.

Neste trabalho a FTD priorizou faixas inéditas das sessões entre 1961 e 1964 no RCA Studio B dando continuidade ao que começaram com "Long Lonely Highway - Nashville 1960-1968" em 2000 e sendo sequência direta de "Fame and Fortune", de 2002.

Abaixo segue a resenha do conteúdo disponibilizado no CD.

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- 1. Kiss Me Quick (Take 1): A faixa de abertura do LP "Pot Luck with Elvis" (1962) inicia o álbum assim como iniciara a sessão de 25 de junho de 1961, a primeira analisada neste trabalho.
Elvis está de bom humor e sua voz soa macia e controlada. É o primeiro take apenas e há muito o que se arrumar, mas é refrescante ouvir esta canção interpretada de forma um pouco diferente do que se tem no Master (Take 12), que teve seu final cortado na edição do LP, embora a falta dos fills vocais de Ray Walker seja sentida.

- 2. That's Someone You Never Forget (Take 5): Segunda canção gravada na sessão citada acima, este take da música que fecharia "Pot Luck with Elvis" é cheio de pura emoção.
Bem diferente do take 1, que é quase uma versão acústica da canção, este é mais suave e tem uma das melhores amostras vocais de Elvis naquele período.
A letra de Red West, com sugestões do próprio Elvis, soa perfeita com o acompanhamento brilhante dos brushes sutis de D.J. Fontana na bateria. Até certo ponto, nem o Master (Take 8) saiu tão perfeito.

- 3. I'm Yours (Takes 4 & 1): No dia seguinte, a coleção de músicas românticas que seriam lançadas em conjunto com baladas roqueiras nos dois anos seguintes começa a ser formada.
Fechando o lado A de "Pot Luck with Elvis", esta canção não oferece muito a ser notado, embora este seja um take totalmente inédito.
Enquanto a RCA usou os takes 1, 5 e 6 para criar o compósito do Master, a FTD fez sua própria versão, composta do instrumental do take 4 e o vocal do take 1.

- 4. (Marie's the Name) His Latest Flame (Rehearsal, Take 2): Com D.J. e Boots Randolph ainda trabalhando suas partes, Elvis canta calmamente durante o ensaio.
A mania de perfeição do cantor era tanta e tão produtiva nesta época que sua insistência em corrigir pequenos detalhes que nem seriam notados pela maioria dos ouvintes acabava por criar momentos mágicos. E aqui não é diferente, uma vez que o take 2 já tem o mesmo feel do Master (Take 8), muito embora a batida correta ainda esteja sendo trabalhada.

- 5. Little Sister (Takes 1, 2 & 3): "Temos um clássico aqui", anuncia o engenheiro de som Bill Porter.
São quatro horas da manhã e o auge criativo de Elvis e sua banda é atingido. Scotty brinca com sua guitarra através da canção no take 2, enquanto Hank Garland acompanha sem errar uma batida. O take 3 é interrompido, fazendo do 4 o Master, mas Elvis ainda insistiria em melhorar sua performance por mais sete takes.
Não à toa, "Little Sister/"(Marie's the Name) His Latest Flame" se tornaria um dos singles mais rentáveis de 1961.

- 6. For the Millionth and the Last Time (Take 1): Em 15 de outubro de 1961 Elvis retornou a Nashville para mais momentos mágicos.
Uma versão bem mais contemporânea do que a do Master (Take 12) ouvido no LP "Elvis For Everyone!" (1965), tem um delicioso acompanhamento de guitarra elétrica (abandonado a partir do take 3) e a percussão e os vocais de Elvis soam cristalinos. A adição do acordeão nos overdubs do Master parece prejudicar a canção quando a ouvimos aqui.

- 7. Anything That's Part of You (Takes 4 & 5): O perfeccionismo de Elvis se mostra novamente e o take 4 é abortado logo no início.
Sem dúvida, o take 8 de "Long Lonely Highway" é uma gema e o take 9 é o mais raro e famoso de todos, sendo mais lembrado do que o próprio Master (Take 10) do single de 1962 e do LP "Elvis Golden Records, Volume 3" (1963), mas o mix deste quinto take permite que possamos ouvir cada respiração de Elvis, revelando seu trabalho vocal e deixando-o soar mais solitário do que nunca.

- 8. I Met Her Today (Takes 8 & 9): Logo no início do take 8, a canção é interrompida pela rouquidão de Elvis. Bill Porter anuncia "vamos limpar nossas gargantas e tentar de novo", obviamente se referenciando a Elvis, que o faz e ri.
A verdadeira gema é o take 1, infelizmente ausente deste trabalho, uma vez que neste ponto já se ouve uma versão bem parecida com a do Master (Take 18) presente em "Elvis For Everyone!".

- 9. Something Blue (Takes 3 & 4): Os próximos sete takes são resultados de uma única noite de trabalho, de 18 para 19 de março de 1962, embora o trabalho omita o objetivo principal da sessão -  os Masters de "She's Not You" e "Good Luck Charm".
Um pequeno erro pede o início de um novo take para o prazer de quem ouve. Ao contrário do mais conhecido take 1 e do Master (Take 7) que abre o lado B do disco "Pot Luck with Elvis", aqui a voz de Elvis soa cristalina e mais alta no mix, acompanhada pelo piano e dando uma sensação diferente à canção.

- 10. Gonna Get Back Home Somehow (Take 1): Para um primeiro take, este soa mais perfeito que o próprio Master (Take 7) que foi amaciado para acompanhar o tom de "Pot Luck with Elvis".
A batida explosiva da bateria e o saxofone de Boots Randolph criam uma sensação de retorno às sessões de "Elvis is Back!".

- 11. (Such An) Easy Question (Take 3): Embora não ofereça novidades em relação aos takes já lançados e ao Master (Take 5), traz Elvis em seu perfeccionismo corrigindo o tempo da canção para a banda.

- 12. Fountain of Love (Takes 1 & 2): "Há um break da guitarra aqui também", diz Elvis à sua banda enquanto o take 1 se despedaça. Esta versão é muito diferente do Master (Take 10) e quase parece outra música com a presença maior de Boots Randolph, os fills de violão e os backing vocals usando uma entonação mais leve.
Mesmo após todo o trabalho Elvis, sabendo que aquele não seria o Master, diz "ok, é o suficiente" mesmo antes do fim do take.

- 13. Just For Old Times Sake (Takes 3 & 4): Nenhuma novidade aqui, uma vez que a versão soa exatamente como o Master (Take 5).

- 14. Night Rider (Takes 2 & 3): Entramos na sessão quando a banda está em meio a um jam animado que nos faz desejar que a fita estivesse gravando antes.
Esta é uma tentativa de remake da gravação de 16 de outubro de 1961, mas sem resultados melhores, o Master desta (Take 5) foi abandonado e substituído pelo escolhido originalmente no ano anterior (Take 3) em "Pot Luck with Elvis".

- 15. You'll Be Gone (Take 1): Outra canção escrita por Elvis e Red West, com ajuda de Charlie Hodge, soa bem mais apaixonante nesta primeiro take do que no Master (Take 3) e muito provavelmente teria sucesso se fosse lançada em um single na época. Infelizmente, a canção só seria vendida como o lado B do single "Do the Clam" em 1965, perdendo seu potencial.

- 16. I Feel That I've Known You Forever (Take 1): Nenhuma novidade aqui, uma vez que a versão soa exatamente como o Master (Take 5).

- 17. Just Tell Her Jim Said Hello (Take 2): O tempo mais lento e o mix que coloca a voz de Elvis em evidência são as verdadeiras pérolas deste take.
No Master (Take 6), usado em um single de 1962 e relançado em 1968 em "Elvis' Gold Records, Volume 4", Elvis já havia modificado o tempo para algo mais rápido.

- 18. Echoes of Love (Takes 2 & 3): Tendo gravado quatro trilhas sonoras em meros 14 meses, o que evidencia a falta de qualidade delas, esta é a primeira música fora do contexto de um filme que Elvis gravaria em 1963, durante as famosas sessões para o "álbum perdido".
Elvis ainda trabalha com um tempo mais rápido do que o do Master (Take 10), mas o diminuiria a partir do próximo take. Infelizmente, a canção foi usada apenas como penúltima faixa do LP de "Kissin' Cousins", em 1964.

- 19. Please Don't Drag That String Around (Take 2): Lado B para o single "(You're the) Devil In Disguise" de 1963, tem um mix excelente que prioriza a voz de Elvis e faz os instrumentos soarem perfeitos de forma individual. O Master (Take 6) é um tanto diferente e tem um tempo mais lento.

- 20. Love Me Tonight (Takes 3 & 4): Uma balada deliciosa, é cantada quase à capella por Elvis, que é acompanhado apenas pelo piano e backing vocals. Ao ouvirmos o Master (Take 8) presente no LP de "Fun in Acapulco" (1963), quase não percebemos que é a mesma canção.

- 21. Western Union (Take 3): Soando como um rip-off de "Return to Sender", a canção provavelmente foi negligenciada por anos por esse motivo.
Embora tenha uma bateria deliciosamente alta no mix, ela seria lançada com um Master (Take 4) diferente somente em 1968 como um dos extras do LP de "Speedway", o que, depois de singles como "Guitar Man" e "U. S. Male", a tornaria totalmente obsoleta.

- 22. Memphis Tennessee (Take 1): Elvis trabalhou apenas três canções que não faziam parte de trilhas sonoras em 1964 e duas delas foram tentativas de remake de gravações de maio de 1963 - esta e "Ask Me".
Diferente do Master de 1963 (Take 2), a famosa "Jungle Version" que nunca foi lançada oficialmente, o Master usado em "Elvis For Everyone!" é desta sessão de 1964 (Take 6).
O highlight deste primeiro take é o som cristalino da banda e o toque puramente rock 'n' roll da versão, que continua sendo tocada mesmo depois que Elvis diz "isso é tudo que eu posso dar."

- 23. Ask Me (Takes 8 & 9): É madrugada de 12 de janeiro de 1964 e Elvis está prestes a encerrar sua última sessão de músicas não-trilha sonora pelos próximos dois anos (depois desta, Elvis apenas terminou a sessão com rápidos takes de "It Hurts Me").
Este take é bem mais intimista do que o Master (Take 11) e substitui o overflow do órgão pela presença mais notável da guitarra.

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